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No Brasil mais de 24% do tempo na TV é para religião e compras

Eu ainda continuo achando que se tivéssemos mais ciência nas TVs, teríamos menos religiosos fundamentalistas. Infelizmente, não é o que ocorre no Brasil. Tanto nas TVs quanto nas rádios, há uma invasão de igrejas neopentecostais que ficam o dia todo passando orações, milagres e curas feitos pelos donos das igrejas, além de (claro) pedir o dízimo ou mesmo o trízimo (sim, há uma igreja que prega que você deve dar 30% do que ganha).

Levantamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine) constatou que 24,1% da programação das TVs abertas no Brasil estavam destinados a telecompras e religião em 2009. A CNT, por exemplo, responde sozinha por 29,4% dos programas que tratam desses temas em toda a TV aberta. Na sua grade, o peso supera os 50%.

João Brant, membro da Coordenação Executiva da Intervozes, organização não governamental que defende o direito à comunicação, critica o excessivo espaço dedicado à religião e a falta de pluralidade religiosa:

“Não existe preocupação com a diversidade. O problema maior é o proselitismo religioso. Tem que haver respeito à liberdade de crença. Há espaços dedicados na TV para apenas uma religião. E ainda há ataques a outras crenças.”

Pelo levantamento, a CNT é a emissora que mais dedica tempo a esses programas (64,1%), enquanto a TV Gazeta vem logo atrás, com 58,8%. Em seguida, vêm a Rede TV!, com 38,6%, a Band, com 28% e a Record, com 21,5%.