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Etiqueta: Livre-pensamento

11 de Novembro, 2025 João Monteiro

Grémio Atlântico promove I Festival do Livre-Pensamento

Quando a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) procedeu à divulgação do seu “I Congresso do Livre-Pensamento“, que teve lugar na Casa da Cultura de Coimbra, a 27 de setembro de 2025, recebeu de volta um contacto de um associado de uma outra organização, o Grémio Atlântico, informando que, também eles, estariam a organizar uma iniciativa com um nome semelhante, sugerindo uma parceria na divulgação dos eventos. Assim, como eles divulgaram em setembro o Congresso da AAP, a AAP divulga agora o “I Festival do Livre-Pensamento” promovido pela associação Grémio Atlântico.

Informações:
Data: 15 de novembro de 2025, 18h30
Local: Auditório do Ramo Grande, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores

Partilhamos em baixo, o e-mail que recebemos com o pedido de divulgação, e que contém mais informações. O tema desse primeiro evento será dedicado a uma exposição relativa às origens da Maçonaria, sendo os oradores Feliciana Ferreira e Luís Natal Marques, conhecidos membros dessa instituição cívica. A AAP, sendo alheia à organização do evento, desconhece os conteúdos das apresentações para além do que é referido no texto do convite.

O Grémio Atlântico – Associação Cívica, Cultural e Solidária, vem por este meio convidar V. Exa. à participação num evento que será promovido no próximo dia 15 de novembro, no Auditório do Ramo Grande, Praia da Vitória, pelas 18h30.
Será a primeira edição do que se convencionou chamar «Festival do Livre Pensamento», momento de celebração do pensamento crítico e potenciador de reflexões sobre o futuro de uma Humanidade que enfrenta graves desafios à sua capacidade de livremente pensar e construir novas correntes filosóficas, adogmáticas, racionais e autonómicas. 
Nesse sentido, e em vésperas dos 50 anos da Autonomia nos Açores, consideramos ser relevante trazer até à comunidade local estes desafios, procurando, para o efeito, diversificar a programação sobre os temas em discussão.
Conforme ao programa, e restante material promocional em anexo, no dia 15 de novembro, pelas 18h30, irá estrear uma exposição no supramencionado Auditório do Ramo Grande, subordinada às origens do Grande Oriente Lusitano, organização centenária, que muito tem contribuído para potenciar o livre pensamento, em Portugal e no mundo.

Seguem-se duas conferências, por parte de Feliciana Ferreira e Luís Natal Marques, cujas notas biográficas podem encontrar em anexo, e que irão incidir sobre as temáticas atrás referidas, dissertando sobre como enfrentar e lapidar esses assuntos, numa sociedade contemporânea cada vez mais acrítica, focada apenas no imediatismo.
Por fim, o evento encerra com um concerto de José Pedro Correia, que irá abordar várias obras de música clássica, algumas da sua própria autoria, desbastando o caminho do pensamento livre para lá da troca de ideias, e refletindo-o na arte musical. A sua nota biográfica também se encontra em anexo. 
Muito nos honraria contar com a vossa presença em tão especial dia, pelo que serve o presente convite para apelar a essa participação que enriquecerá aquele dia especial.
Agradecemos a vossa atenção, manifestando disponibilidade para qualquer esclarecimento adicional, sobre este ou qualquer outro assunto.
Com os melhores cumprimentos,
A Direção do Grémio Atlântico

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5 de Novembro, 2021 João Monteiro

Todos nascemos Ateus

Texto de João Monteiro

Escreveu o Onofre Varela, num texto publicado neste blogue a 22 de outubro, que:

Ninguém nasce ateu ou religioso, tal como não se nasce a saber falar.
A língua materna é aprendida em família, e o sentido da religiosidade também”
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Apraz-me comentar que discordo da primeira parte, pois entendo que todos nascem ateus, isto é sem crerem em qualquer deus. Porém, Onofre Varela está correto na segunda frase quando afirma que o sentido de religiosidade é aprendido em família – ou em qualquer outro ambiente cultural em que se desenvolva o petiz.

Podemos debater se uma criança sem qualquer contacto religioso terá uma tendência inata para qualquer tipo de espiritualidade. Mas o que é inegável é que o contexto em que se cresce pode contribuir de algum modo para uma tendência religiosa. Alguém que cresça num contexto cristão terá tendência a identificar-se como cristão; alguém que nasça num contexto islâmico terá tendência a identificar-se como muçulmano; alguém que cresça num contexto judaico terá tendência a identificar-se como judeu; alguém que cresça num contexto politeísta terá tendência a prestar homenagem a diversos deuses; alguém que cresça num contexto ateísta terá tendência a manifestar-se indiferente a qualquer crença religiosa.

Será ao longo do seu desenvolvimento, e num contexto de liberdade de pensamento, i.e. sem pressões e condicionalismos externos, que um indivíduo poderá formar a sua opinião sobre o seu percurso religioso (ou agnóstico/ateu). A crença numa dada religião não é um fenómeno natural, mas antes o resultado de uma transmissão cultural. Daí não se poder afirmar que há uma religião única verdadeira. Para qualquer crente, a sua religião é a verdadeira, mas se ele tivesse nascido noutro país ou noutra família já estaria a defender como verdadeira outra religião.

Em resumo: todos nascem ateus; a crença religiosa é dependente do meio em que se está inserido e da pressão social existente.

Imagem de Sanjasy por Pixabay

14 de Julho, 2020 João Monteiro

Liberdade de Pensamento

No dia 14 de Julho assinala-se o Dia Mundial da Liberdade de Pensamento, uma data importante para todos os Humanistas, como nós. Esta efeméride remete-nos para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a 10 de Dezembro de 1948, como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações.

A este respeito, importa-nos considerar em particular o artigo 18º da DUDH, que dita o seguinte:

Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

O direito à liberdade de pensamento seria um direito incompleto se não estivesse contemplado o direito à liberdade de expressão. Por isso mesmo, segue-se o artigo 19º, que indica o seguinte:

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

Lamentamos que, apesar dos avanços civilizacionais feitos no mundo, estes dois direitos, o da liberdade de pensamento e da liberdade de expressão, ainda não possam ser desfrutados por um número considerável de cidadãos no nosso planeta. De facto, ainda hoje, Humanistas e Ateus são perseguidos pela defesa das suas ideias, como tem vindo a ser denunciado por diversas organizações.

Sendo este um tema muito caro aos membros da nossa Associação, voltaremos a ele num futuro próximo.