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Recordando JP2

As preocupações do Diário de uns Ateus com a ofensiva reacionária e antidemocrática dos meios religiosos, manifestadas desde o seu aparecimento na Internet, começam a ser partilhadas por diversos cidadãos que descobrem o perigo do proselitismo raivoso, da defesa de valores anacrónicos e da exaltação dos próceres eclesiásticos. Há, nos dois monoteísmos prosélitos – o cristianismo e islamismo – uma escalada clerical metódica e concertada.

Até hoje, não houve da parte do Vaticano uma condenação do fascismo islâmico (não há outro nome para definir as teocracias) pela pena de morte contra Salman Rushdie ou pela criminosa aplicação da sharia. No entanto, grasna e crocita contra o laicismo e as decisões democráticas dos países livres, na França, em Espanha ou na Irlanda.

O livro «Memória e Identidade», de JP2, de que a ICAR já deixou de falar, mas a que continua fiel, é um vómito contra a liberdade expelido pela Cúria romana, um labéu contra o laicismo e um convite à revolta dos crentes contra as democracias liberais. O fundamentalismo católico encontra-se aí, implacável, nas posições ideológicas do livro papal e no desejo manifesto de provocar um retrocesso civilizacional na sociedade.

O mundo confundiu o anticomunismo de João Paulo II com o espírito democrático e o sorriso com a bondade. Hoje, a popularidade do ditador é uma arma contra a liberdade. A beatificação de Pio IX e outros algozes que nos remetem para o passado negro da ICAR devia ter-nos alertado para as alfurjas do mal que medram no Vaticano.

B16 é um digno sucessor depois de ter sido o seu mentor. O mundo seria bem melhor sem as religiões, em geral, e os monoteísmos, em particular.