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Mês: Maio 2009

27 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Momento zen de segunda

João César das Neves (JCN), parecendo um troglodita, é um profeta. Para ele o sexo é como o toucinho para Maomé, uma abominação, um erro da natureza que da reprodução fez prazer e popularizou esse método repugnante.

A homilia desta segunda-feira, no DN, execra o sexo. A parábola «Deseducação sexual» abomina alusões a essa sujidade, ao preservativo e à sordidez da reprodução humana.

JCN é um profeta que usa a língua e os dedos para defender a castidade. Fala e escreve para glorificar o Senhor e repetir as palavras do papa numa sociedade onde o erotismo é a arma de Satã. É um sofredor, apertado pelo cilício, a usar a ironia: «A masturbação é natural, o impulso sexual deve ser promovido [sic], se praticado com segurança, e há perfeita equivalência entre todas as opções sexuais. Pudor, castidade e matrimónio são disparates».

Por mais difícil que seja descobrir «impulsos sexuais promovidos… com segurança» adivinha-se que JCN é contra os impulsos e contra a segurança. O profeta não é rigoroso na gramática mas é impoluto no pensamento. O texto é um pesadelo para a inteligência mas um refrigério para a alma. Um dia o Evangelho de S. João César há-de registar esta parábola: «As gerações futuras vão rir à grande com a tolice dos nossos políticos que se encarniçam a regular o baixo ventre». Pensemos nas gargalhadas dos vindouros quando descobrirem como agora se fazem meninos, quando bastar inserir peças numa linha de montagem, carregar num botão e produzir bebés a chorar. Talvez usem o método para fazer triciclos.

JCN, entre as reflexões pias e os louvores à castidade, ainda informou os leitores de que há 50 anos o PS defendia as ideias económicas que o Bloco de Esquerda defende hoje. Tendo o PS 36 anos de existência facilmente entendemos como JCN despreza a verdade e o tempo para salvar a alma.

27 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Momento de Poesia

Dissertação sobre o Santo Ofício

Nenhuma imagem é perfeita

nenhuma imagem envelhece o tempo

se não for purificada pelo fogo,

Roma ficou a arder

ao longo de dias e de noites

para que Nero se masturbasse

ao som da lira

também os severos inquisidores

e os tentaculares poderes seculares

ergueram os patíbulos do Santo Ofício

na praça pública, para gáudio da populaça,

e purificaram hereges, cristãos-novos e ateus,

com o incenso dos fumos da palha seca

para iluminar os longos braços de Deus.
a) Alexandre de Castro

26 de Maio, 2009 palmirafsilva

Crime e castigo na Irlanda

Clique na imagem para a aumentar ( retirada daqui).
Na Irlanda, a justiça é no mínimo bizarra. Enquanto Estado e Igreja fazem um acordo para conceder imunidade aos muitos membros do clero católico que durante anos abusaram sexualmente de milhares de crianças em instituições da Igreja Católica, o ministro da Justiça inflama-se contra os que contestam a sua lei que pretende criminalizar a blasfémia. Ou seja, para o ministro da Justiça irlandês abusar e maltratar crianças é coisa pouca que nem sequer merece castigo. Pelo contrário, blasfemar é um crime abominável que não pode passar sem punição.

De facto, depois de deplorar a «inacreditável intolerância» dos que se opõem à fantástica lei da blasfémia, que poupará aos contribuintes a maçada de decidirem sobre a sua oportunidade em referendo, e de denunciar os histéricos apóstolos, com cérebros do tamanho de ervilhas, de teorias da conspiração, Dermot Ahern declarou-se mistificado pela reacção da Organisation for Security and Cooperation in Europe (OSCE) à sua fantástica lei. O representante da organização para a liberdade de imprensa afirmou que a proposta de lei da blasfémia irlandesa viola todos os acordos internacionais sobre liberdade de expressão.

