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22 de Março, 2011 Carlos Esperança

A crueldade da profissão

Por

Abraão Loureiro

Lembro-me quando ainda criança de me debruçar sobre o muro do seminário.
Lá em baixo, no campo da bola algumas vezes via rapazes de saiote jogando futebol. Pareciam alegres naqueles momentos. Felizes? Não sei. Apenas os via a uma certa distância.
Aos domingos eles saíam em filas de 2 acompanhados dos prefeitos para o passeio semanal. O percurso era sempre o mesmo mas sempre dava para que os olhos vissem o lado da liberdade. É bom saber que não eram jovens nascidos e criados em cidades mas sim em aldeias onde nem escolas havia e o modo de vida era duro começando o trabalho árduo desde muito cedo. Daí que esse passeio representava acima de tudo um dia de festa. Quantos terão ficado retidos de castigo por mau comportamento privados desse dia tão esperado?!

Época de miséria que fazia dos pobres a maior massa de alunos para a profissão religiosa. Sempre ouvi dizer que muitas famílias sem condições de sustento metiam as chamadas cunhas aos párocos para que os filhos pudessem entrar no seminário. Isso representava duas garantias. A alimentação e a instrução.

Para os mais abastados existiam outras regras. Pela ordem de nascença, um dos filhos era cruelmente encaminhado para o seminário com o fim de subir na vida com a garantia de um posto elevado. Elevado representa DINHEIRO e PODER e daí prá frente a continuidade do bem-estar do rebanho familiar. Manutenção dos estatutos feudais mesmo em regime republicano.

É certo que alguns dizem e até acredito, que ingressaram na carreira por sentido de vocação. Ámen. Acredito também que muitos outros foram seduzidos por catequistas, madrinhas, avós, mães, cérebro esvaziado pelo mundo que os rodeava, etc.. Garantidamente por namoradas não foram.

Também é certo que outros, influenciados pelos pais, frequentaram o curso com a finalidade única de fazerem o ensino com cama, mesa e roupa lavada gratuito para seguirem viagem até à Universidade.

Se os directores seminaristas adivinhassem as intenções, eles jamais comeriam de borla.

Dadas as regras para aceitação, outros, que por gosto ou desgosto só tiveram oportunidade de bater à porta de um mosteiro. Para estes não sei o que teria sido melhor, se o sanatório ou o convento. As depressões não são sentidas pelo doente. Não quero dizer com isto que os considero pessoas de má fé. Antes pelo contrário, acredito que vão imbuídos de bons sentimentos e dispostos a sofrer pelos outros.

Regras fundamentais da casa (mosteiro):
1º – Aqui quem manda sou eu. Democracia.
2º – Quem não cumprir as regras vai pró olho da rua. Compaixão.
3º – Quem tem dote tem direitos. Negócio.

Terminado o seminário o que fazer? Sair? Serviço militar obrigatório? Procurar emprego sem habilitações técnicas ou superiores? Com tantos anos de clausura como será o mundo lá fora? Enfim, um ror de questões para a sobrevivência porque daqui pra frente a única garantia é seguir a carreira profissional ao serviço do Estado Vaticano. É hora do acerto de contas. Gastamos e está na hora de começares a pagar em prestações. Ficas com um franchising modesto para início e se adquirires boas técnicas de marketing poderás mudar de estabelecimento para uma rua mais afreguesada.

Se o agora homem feito já sentindo o chão que pisa tiver olhos para os dinheiros que gere e um pouco de prosápia, poderá subir os degraus da vida tal e qual se sobe na política. É apenas uma questão de jeito e de jeitos.

Sofri mas aprendi. Reprimiram os meus pensamentos e desejos, que mais me resta nesta vida?

Tenho empregada doméstica para todo o serviço. Tenho beatas que não me saem da sacristia. Tenho tempo para ver o Sol e a Lua e ainda sobram uns trocados para ajudar algum familiar que ande à rasca para sustentar a família.

Ora que se lixe! O mundo que me perdoe mas eu vou continuar fingindo que acredito.

21 de Março, 2011 Carlos Esperança

Vidas roubadas por freiras e médicos

Redes de adopções ilegais «exportavam» bebés para o estrangeiro.

Freiras e médicos entregaram recém-nascidos a casais dos EUA e da América Central.

As redes de adopções irregulares que operaram até 1987 actuavam sobretudo em Espanha, mas também o fizeram fora. Diversos testemunhos e investigações de EL PAÍS indicam que estendiam os seus tentáculos a outros países.

