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29 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Desabafo de um ateu

Por

José Moreira

Tem sido dito e redito, por quem tem esse direito, que o Diário Ateísta é um espaço aberto a todos quantos o queiram frequentar, independentemente das suas convicções, religiosas ou de outra índole. O que não acontece com os “sites” religiosos. Cientes do facto, e à míngua de espaço onde depositar os dejectos intelectuais, muitos crentes procuram o Diário Ateísta, onde podem, impunemente, exibir a sua indigência intelectual ou a sua má-formação. Ou ambos, o que é pior. Alguns aparecem ostentando a máscara do debate sério e sereno; mas, ou o elástico não presta ou a máscara é fraca, a verdade é que mais tarde ou mais cedo (mais cedo do que tarde) a dita máscara acaba por cair e eles são obrigados a mostrar as suas verdadeiras intenções: a sabotagem pura e simples, o insulto soez ou, como disse um ilustre fanático do seu deus pessoal, para não deixar os ateus exporem à vontade os seus pontos de vista (cito de memória).

Vem isto a propósito de uma carta que um leitor, que exerceu o inalienável direito de não revelar a sua identidade (foi logo censurado! Esqueceram-se que é tão anónimo um “anónimo” como um “jairo entrecosto”, por exemplo. Aliás, ninguém garante que José Moreira é um nome verdadeiro…) e denunciou o facto de ter sido alvo de “evangelização” nas duas vezes que teve de acorrer a um hospital de gestão religiosa. Caiu-lhe em cima tudo quanto era cristandade, cristianismo a “amor ao próximo”, como não podia deixar de ser. A má-fé, a arrogância e “tolerância religiosa” aliaram-se alegremente contra o autor da epístola. “Masoquista” foi o menor dos insultos. Podia ser só ignorância, mas não quiseram ficar-se só por aí. O que é pena, mas não espanta.

Vamos a factos concretos, porque alguns idiotas só conseguem aprender com exemplos. E é melhor que aproveitem, porque não tenho jeito para o desenho.

CASO 1 – Há anos, tive um problema numa das mãos. O meu médico de família assegurou-me que teria de ser submetido a uma intervenção cirúrgica. Pedi-lhe que me recomendasse um cirurgião que lhe merecesse confiança, já que a cirurgia teria de ser feita ao rigor do milímetro, ou arriscava-me a ficar deficiente. Recomendou-me um que está considerado o melhor da cidade do Porto, e um dos melhores do país. Só que esse médico trabalhava – e ainda trabalha – num hospital de uma ordem religiosa. Sou ateu, mas não sou fanático e tento não ser estúpido. Além disso, um hospital não é uma igreja (e que fosse…!). Obviamente, fui internado nesse hospital. Confesso que não fui assediado nem vítima de tentativa de evangelização. Nem sequer vi um padre. Tive de aguentar os vários modelos de crucifixos, mas tive o discernimento suficiente para concluir que não estava em minha casa.

CASO 2 – Em 2007 tive de ser internado no Hospital de St.º António, para ser submetido a outra intervenção cirúrgica. Hospital público, para quem não sabe. Pago por todos nós, para quem também não sabe. Logo no primeiro dia, apareceram duas freiras que pretenderam dar-me “conforto espiritual”, como disseram. Esclareci-as, educadamente, que estavam a tratar com um ateu. Afastaram-se, não sem antes me desejarem “fique com Deus” Ainda lhes disse que preferia a “virgem” Maria, mas não sei se me ouviram. Não devem ter ouvido, porque não apareceu mais ninguém, a não ser a minha mulher que, além de não se chamar Maria, não é virgem. Nos dias seguintes, vagueou pela enfermaria um padre, que me ignorava olimpicamente, enquanto cumprimentava “tutti quanti”. Fiquei terrivelmente chateado, como devem calcular. Mas nada surpreendido, naturalmente.
Tudo isto para dizer o seguinte, aos iluminados: em questões de saúde, nem sempre a escolha depende do doente. Nem o doente deve ser censurado – nem ninguém, com dois dedos de testa, o censurará – se optar por um hospital religioso. Desprezar um hospital religioso porque se é ateu, é ainda mais estúpido e primário do que ser fanático religioso. Primeiro, a saúde! Mas esta é, claro, a minha opinião.

E toda a gente sabe (se calhar, não é bem assim…) que os bons médicos estão nos hospitais privados ou de ordens religiosas. Que é onde pagam bem.

E onde cobram melhor.

28 de Novembro, 2010 Ludwig Krippahl

Treta da semana: telepadres

No Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, em Fátima, a ministra da saúde disse que «é preciso garantir a assistência espiritual nos tratamentos de saúde prestados em casa dos doentes»(1). O plano parece ser expandir o contingente eclesiástico que, pago pelo Estado, já há tempos prega nos hospitais públicos. Agora querem fundos adicionais para prestar este serviço ao domicílio.