Ahern, que numa sessão parlamentar do Justice Committee em que se debateu a lei referiu os comentários blasfemos sobre a sua pessoa e comparou a sua pureza à do «menino Jesus» – dando origem com a sua intervenção a uma nova religião, a Igreja da Dermotologia – não percebe porque razão apenas os países islâmicos aplaudem a sua iniciativa de punir estes criminosos maiores. Ou por que razão na Irlanda o público se indigna por os crimes da Igreja ficarem impunes em vez de perceber que o que é realmente urgente é punir os que se atrevem a criticar essa mesma Igreja – que se recusa a sequer rever os acordos que lhe garantem que não só ficará impune como não pagará mais um tostão às vítimas dos seus crimes.
Aliás, estas prioridades bizarras não são exclusividade da Irlanda ou do clero irlandês. De facto, o ex-arcebispo que afirmou que os ateístas não são «totalmente humanos», reafirmou as acusações na tomada de posse do seu sucessor. Cormac Murphy O’Connor aproveitou a ocasião para verberar a falta de fé, «o maior de todos os males», e depositar no mal maior que qualquer pecado a culpa de guerras e destruição. Assim, não é de espantar que o seu sucessor, depois de ter pedido «mais respeito» pela religião, tenha comiserado sobre o «corajoso» (sic) clero pedófilo, que foi obrigado a enfrentar o seu passado com este ignóbil relatório, contra o qual a Igreja tanto lutou. Mais concretamente, numa entrevista àITV News at Ten, o arcebispo afirmou:

«I think of those in religious orders and some of the clergy in Dublin who have to face these facts from their past which instinctively and quite naturally they’d rather not look at. That takes courage, and also we shouldn’t forget that this account today will also overshadow all of the good that they also did

Também acho que sim, que não se pode deixar de louvar a coragem de quem abusa, maltrata e tortura crianças durante décadas … haja paciência para tanto autismo!

em stereo na jugular

26 de Maio, 2009 Carlos Esperança

O Sr. Duarte Pio e o ordenamento do território

O Sr. Duarte Pio afirmou-se na pesquisa histórica com a descoberta da genuflexão dos cavalos de D. Nuno, antes da batalha de Aljubarrota, no preciso sítio onde, em 1917, o Sol faria piruetas e a senhora de Fátima apareceu a promover o terço. A investigação levou-o à publicação de um opúsculo que só a modéstia o impediu de reclamar uma cátedra.

Se  D. Nuno não tivesse sido canonizado pela sua intercessão na cura do olho esquerdo da D. Guilhermina de Jesus, queimado com óleo de fritar peixe, um milagre confirmado por médicos ateus e pelo Vaticano, o Sr. Duarte mostrava-lhes o opúsculo e arrasava-os com o prodígio dos solípedes. A canonização do taumaturgo era inevitável, apesar da injustiça papal que ignorou a presença de Duarte Pio e a de Paulo Portas em tão piedoso acto, dos poucos que no Vaticano puseram os pés. Todos.

O esforço intelectual com a publicação do opúsculo sobre a piedade dos cavalos, longe de lhe provocar um esgotamento, estimulou-o para outras tarefas nobres.

No dia 23 do corrente mês deste Ano da Graça, o Sr. Duarte Pio participou na Coroação e Função do Senhor Espírito Santo da Santa Casa da Misericórdia de Angra, actividade que deve exigir saber e devoção.

Mas o erudito e ecléctico intelectual revelou-se também, à margem da participação na Coroação e Função do Senhor Espírito Santo da Santa Casa da Misericórdia de Angra, um especialista em ordenamento do território.

O Sr. Duarte Pio afirmou que o estatuto político ideal para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira seria o de «reino unido», como possuem a Escócia ou as Antilhas Holandesas. Segundo a Lusa, o ilustre visitante sustentou que «os reinos unidos dão o máximo de autonomia com o máximo de unidade nacional». Revelou ser um perito em ordenamento do território e um erudito em Geografia pois até sabe da existência da Escócia e das Antilhas.

Com tal sabedoria, não tardará a propor um estatuto para as Berlengas e os Farilhões.

25 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Fé, moral e terrorismo

A igreja católica, perante a perplexidade dos crentes, encontra-se sob o escrutínio severo da comunicação social, dos pais e da maioria dos cidadãos. A moralidade que apregoa dissolve-se nos escândalos que a corroem.

O documento secreto de João XXIII, enviado aos bispos, ameaçando excomungar todos os que denunciassem os crimes sexuais cometidos pelo clero, incluindo as vítimas, veio lançar sobre o único papa que mereceu a afeição dos não crentes uma mancha indelével.
A tentação de encobrir os prevaricadores e o péssimo hábito de os transferir de paróquia veio avolumar o opróbrio que recai sobre o Vaticano, um Estado com muitas sotainas e pouca transparência.