Os bebés compravam-se, vendiam-se… e exportavam-se. A investigação levada a cabo por EL PAÍS permitiu descobrir que a fama das freiras e médicos que integravam as quadrilhas de roubo, venda e adopções irregulares de crianças atraiu a Espanha casais de outros países (EUA, México, Guatemala, Venezuela…) que não podiam ter filhos. Assim o fizeram Roswitha Huber, natural de Hollabrunn (Áustria) y Roland Edward Ryder, de Seymore, Texas (EUA). O filho que recolheram na clínica San Ramón de Málaga, Randy, há 10 anos que procura a mãe biológica.

Continue e leia a sua história em El País

17 de Março, 2011 Carlos Esperança

“…no debería haber capillas en las universidades públicas”

Por

E – Pá

Nos domínios do cardeal Rouco Varela, acende-se uma questão religiosa que tem por pano de fundo a Universidade Complutense (Madrid), as suas 5 capelas, um grupo de alunos[as] contestatários, um avisado reitor… e um incontornável convénio com a Conferência Episcopal (espanhola).

Uma mistura explosiva…

E uma interessante entrevista ao El País do reitor Carlos Berzosa link

 

17 de Março, 2011 Carlos Esperança

Sensibilidade dos alunos da Universidade Católica

Alunos da Universidade Católica que participam nas praxes envolveram-se esta noite em cenas de pancadaria com um grupo de sem-abrigo, em Braga.

Os incidentes começaram quando cerca de três dezenas de estudantes da Faculdade de Filosofia (FAC/FIL) da Universidade Católica de Braga, com um grupo de caloiros que praxavam, se terão dirigido aos sem-abrigo que descansavam nos claustros da Rua do Castelo, no centro de Braga. Esta foi a versão unânime dos vários transeuntes, parte dos quais chamaram a PSP.

16 de Março, 2011 Luís Grave Rodrigues

Imagine…

14 de Março, 2011 Luís Grave Rodrigues

Deus e Catástrofes

 

Tradução “livre” de um artigo de A. C. Grayling, publicado no site da Richard Dawkins Foundation.

É com tristeza que todos pensamos nas centenas de milhares de pessoas cujas vidas foram horrivelmente perdidas ou afectadas pelo terramoto e pelo tsunami do Japão, e que marcaram a negro os anais deste ano de 2011, e que vieram logo a seguir ao terramoto que atingiu Christchurch na Nova Zelândia.

Estes acontecimentos, que estão certamente ligados do ponto de vista tectónico, lembram-nos das vastas forças da natureza que, se são normais para o próprio planeta, são já prejudiciais para a vida humana, especialmente para aqueles que vivem perigosamente perto do quebra-cabeças que são as falhas da superfície terrestre.

Alguém me disse que na igreja da sua terra iria haver orações especiais pelas pessoas no Japão. Este comportamento bem-intencionado e fundamentalmente simpático mostra, no entanto, quão absurdas, no sentido literal do termo, são as práticas e as crenças religiosas.
Quando vi na televisão uma reportagem de pessoas a dirigirem-se para a igreja em Christchurch após o trágico terramoto, foram estes pensamentos que me assaltaram.

Não seria simpático da minha parte pensar que aqueles que foram à igreja o foram para dar graças por eles próprios terem escapado pessoalmente; não lhes quero imputar egoísmo e alívio pessoal no meio de um desastre no qual tantas pessoas arbitrária e subitamente perderam as suas vidas por causa de um “acto de Deus”.
Mas se essas pessoas foram rezar para que o seu deus olhe pelas almas daqueles que morreram, por que pensariam elas que esse deus o faria, uma vez que foi ele próprio quem causou, ou permitiu, que os seus corpos fossem súbita e violentamente esmagados ou afogados?

De facto, estariam elas a suplicar e a louvar uma divindade que idealizou um mundo onde existem tantas arbitrárias e súbitas mortes?
Um ser omnisciente conheceria bem todas as implicações daquilo que faz, e por isso saberia também que iria proporcionar estes acontecimentos e todas estas suas horríveis consequências.
Estariam elas a louvar o causador do seu sofrimento, pelo seu sofrimento, e também a suplicar a sua ajuda para escapar àquilo que ele próprio tinha planeado?

Talvez elas pensem que o seu deus não é o responsável pelo terramoto. Mas se elas acreditam que o seu deus idealizou um mundo no qual estas coisas acontecem, mas depois deixou esse mundo sozinho e não intervém mesmo quando ele se torna letal para as suas criaturas, então essas pessoas estão implicitamente a questionar a moralidade do seu carácter.