O comunicado da AAP (2) aponta várias objecções a este plano da ministra Ana Jorge. Não é preciso assegurar nada disto porque religiões que venham bater à porta não é coisa que nos falte. Além disso, a assistência religiosa é uma vocação dos sacerdotes e faz parte da vivência do crente na sua comunidade. Não é nem terapia nem serviço para prestar contra reembolso pela ADSE. Finalmente, é um desperdício. Os ordenados que os serviços de saúde pagam aos padres dariam para ajudar muita gente a comprar os medicamentos de que precisam e que não conseguem pagar. A ministra deve garantir primeiro os medicamentos, e só depois se preocupar com o tal espírito que muitos dizem ter mas que ninguém vê.

Mas aqui, falando só por mim, gostava de acrescentar uma objecção importante. A assistência “espiritual” é uma mentira. Não é apenas uma questão das pessoas gostarem de ter lá o representante da sua religião. Não é assistência psicológica ou mero consolo emocional. Em geral, as pessoas sentem necessidade deste apoio porque as convenceram de que aquilo é verdade. Julgam, conforme lhes foi ensinado, que o padre, o rabino, o imã, o monge, ou o que lhes tenha calhado, sabe mesmo o que os deuses querem, tem poderes mágicos para perdoar pecados, dá impulso extra às orações e é mediador indispensável na negociação com as divindades.

Isto não é o mesmo que gostar de música clássica ou de ficção científica, ao contrário do que sugerem alguns que argumentam em favor de subsidiar os padres porque também se subsidia artes e espectáculos. A diferença é que gostar deste cantor ou daquela actriz não implica acreditar em mentiras. Não é o mesmo que acreditar em Shiva, ou que Maomé falava com o criador do universo ou que só a fé em Jesus nos pode salvar.

Este problema afecta toda a sociedade. Não temos leis no código penal punindo quem diga mal do Benfica ou da Madonna, mas “vilipendiar” religiões pode dar prisão. Não se deve troçar da religião das pessoas, segundo dizem. Só da sua afiliação política, crença na astrologia, convicção de que somos visitados por extraterrestres ou tudo o resto que não seja religioso. Alguns crentes religiosos têm a honestidade de afirmar que só a religião deles é verdadeira. Esses vemos logo que são presunçosos e prepotentes. Outros preferem dizer, condescendentes, que todas as religiões são igualmente válidas, cada uma à sua maneira. Só que não tão igualmente válidas que aceitem que os filhos escolham uma diferente da sua.

Isto tudo porque a experiência religiosa depende sempre de assumir como verdadeiros, e em exclusivo, os dogmas de uma religião específica. Ninguém é religioso genérico. É sempre de uma marca qualquer. A “assistência espiritual” é um eufemismo enganador para uma diversidade conflituosa de “assistências”: católicas, evangélicas, judaicas, muçulmanas e assim por diante, todas afirmando-se como a única virtuosa e verdadeira. O apoio estatal só incentiva esta divisão nefasta. Quer façam como agora, subsidiando apenas os católicos em detrimento dos outros, quer passem a contratar ministradores de tudo o que é religião, acabam por pagar a cada um para dizer que só ele tem razão e que os outros estão enganados.

Para mais, é pura superstição. As crenças acerca do Buda, de Maomé, de Moisés, de Jesus, de Xenu ou das placas de Mórmon são tão infundadas como o medo do dia 13 ou a confiança em amuletos. Não digo que o Estado deva reprimir estas crenças. Se alguém achar que a figa de ouro ajuda a curar uma infecção, que atribui a um mau olhado em vez de micróbios, os serviços de saúde devem limitar-se a dar a medicação e deixar a pessoa acreditar no que quiser. Mas o Estado também não deve incentivar estas parvoíces. Será um mau exemplo a ministra garantir que todos os pacientes tenham acesso gratuito a figas de ouro.

Uma objecção importante a esta medida é ser asneira incentivar estas tretas que tanto dividem qualquer sociedade. O que está em causa aqui não são apenas gostos pessoais ou sequer a fé de cada um, já de si fracas desculpas para gastar o parco orçamento do Serviço Nacional de Saúde. A crença religiosa é mais do que meramente pessoal. Quem adere a uma religião compromete-se não só a aceitar como verdade hipóteses sem qualquer fundamento, mas também a condenar como imoral a sua rejeição. Por exemplo, que o menino Jesus criou todo o universo e que quem não acreditar nisso merece uma eternidade no inferno. Não é racional investir os nossos impostos na propagação destas ideias.

