E não se esqueçam do bispo de Málaga:
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]Acabo de ver, no noticiário das 20H00 da RTP, imagens da beatificação dos 498 mártires com que a ICAR satisfez os ódios antigos e o azedume recente contra o Governo actual e legítimo de Espanha.
Agora, como no passado, é a felicidade humana que os bispos não toleram. Hoje e sempre, nas religiões do livro, católica, muçulmana ou judaica, é o ódio à liberdade que se alberga sob as vestes talares dos empregados de Deus. O que os move não é o amor divino, que insistem em dizer que existe, é a ambição do poder, a cupidez do luxo e a manutenção dos privilégios de casta.
Foi deprimente ver as entrevistas de gente simples, fanatizada pela fé, embrutecida pela Igreja, no seu ódio à modernidade e no horror aos ideais democráticos que trouxeram à humanidade a tolerância, a igualdade entre os sexos e o respeito pelo pluralismo.
Os familiares dos mártires pareciam saídos da Idade Média, súbditos dos reis católicos, Fernando e Isabel, cuja demência assassina tem atrasado o processo de canonização e a divulgação dos seus milagres. Não era a fé no Deus imaginário que os movia, era o ódio à República, a nostalgia de Franco e a subserviência às sotainas.
No rosto das reverendas criaturas bailava a alegria cínica de quem sabe que pode fazer o circo dos embustes sob a impunidade das protecções de que goza. Foi tanta a pressa de acrescentar aos 479 beatos, onze dos quais já promovidos a santos, com que JP2 abençoou o franquismo, que, entre os 498 beatos de hoje, um torturador aproveitou a boleia a caminho da santidade.
O descaramento dos bispos espanhóis não tem limite. Hoje tiveram um dia de alegria. Vingaram-se da democracia e mostraram a saudade e devoção a um frio assassino – Francisco Franco.
A Promenade Pictures lançou este «conto de encantar» no último dia 19 de Outubro. Lets look at the trailer (como diria o Herman José), e já voltamos à conversa.
Isto não é um Toy Story, nem um Bugs Life, nem um Shrek, e todos esses filmes com animação por computador que fazem as delícias dos petizes e dos adultos. Porque esses são histórias do faz de conta, contos de fantasia, de entretenimento saudável. Este filme é mais uma tentativa de poluir a mente de crianças, com ensinamentos sobre morais, sobre «factos históricos» (apesar da episódio do Êxodo não estar escrito em mais nenhum lado sem ser na bíblia) de criação de crenças e de «carácter».
Já não chegava Charlston Heston com o seu olhar esgazeado e cartão da National Rifle Association (oh sim, porque o faria Moisés se pudesse? comprar uma Glock de 9mm com certeza), agora temos «a man with an extraordinary calling from God Himself to lead His people out of slavery, depicted with a scope and grandeur made possible by 3D computer-generated animation». Não há nada como deus em 3-D, um deus mais salientado e grandioso.Ridículo!
Nunca a ICAR tinha beatificado tantos bem-aventurados de uma só vez. A visão vesga de Rätzinger e do episcopado espanhol, turva de ódio, cega de vingança, sem o mais leve pudor, eleva hoje aos altares 498 mártires da guerra civil espanhola.
Mais de mil sacerdotes e oitenta bispos participam na pantomina orquestrada pelo inveterado franquista Antonio María Rouco Varela, Cardeal-arcebispo de Madrid, para gáudio de 2500 familiares dos mártires que assistem à missa ruminando o velho rancor à República e à democracia.
A missa é presidida pelo fabricante de beatos e santos, um cardeal português de uma aldeia perto da Guarda, tão supersticioso que acredita em Deus e tão ingénuo que pode não ter a noção de que participa num comício.
Esta orgia mística não é um mero acto de propaganda de uma Igreja que perdeu a noção do ridículo e recuperou o entusiasmo das Cruzadas, é uma provocação contra o Governo de Espanha que teve a coragem de legislar sobre o aborto, os casamentos homossexuais e o carácter facultativo do ensino católico nas escolas do Estado.
Foi para essa provocação que viajaram mitras e báculos a caminho de Roma. Apenas um (1) bispo, do imenso bando que povoa a Espanha, se demarcou da posição oficial da hierarquia católica, defendendo o direito de reivindicar a memória das vítimas fuziladas e enterradas em valas comuns pelo franquismo.
Todos os outros veículos litúrgicos, ornamentados com mitra e báculo, circulam em contramão na estrada da democracia, velhos cúmplices do franquismo, despojos fascistas de uma Espanha morta.
Não passa pelas pias cabeças mitradas que a liberdade não precisa de adjectivo: existe ou não. Quando falam em liberdade religiosa os padres esquecem que o direito de não ser, ou ser contra, é tão respeitável como o direito de ser devoto.
Reside nesta evidência o princípio do laicismo que tanto condena o Estado ateu como verbera o Estado confessional. Não há liberdade se o Estado não for neutral em questões religiosas. O Estado pode ser social-democrata, liberal, conservador ou socialista, mas não pode ser cristão, islâmico, ateu ou budista. Cabe-lhe a ideologia política e, se for democrata – como deve -, fomentar a alternância. As religiões, pela índole totalitária, jamais a permitiriam.
Os países democráticos – os únicos respeitáveis – são sucessivamente governados por partidos de direita ou de esquerda, mais liberais umas vezes, progressistas, outras, com mais consciência social ou menos regras ao funcionamento do mercado, sem abdicarem de se legitimar por sufrágio universal, secreto, em escrutínios regulares.
