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Mês: Outubro 2011

23 de Outubro, 2011 Carlos Esperança

Vaticano – Mais três canonizações que saíram à casa…

Bento XVI presidiu hoje no Vaticano ao rito de canonização de três novos santos da Igreja Católica, que apresentou como “exemplos” de “amor aos irmãos”.
(…)
Bento XVI declarou como novos santos dois religiosos italianos e uma religiosa espanhola que viveram entre os séculos XIX e XX: Guido Maria Conforti (1865-1931), arcebispo de Parma (Itália), fundador dos Missionários de São Francisco Xavier; Luigi Guanella (1842-1915), padre e fundador da Congregação dos Servos da Caridade e do instituto das Filhas de Santa Maria da Providência; Bonifacia Rodríguez de Castro (1837-1905), fundadora da Congregação das Servas de São José.

23 de Outubro, 2011 Carlos Esperança

Acreditemos….

Embalada por um crescimento económico de 8% ao ano, a Turquia aspira se tornar um ator global. Para isso, precisa se credenciar como potência regional. Além de produtos, os turcos querem exportar o seu modelo de islamismo moderado. Esse modelo atrai, principalmente, os países da primavera árabe.

É o que explica o cientista político turco Dogu Ergil, da Universidade Fatih, que acaba de voltar de uma pesquisa de campo no Egipto e na Tunísia. Em entrevista ao Estado, ele analisa o endurecimento da Turquia com a Síria. “A Turquia não quer a queda de (Bashar) Assad, mas que ele implemente reformas. Caso contrário, a rebelião popular derrubará o regime. Isso causará muita instabilidade (em toda a região).”

Comentário: Apesar de não saber o que é o islamismo moderado (deixam construir templos de outras religiões e organizar associações de livres-pensadores?) espero que a demência do fascismo islâmico seja contida como foi a do cristianismo.

21 de Outubro, 2011 Carlos Esperança

Não me recordo da condenação do regime líbio pelo Vaticano.

A notícia da morte de Kadafi fecha uma longa e trágica fase da luta sanguinolenta para depor um duro e opressivo regime, relata comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. Este acontecimento dramático conduz mais uma vez a reflectir sobre o preço do sofrimento humano e a queda de cada sistema que não tenha alicerces no respeito e na dignidade da pessoa, e sim sobre a predominante afirmação do poder.

21 de Outubro, 2011 Carlos Esperança

Vaticano – hipocrisia e oportunismo

O Vaticano reconheceu nesta quinta-feira como “legítimo representante do povo líbio, conforme o direito internacional”, o Conselho Nacional de Transição (CNT), após a captura e morte nesta quinta-feira do ex-ditador Muammar Kadafi.

Em nota oficial, a Santa Sé informou que já teve “diversos contactos” com as novas autoridades da Líbia, e expressou seu “apoio” ao povo líbio e à sua transição política, com o desejo de que tenha sucesso na reconstrução do país norte-africano.

Comentário: A última ditadura europeia esperou pela morte de Kadafi para reconhecer o novo Governo.

20 de Outubro, 2011 Ludwig Krippahl

Em cheio, na palha.

Num texto sobre o matemático, cosmólogo e padre Georges Lemaître, o Alfredo Dinis argumenta ser errada a «tese de que quem tem uma fé religiosa não está interessado na verdade científica, nem sequer tem competências para fazer avançar a ciência, porque a fé não deixa pensar, ter espírito crítico e criativo.»(1) Concordo. Ter fé numa coisa não impede que se tenha espírito crítico acerca de outra. No entanto, o Alfredo apresenta este caso como «incómodo para muitas pessoas, sobretudo as que continuam a insistir que há uma incompatibilidade radical entre ciência e religião, e que a ciência avança tanto mais depressa quanto mais depressa se abandonar a religião.» Eu sou da opinião de que há essa incompatibilidade radical e de que a ciência avança melhor sem religião. Mas o exemplo do Lemaître não é relevante para esta posição, porque a incompatibilidade das duas abordagens não impede que a mesma pessoa seja capaz de ambas. É como fumar e fazer pesca submarina.