1- Ecclesia, Ministra da Saúde quer assistência religiosa em casa dos doentes
2- Diário Ateísta, Serviço Nacional Religioso (SNR) Comunicado da AAP

Em simultâneo no Que Treta!

28 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Bíblico esconderijo no “complexo do alemão”…

Foto: Veja online [ soldado na intervenção desta manhã no Complexo do Alemão] veja

Pode ler-se no 1º. versículo [Salmo 91 – Biblia VT]:
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará… “

APOSTILA: Nem sempre o Velho Testamento deve ser interpretado “à letra”!

Por E -Pá

27 de Novembro, 2010 Luís Grave Rodrigues

Sondagem

27 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

A idade e a senilidade

Há um crente que diariamente me insulta, chamando-me senil, por causa dos 67 anos que já levo.

Não se dá conta de que, quando eu nasci, Bento XVI já militava na «Juventude Nazi». E só aos 83 anos descobriu que o preservativo pode ser útil.

22 de Novembro, 2010 Luís Grave Rodrigues

A Responsabilidade Moral

  

A notícia caiu como uma bomba:

– O Papa Bento XVI decidiu proclamar que o uso do preservativo é “aceitável em certos casos”, nomeadamente para reduzir o risco de infecção do HIV.

E a “bomba” é tão fantástica, que temo até que venha por aí um dia destes um qualquer esclarecimento, a dizer que não foi bem isso que o Papa disse.

Mas, ainda assim, algumas coisas há a dizer sobre este assunto.

Em primeiro lugar sobre o autêntico desplante do Papa em declarar que “a partir de agora” o preservativo passa a ser “aceitável”.

Mas quem é que este gajo pensa que é, e por quem se toma?

Em que século é que este facínora pensa que vive, ao ponto de pensar que tem o “direito” de proclamar ao mundo isto ou aquilo? Pensará ele que não há mais do que os atrasados mentais que o seguem para todo o lado e o apoiam acriticamente, diga ele uma coisa ou o seu contrário?

Mas o que mais me choca é isto:

Durante décadas a Igreja Católica determinou que o uso do preservativo era proibido, porque contrariava um estúpido e anacrónico dogma bíblico (Génesis, 38).

Durante décadas, entre queimas rituais de preservativos e da persistência desta estúpida proibição, das Filipinas a toda a África sub-saariana morreram milhares de pessoas, numa pandemia que tem sido um autêntico massacre das populações, para não falar dos órfãos da SIDA, tantos deles infectados também por falta de retro-virais adequados.

E afinal tudo em vão, porque pelos vistos o dogma era mesmo estúpido e anacrónico.

A televisão fez sondagens à saída das missas e, espanto dos espantos: agora toda a gente já está de acordo que o preservativo seja “aceitável”.

Sim, “aceitável”, mas apesar de tudo não muito, porque a típica tara sexual do clero católico ainda persiste, e o preservativo passa a ser “aceitável”, mas… só “em certos casos”.

Mais vale tarde que nunca, sim.

Mas não é por isso que as mortes e o sofrimento de tantas e tantas pessoas deixarão de pesar sobre a Igreja Católica, sobre as cabeças deste Papa e dos que o precederam, e até dos católicos sobre quem pesa a responsabilidade moral de ao longo de todos estes anos terem fechado os olhos e os terem apoiado filosófica e moralmente e de, assim, serem isso mesmo: católicos.

17 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Homenagem a Carl Sagan

Por

Abraão Loureiro

Feliz dia de Carl Sagan

Extraído e adaptado de um texto do André do Ceticismo

Foi dia 9 de novembro o aniversário de nascimento de Carl Sagan, foi um dos maiores divulgadores da Ciência até hoje. Se vivo fosse, estaria completando 76 anos. Feliz Aniversário, tio Carl. Feliz Carl Sagan’s Day.

O que diferiu na personalidade de Carl Sagan foi o modo como ele expressou a Ciência. Se você não conhece tio Carl e nunca leu a sua obra ou sequer viu a série Cosmos, a sua vida não tem sentido. Fico sem ter muito mais o que dizer. Só posso esperar que nas gerações vindouras apareça alguém que tenha tanto amor e dedicação em difundir o conhecimento da maneira que tio Carl fez. Talvez seja um sonho distante, mas nunca se sabe.

Dessa forma, resta-nos pouco a dizer e é sempre melhor ouvir, ainda que mais uma vez, as magníficas palavras iniciais da melhor série de divulgação científica jamais produzida.

Veja o vídeo.

16 de Novembro, 2010 Ludwig Krippahl

Evolução: a hipótese nula.