Tal não acontece com as religiões. Nenhuma aceitaria o rotativismo que permitisse aos povos a competição religiosa e a alternância. Os partidos respeitam a vontade dos eleitores, as religiões submetem-se ao poder do clero e ao fanatismo dos crentes.
Eis a razão por que se muda pacificamente de política e nunca se troca de religião sem banhos de sangue e manifestações de barbárie. Os homens tendem para o entendimento mas as religiões apenas conhecem a intolerância e a exclusão.
* Desenho de Brito, prestigiado cartoonista, em França, publicado com a sua amável autorização.
Ratzinger quer “um empenho mais do que urgente nesta nossa época pós-moderna, na qual se sente a necessidade de uma nova evangelização, que precisa de mestres na fé e de arautos e testemunhas do Evangelho adequadamente preparados.” e que “toda a cultura do homem contemporâneo seja permeada pelo Evangelho.”
Em Portugal decorre como sempre a temática habitual, as relações entre a Igreja e Estado nos meandros católicos, a fusão não é perfeita pois existem áreas “onde há mal estar” segundo o Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, para além de relembrar que a Igreja Católica Romana não se rege por leis democráticas, pois existe uma “tendência de julgar as realidades da presença da Igreja Católica na sociedade a partir da Lei da Liberdade Religiosa.”.
Em contexto social podemos encontrar as convicções e acções decorrentes destas guerras santas, destes autoritarismos vesgos e ataques à Liberdade, por exemplo pelas palavras de uma missionária da Fraternidade Verbum Dei, Arantza Uriarte defende que “(…) a Europa precisa de uma reevangelização (…)” e que “(…) o mundo está assente na tecnologia e na ciência, mas eu tenho a certeza que isto vai mudar.”. Nas palavras da missionária encontram-se a razão destes pensamentos, a sua educação na Fraternidade Verbum Dei baseava-se em “assimilar e viver a Palavra de Deus para depois transmitir.”, ou seja, irracionalidade plena, assimilação e vivência com o que foi assimilado, acrescentado o factor de propagação e o de uma vontade demencial de interferência contínua na vida de pessoas livres.
Links úteis:
Agência Ecclesia: A Europa necessita de uma reevangelização
Agência Ecclesia: Regulamentação da Concordata tem de avançar
Agência Ecclesia: Bento XVI: cultura deve ser permeada pelo Evangelho
Também publicado em LiVerdades
Há dois meses fomos surpreendidos pela notícia da desarticulação de uma célula da Al-Qaeda, pela polícia italiana, que mantinha uma escola de técnicas terroristas, disfarçada de madrassa, numa mesquita da cidade de Pirugia.
O imã, um homem santo, certamente, foi preso. Agora, a notícia vem de Espanha, onde estes casos se vêm repetindo, alarmantemente. Sabendo-se que, em relação ao crime altamente organizado (tráfego de droga, redes de pedofilia e, recentemente, o terrorismo islâmico), a polícia apenas consegue uma eficácia de dez por cento, interrogo-me com preocupação sobre o que estará escondido em cada uma das milhares de mesquitas que livremente se instalaram na Europa, beneficiando do espírito de abertura e de tolerância que a odiada civilização ocidental prodigaliza a todos os cultos e a todas as confissões religiosas.
Será que estaremos a assistir à reedição de um novo Cavalo de Tróia?
Há meses vi, em plena Praça do Chile, uma muçulmana a passear-se vestida com o seu niqabe negro, indumentária feminina que apenas não oculta os olhos, e, por momentos, interroguei-me se, no carrinho de bebé, que puxava, não estariam escondidos explosivos, ao mesmo tempo que me surpreendia com a desfaçatez exibida por aquela mulher em, provocantemente, desafiar a lei que proíbe a utilização na via pública de uma qualquer máscara que não permita a identificação do rosto.
Tudo isto é preocupante!
a) Alexandre de Castro
Pela democracia se luta com as armas que estão mais à mão, explorando os pontos frágeis do inimigo, politicas, religiões, legislações e burocracias falham, não falha a vontade de Liberdade, a busca pacífica pelo diálogo e racionalidade, pela fraternidade da Humanidade, pelo contexto em questão se identifica um ponto fraco nos opressores, a superstição pois claro. Os opressores são supersticiosos, possuem crendices a mais e raciocínio a menos, possuindo uma crença como qualquer outra, acreditam que o contacto com roupa interior feminina, limpa ou suja, lhes tira o poder e força. Claro que pelo meio se situa a misoginia, a humilhação e violação de mulheres como arma de guerra e outras atrocidades contra minorias.
Assim surge uma campanha revolucionária pela Liberdade, a Panty Power Campaign, consistindo numa original e simples arma de combate, cuecas de mulher, por estrear, usadas, limpas ou sujas, endereçadas às Embaixadas de Myanmar. As cuecas podem ser enviadas, por exemplo, para a Embaixada na Tailândia, cuja morada é: Myanmar Embassy, 132 Sathorn Nua Road, Bangkok.
Links úteis:
Guardian: Activists send female underwear to Burmese embassies
Lanna Action for Burma: Panty Power Campaign
Folha Online: Mulheres enviam calcinhas a Embaixadas de Mianmar
Moradas das Embaixadas de Mianmar
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