Não interessa que o papa se pronuncie ou não sobre o recente e chocante escândalo na Irlanda. As hormonas e a liberdade devoram o último estado totalitário europeu.
João Paulo II teve de aceitar a resignação do amigo, cardeal de Viena, Hans Herman Groer, referido como seu eventual sucessor, um poço de virtudes conservadoras a cuja fulgurante carreira eclesiástica as tentações pedófilas puseram termo. Dos EUA à pia Irlanda, da Espanha à Austrália, as dúvida sobre a virtude dos padres vão aumentando a descrença no seu deus.

Pode, pois, o velho inquisidor Ratzinger vociferar contra o preservativo e exasperar-se  contra o planeamento familiar que os católicos não o escutam. O declínio da fé é uma evidência nas sociedades democráticas.

Urge controlar o terrorismo islâmico onde a hierarquia religiosa ocupa uma pirâmide irregular e sem vértice que dá origem a núcleos de devotos que aceitam tão cegamente o Corão como alguns cristãos o Antigo Testamento.

A recente tentativa de um acto terrorista de dimensões colossais foi sabotada nos EUA por infiltração no grupo assassino e venda de mísseis desactivados. Assusta saber que aqueles selvagens cruéis actuavam isolados, sem ligação a qualquer rede internacional.

Eram exclusivamente movidos pela fé, esse sinónimo do ódio xenófobo, essa demência sublimada na leitura do Corão, essa convicção de que o Paraíso abarrota de virgens e de mel para facínoras que julgam que deus é grande e que Maomé é um profeta respeitável.

24 de Maio, 2009 Ludwig Krippahl

Treta da semana: “Lixo mental”

A ironia é irresistível. No dia a seguir ao relatório sobre abusos a crianças por parte da Igreja Católica irlandesa, o João César das Neves defende, na sua forma rebuscada e parca de conteúdo, que a «descida ao abismo espiritual a que se assiste» se deve ao «Lixo mental».

«Filmes boçais, sites infames, programas idiotas, revistas escabrosas, videojogos obscenos, séries imbecis constituem a dieta intelectual dos cidadãos […]. Na ficção como nas notícias, a violência extrema, pornografia descarada, egoísmo, gula, desonestidade são produtos comuns.»(1)

O lixo mental não é novo. Recordo-me da Crónica Feminina que a minha avó materna lia há 30 anos. Tinha umas listas semanais com os números da sorte para jogar na lotaria, que indicavam um número diferente para cada signo. Hoje lê a Caras ou coisas dessas, mas a diferença é pouca. O meu pai tem uns livros do final do século XIX, que eram do pai dele, com compilações do Fliegende Blätter, um semanário satírico alemão especializado em estereótipos sociais(2). Na altura talvez tivesse graça mas, hoje, aquele humor é fraquito*. Portugal teve dois reis que sabiam escrever. Um escreveu sobre caça e o outro sobre montar a cavalo. E se compararmos o que vemos na televisão com o que assistia o camponês medieval vemos que era bem pior no auge da “espiritualidade” católica do João César das Neves. A superstição, a ignorância, a injustiça, a misoginia, os autos de fé e execuções públicas superavam qualquer Big Brother em “lixo mental”.

A diferença não é haver mais lixo mental. Uma diferença é compreendermos que o lixo para uns pode não o ser para outros. O Kama Sutra tanto pode ser pornografia obscena como um livro sagrado. As revistas que a minha avó lê parecem-me perda de tempo e não vejo graça nas piadas que o meu avô adorava. Mas, ao contrário do camponês medieval e do João César das Neves, eu percebo que estas divergências são inconsequentes. Meros gostos subjectivos onde o bom e o mau se distinguem de forma arbitrária. Ao contrário de queimar pessoas na fogueira ou sancionar legalmente a blasfémia, que prejudica pessoas em vez de lesar apenas os preconceitos.