O Alfredo Dinis pediu-me que explicasse «como deveria ser a evolução para que fosse compatível com a existência de um Deus criador.»(1) Não pode. É como a erosão e a escultura. Se a rocha tomou aquela forma pela acção intencional do escultor então não foi pelo efeito cego da chuva e do vento. São explicações diferentes, e mesmo que o escultor tenha poderes especiais e controle a chuva e o vento, o resultado será uma escultura e não o que entendemos por erosão. A evolução e a criação também são processos diferentes.

Para compreender a disposição da terra e pedras no solo podemos considerar a geologia da região, a forma como a água escorre pelos declives e deixa sulcos ou como o vento leva a areia fina e deixa as pedras maiores. Muitos aspectos são previsíveis devido a padrões que podemos perceber nestes processos naturais. E outros aspectos consideramos aleatórios por não os poder inferir dos mecanismos que conhecemos. Aquele seixo calhou ali como podia ter calhado um pouco ao lado, e esta pedra em cima da outra podia ter ficado por baixo.

A teoria da evolução dá-nos modelos deste tipo. Percebemos porque é que a inteligência só surgiu animais multicelulares. Seres unicelulares não conseguem a complexidade do sistema nervoso e plantas e fungos não têm neurónios. Mas os vertebrados terem todos a retina virada para o lado errado parece ter sido um acidente, uma mutação menos afortunada num antepassado distante. Não se explica pela presença de um esqueleto interno.

Se encontramos pedras em forma de ponta de seta precisamos de uma explicação diferente. A erosão pela chuva ou o azar não dão um modelo adequado. Explicamos essas pedras pela acção dos caçadores que ali viviam e que as esculpiram para caçar animais. Confirmamos a hipótese procurando vestígios de acampamentos, ossadas dos animais caçados e assim por diante. O mesmo para o milho transgénico, que não pode ser explicado pela teoria da evolução mas sim pela acção propositada de quem clonou os genes de outros organismos e os inseriu no milho, deixando no genoma vestígios dos vectores de clonagem e outros marcadores.

As teorias da evolução e da erosão dos solos são o que em estatística se chama a hipótese nula. Assumindo aquelas distribuições de probabilidade para o que não conseguimos prever, sujeitas às restrições impostas pelos processos que conhecemos, prevemos o que se deve observar. Se as pedras ou as espécies estiverem de acordo com essas previsões então não se justifica concluir que surgiram de outra maneira. Só algo como o milho híbrido ou as pontas de seta é que exige outra explicação. Nesses casos, as teorias da evolução e da erosão não servem porque não são compatíveis com actos inteligentes. Nem podem vir a ser, pois visam explicitamente descrever o que acontece na ausência de inteligência.

Portanto, a teoria da evolução que temos desenvolvido nos últimos dois séculos será sempre incompatível com a criação inteligente. Nos casos em que haja manipulação inteligente de espécies precisamos de outras explicações. Além disso, para obter essas outras explicações temos de assumir algo acerca da inteligência em causa. Quais os seus objectivos, quais os processos que usou e que vestígios haverá disso para que se possa fundamentar a explicação.

Há uns tempos ensinei aos meus filhos um feitiço poderosíssimo que faz com que todo o universo seja exactamente como é. Sem formação em teologia, riram-se logo do disparate. Mas a «a existência de um Deus criador» que o Alfredo propõe sofre do mesmo problema. Se o universo for como é porque eu fiz o feitiço, ou porque Deus o fez, então as explicações que temos estão erradas. E como estas alegações não implicam nada acerca do que podemos observar, não dão qualquer informação ou explicação. A hipótese de uma criação inteligente e propositada só faz sentido se implicar algo diferente da hipótese nula.

O criacionismo evangélico diz que todas as pedras e grãos de pó foram criados de propósito por Deus. O criacionismo católico aceita a evolução e a erosão para quase tudo mas insiste que a nossa espécie, um seixo equivalente aos outros, está cá porque esse Deus quer. Deixo em aberto se um disparate será maior que o outro mas, seja como for, ambos são incompatíveis com as teorias que temos. Se estas hipóteses forem verdade precisamos de outras explicações. Que não podemos encontrar porque estas hipóteses não dizem nada acerca do que se possa observar.

O Alfredo perguntou também se será por falta de inteligência que os criacionistas católicos dizem não haver conflito entre criação e evolução. Penso que não. Afinal, os criacionistas evangélicos também dizem que a sua interpretação da Bíblia não cria conflitos com os dados que temos, o que é obviamente falso. Julgo que o Alfredo não explicará isto por falta de inteligência dos evangélicos, quanto mais não seja porque é uma pessoa educada. O problema, parece-me, está na fé. Quem decide aceitar uma proposição por confiança perde a capacidade de corrigir erros que só o cepticismo pode dar. Inteligente ou não, condena-se a ter de defender um disparate.

1- Comentário em ECR 2: Evolução

Em simultâneo no Que Treta!.