O Alfredo alegou várias vezes que a ciência permite aferir a verdade de hipóteses testáveis, enquanto a religião decide a verdade das outras hipóteses. Nunca percebi como se pode aferir a verdade de uma alegação, acerca dos factos, que seja impossível de testar. E, a julgar pela diversidade dos dogmas das muitas religiões, não devo estar sozinho nisto. Mas esta diferença, que o Alfredo admite, torna a religião incompatível com a ciência. O problema fundamental é que a ciência não pode aceitar como verdadeira uma alegação que não tenha sido testada com sucesso, enquanto as religiões exigem dos seus adeptos que aceitem pela fé hipóteses que não podem ser testadas ou até que foram testadas e falharam nos testes. O criacionismo, por exemplo, que o Alfredo admite ser contrário à ciência mas que esquece sempre quando fala “da religião”.

Lemaître apenas ilustra que uma pessoa pode aceitar umas hipóteses por fé e avaliar outras com ciência. Não é novidade nenhuma. A mente humana tem uma capacidade extraordinária para ser exigente e criteriosa acerca de algumas alegações enquanto isenta de qualquer cepticismo outras crenças, mais queridas. Ninguém poderia ter uma só religião sem conseguir este feito pois, caso contrário, ou não teria nenhuma ou teria todas.

O que é pertinente e esclarecedor no caso do Lemaître é o papel que a fé católica teve na formulação, compreensão e avaliação deste modelo pela comunidade científica. Absolutamente nenhum. O processo científico, enquanto tal, não recorreu à fé de Lemaître. E, se recorresse, deixava de ser científico, porque o mérito e a utilidade da ciência vêm precisamente da forma imparcial com que esta avalia as hipóteses à luz das evidências e sem o enviesamento de preferências pessoais, tradições, fés e fezadas.

E o Lemaître teve sorte por o seu modelo não ter chocado com os dogmas que a sua religião defendia nessa altura. Caso contrário, provavelmente teria de fazer como Teilhard de Chardin. Para tentar conciliar a sua fé com a teoria da evolução, Teilhard de Chardin deturpou ridiculamente esta teoria e, mesmo assim, ainda arranjou sarilhos com os representantes oficiais da sua religião. Sempre que a fé e as evidências concordam a fé é supérflua para determinar a verdade. E sempre que discordam, a fé é nefasta. Como a ciência exige uma disposição constante para rever e alterar hipóteses perante novas evidências, mais cedo ou mais tarde a fé acaba por ser um empecilho. Investigação científica baseada na fé não leva a lado nenhum. E a fé, no fundo, não precisa da ciência para nada porque está-se nas tintas para a verdade.

A meu ver, a investida do Alfredo estripou violentamente a tese de que quem tiver fé numa alegação é incapaz de avaliar objectivamente qualquer outra. Foi palha por todo o lado. No entanto, o Alfredo nem sequer mencionou o problema mais interessante, que é a incompatibilidade das abordagens em si. Perante uma afirmação acerca dos factos, podemos ter, no máximo, uma destas duas atitudes. Ou tentamos apurar a verdade de forma objectiva e imparcial, ou escolhemos acreditar por fé. Podemos fazer uma coisa para umas alegações e outra para outras, mas não é possível ter fé e manter-se objectivo e imparcial, ao mesmo tempo, acerca da mesma hipótese.

1- Alfredo Dinis, Ciência e religião – o caso do P. Georges Lemaître
Em simultâneo no Que Treta!

20 de Outubro, 2011 Carlos Esperança

Ensinar os ignorantes que não conhecem a Bíblia

Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente anti-semitas, «mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».

Os comentadores que insultam e são ignorantes têm obrigação de ler os Evangelhos para conhecerem os manuais de maus costumes onde julgam que se inspiram.