E se ele não é suficientemente poderoso para fazer alguma coisa sobre a criminosa indiferença do mundo para com os seres humanos, então em que sentido é ele deus?
Pelo contrário, ele parece ser um espírito impotente, para quem é inútil rezar e que é indigno de ser louvado.

Porque se ele não é capaz de impedir um terramoto ou salvar as suas vítimas, então não está qualificado para criar um mundo.
Mas se ele é poderoso o suficiente para ambas as coisas, mas ainda assim cria um mundo perigoso que inflige arbitrariamente sofrimentos violentos e agonizantes a criaturas racionais, então ele é perverso.

De qualquer modo, o que pensam as pessoas que acreditam em tal ser, e vão à igreja para o louvar e adorar?
Como, perante acontecimentos que a bondade e a preocupação humana consideram trágicos e que exigem ajuda – ajuda que são os próprios seres humanas que proporcionam aos seus semelhantes: nunca aparecem anjos vindos do céu para ajudar – podem as pessoas acreditar em tal incoerente ficção, como é a ideia desta divindade?

É este um enigma sem fim.

10 de Março, 2011 Miguel Duarte

Passagem do Documentário “The Nature of Existence”

No próximo dia 16 de Março, pelas 20:00, irá realizar-se mais um dos encontros Ateístas e Humanistas, que se costumam realizar mensalmente (terceiras quartas feiras de cada mês). Desta vez, o encontro é especial, pois iremos passar o documentário “The Nature of Existence“, e contaremos com a posterior presença do Director do mesmo Roger Nygard, via Skype.

O encontro é na Loja de História Natural, em Lisboa, sendo que se pede a todos os que queiram estar presentes para confirmar na página do Meetup dos Encontros Ateístas e Humanistas.

A entrada é gratuita, mas, pede-se a quem queira estar presente para fazer um pequeno donativo e/ou para trazer comida/bebida, por forma a partilhar com os restantes participantes (existirá uma mesa com doces/salgados/bebidas no local).

Sinópse do Documentário

What if you asked the religious experts, gurus, scientists, and atheists of the world why we exist, and what are we supposed to do about it? What started the Universe, and was it a mistake?
Does God exist, and why does he seem so interested in our sex lives? Who do you think wins that debate? After exploring the phenomenon of Trekkies, filmmaker Roger Nygard journeyed to the source of each of the world’s belief systems, to find people who have influenced, inspired, and freaked out humanity…
Including high-profile atheists such as Stanford physicist Leonard Susskind (co-discoverer of string theory), Harvard Psychologist Daniel Gilbert (author, Stumbling on Happiness), actor/monologist Julia Sweeney (Letting Go of God), film director Irvin Kershner (Star Wars: The Empire Strikes Back), Ann Druyan (author and wife of the late Carl Sagan), evolutionary Biologist Richard Dawkins (The God Delusion), and many more….

“If an individual has faith that he is Napoleon, then you say he’s loony. But if a hundred million people have faith in some god, then because it’s a hundred million, you’re supposed to respect it. But there’s actually no more evidence for their god, than for the lunatic’s belief that he’s Napoleon.”
Richard Dawkins, in “Then Nature of Existence”

“Roger Nygard’s ‘The Nature of Existence’ is wonderful!’”
debunkingchristianity.blogspot.com

“…amusing, informative, and well worth seeing…it will teach, entertain, and provoke thought…often amusingly bizarre… you’ll see and hear things you never knew before. Or imagined. And if you’re attentive, you’ll get the jokes. Think Religulous except more ambitious and less mean.”
Richard Carrier Blogs

“The Nature of Existence is a timely, thought-provoking trip. … walks a wide span of the theological, philosophical and scientific waterfront, offering voices ranging from mainstream Christianity, Judaism, Islam, Hinduism, Taoism and Buddhism to physicists, atheists , pagans, the Nation of Islam, spiritualists, and the Church of Satan…he has come away with a movie that may be the most enjoyable philosophy class ever.”
**** Dallas Morning News

Skepticality podcast #143 (Skeptic Magazine):
http://www.podcastdirectory.com/podshows/9245359

CFI – Point of Inquiry with Robert Price:
http://www.pointofinquiry.org/roger_nygard_the_nature_of_existence/

Freethought Radio (July 3rd broadcast):
http://www.ffrf.org/news/radio/shows/