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Categoria: Não categorizado

15 de Dezembro, 2012 Luís Grave Rodrigues

Citação do Dia


Christopher Hitchens
(13 de Abril de 1949 – 15 de Dezembro de 2011)

13 de Dezembro, 2012 Abraão Loureiro

Quando a concorrência estraga o negócio

Quando a concorrência é muita e os rios de dinheiro chegam com menor caudal, há que inventar algo para passar uma ideia interesseira e falsa para desta forma tentar eliminar ou diminuir os concorrentes.

Todos sabemos que instituições de carácter social (indicadas na petição) são máquinas altamente lucrativas e boas para lavagem de dinheiro.

Note-se que a petição nem sequer menciona nome de grupo de cidadãos descontentes, foi editada à sombra de completo anonimato.

Ver a petição pública aqui

13 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

Deus – Uma coisa em forma de assim

Não resisto a parafrasear Alexandre O’Neill para definir esse ser que os homens criaram sem se darem conta da tragédia que conceberam.

Deus é, de facto «Uma coisa em forma de assim». Não é um animal porque os homens o deformaram tanto que se distanciou dos criadores e se tornou num ser indefinido, ruim e vingativo, uma espécie de olho invisível que espreita por baixo das saias das raparigas e pela fechadura da porta dos quartos de casal.

Não pertence ao reino vegetal porque não é uma árvore que dê sombra, um fruto que mate a sede e a fome, uma erva que alimente os animais nossos amigos. Apenas se parece com a couve na inteligência e com as ervas daninhas na utilidade.

Do reino mineral, apesar de criado com a dureza do diamante e a negritude do petróleo bruto, também não é, com certeza.

Deus é um mito, sabemo-lo bem, mas inventado para responder às dúvidas, criar medos e alimentar parasitas que o vendem nas igrejas, mesquitas, sinagogas, pagodes e outras casas de maus costumes. Sem homens não existiria essa infeliz criação, mas os homens vivem bem sem ele.

A humanidade viveu séculos de opressão com medo do mito que os homens criaram. É tempo de viver a vida sabendo que é um percurso natural de Eros a Tanatos, dois deuses que, como acontecerá aos atuais, já pertencem à mitologia.

Deus é um mito que se dispensa, uma ameaça que embrutece e enlouquece, o artigo de adoração que fanatiza, corrompe e desmoraliza. É, afinal, … uma coisa em forma de assim.

6 de Dezembro, 2012 Carlos Esperança

As religiões, o maniqueísmo e os partidos políticos

A origem persa do maniqueísmo e a sua teorização em aramaico pelo próprio Maniqueu acabou por ser inerente aos três monoteísmos, para quem um defeito nunca vem só. Foi seu admirador Agostinho de Hipona, conhecido pelo epíteto de Santo Agostinho, que o difundiu vigorosamente, embora, mais tarde, tenha vindo a combatê-lo.

Para cada religião só há um deus verdadeiro – o seu –, sendo falsos todos os outros. Por isso, em boa verdade, todos somos ateus, limitando-se, quem se reivindica ateu, a negar apenas mais um e a considerar falsa uma religião mais do que o mais inexorável beato.

As religiões monoteístas têm ainda uma outra tara – o proselitismo –, exceto o judaísmo que, sendo isenta dessa, guardou para si outra: considera-se a detentora de um registo da Conservatória do Registo Predial Celeste (CRPC), que lhe garante a posse da Palestina com a assinatura do conservador Jeová sob o selo branco da estrela de David.

O judaísmo, o cristianismo e o islamismo, este numa fase de exacerbamento fascista, à medida que o falhanço da civilização árabe se agrava, influenciam largamente a política global e transmitem aos partidos políticos o carácter maniqueísta que divide e subverte objetivos que deviam ser comuns.

Na religião, o dissidente é herege e na política é um traidor. Um convertido é venerado numa e noutra e, na religião, facilmente se torna santo. Hereges, renegados e traidores são os que pagavam com a vida a obstinação de serem livres-pensadores. O iluminismo e a Revolução Francesa vieram abalar os alicerces do dualismo maniqueísta e, por isso, devemos-lhes mais do que a todas as religiões juntas. Vale mais uma página de Voltaire do que todo o Pentateuco.

O pluralismo, a rotatividade política e o direito de nos arrependermos do voto errado, e de o corrigirmos pacificamente, são conquistas recentes na história da humanidade. O direito divino era um castigo demasiado cruel para que os homens livres o aceitassem. Preferiram trocá-lo pela vontade popular expressa no sufrágio universal e secreto.

É altura de nos emanciparmos politicamente e deixar para a fé os interditos, os ódios e o proselitismo que são apanágio das religiões. A política precisa da diversidade e exige de todos um esforço para evitar que a riqueza seja apropriada por uma única classe ou por um bando que assalte o poder.

Para isso não podemos ser maniqueístas. Não há verdades absolutas. A não ser para os crentes.