Loading
  • 2 de Julho, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

O Diário Ateísta e os salafrários de deus

Há quem não entenda que em matéria de convicções contam os direitos e liberdades individuais e não os desvarios e violências de um deus que os homens primitivos criaram à sua imagem e semelhança.

Há quem, a coberto do anonimato e da indulgência dos ateus, venha bolçar inanidades em português medíocre, e com um ódio torpe, às caixas de comentários dos posts que aqui se publicam.

Há quem julgue que a falta de educação e a raiva são o passaporte para o Paraíso que lhes reserva um deus violento criado na Idade do Bronze. Apagar o vómito de fanático é um acto que está à distância de um clic, mas os ateus relevam quem foi envenenado pela fé e intoxicado pelo clero.

Impede-nos o respeito por crentes, que se identificam e discutem de boa fé, que usemos para os anónimos a mesma  linguagem e insultos que aprenderam nas sarjetas do ódio madraças e sacristias.

Dificilmente alguém tem um passado tão negro e longo no combate à liberdade como as religiões monoteístas, o que não faz dos crentes malfeitores mas faz dos prosélitos gente pouco recomendável.

A sanha dos intoxicados pela fé lembram as catequistas da minha infância, tementes a deus e ignorantes, que diariamente semeavam o ódio aos ateus, comunistas, judeus e hereges no coração de crianças de seis ou sete anos. Eram beatas cujo analfabetismo não as impedia de debitar as aleivosias que o padre lhes ensinava.

Num mundo onde a tolerância e a diversidade deviam ser o paradigma da convivência cívica, aparecem solípedes à solta, que podem ser enfermeiros ou professores, cobardes que ocultam a identidade, sectários que uivam hinos ao seu deus e zurram ameaças aos que seguem a sua consciência.

Continuaremos a deixa-los usar a linguagem ao nível do deus em que acreditam.