Esta compreensão inibe o que o João César das Neves chama de “espiritualidade”, porque revela que qualquer religião é tão arbitrária, e relativa à sua cultura, como qualquer outra. Ao contrário do que cada uma apregoa, a religião não é um bastião contra o relativismo moral. É um exemplo extremo de relativismo, derivando tudo daquilo que se lembram de inventar acerca dos deuses.

Mas a causa mais importante do “abismo espiritual” é o mesmo factor que permite ver este relativismo da religião. É a liberdade de expressão e de acesso à informação. É verdade que quando todos se podem exprimir e ter acesso ao que os outros dizem muita coisa vai parecer lixo. Mesmo que não haja consenso acerca do que é, ou não é, lixo. Mas, infelizmente, também é verdade que a religião sempre foi uma desculpa para injustiças e abusos. Tal como o lixo mental, o abuso de crianças em instituições religiosas não é recente. O que é recente é que agora falamos disso. E essa violência e pornografia afasta muito mais gente da “espiritualidade” que os filmes do Bruce Willis ou da Cicciolina.

* Mas é humor alemão; é preciso dar um desconto. Como dizem os ingleses, a german joke is no laughing matter.

1- João César das Neves, 21-5-09, Destak, Lixo mental. Via Espectadores
2- Podem descarregar os volumes mais antigos na Arthistoricum.net

Em simultâneo no Que Treta!

23 de Maio, 2009 Carlos Esperança

CONVITE – 1.º Aniversário da AAP

AAP – Almoço de convívio e troca de impressões em COIMBRA

Faz 1 ano no próximo dia 30 de Maio, Sábado, que a Associação Ateísta Portuguesa se constituiu. Dezassete dias antes tinha havido a peregrinação a Fátima, contra o ateísmo, presidida pelo criador de milagres e fabricante de santos e beatos – o cardeal Saraiva Martins. Algum tempo depois o patriarca Policarpo considerava o ateísmo a maior tragédia da actualidade.

São exagerados estes publicitários. Até nos quatro bispos que soltaram ao longo deste 1.º ano para afrontarem a Associação Ateísta Portuguesa (AAP).

É boa altura para o encontro de todos os ateus, agnósticos, cépticos e livres-pensadores que queiram reunir-se nesse dia em Coimbra onde se pode aproveitar para discutir um documento a pedir um atestado de apostasia às dioceses.

Local: Restaurante «O Cantinho dos Reis» – Terreiro da Erva, N. 16 – COIMBRA (Largo entre a Rua da Sofia e a Av. Fernão de Magalhães, tudo locais muito conhecidos em Coimbra)

Ementa: Refeição completa com bebidas incluídas.

Hora: 13H00

Preço – > 10 € (Habitualmente anda pelos 7 € e a comida é boa e variada)

INSCRIÇÕES: (até segunda-feira,  dia 25) para o e-mail da AAP.

[email protected]

Caros ateus e ateias, Deus provavelmente não existe, portanto venham fruir este almoço e esqueçam a última ceia.

Bem-vindos a Coimbra. Viva o livre-pensamento.

Saudações ateístas.

23 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Carta de um leitor

Por

Adão Cruz

Isto é a ponta de um incomensurável iceberg!

Os crimes cometidos pela igreja católica na Irlanda, vindos agora a público, somados a todos os outros crimes praticados e denunciados em todo o mundo contra a dignidade humana, especialmente a dignidade de crianças indefesas e desamparadas, os que se sabem e os que se encobrem, fazem da igreja católica, provavelmente, a instituição mais pedófila do mundo. Não se compreende como é que esta perversa instituição não é levada a tribunal.

A casa Pia é um grão de areia, comparada com o clamoroso escândalo universal, porco, sujo e escabroso em que a igreja católica sempre esteve atolada. Não só não é levada a tribunal, como se esquiva a qualquer penalização, dizendo-se, apenas, envergonhada e disposta a pedir perdão. Tretas! Tretas! Tretas! A monumental hipocrisia de sempre. Numa mão a hóstia, na outra o sexo, não o sexo saudável, impedido pelo Vaticano, mas o sexo-perverso, o sexo-psicopata, o sexo-crime. Repugnante, deveras repugnante, este comportamento de milhares dos chamados ministros de deus, em todo o mundo, comportamento mais que sabido e reconhecido pela igreja católica, a qual, mais não faz do que tentar esconder.

Como é que se pode compreender, à luz dos inúmeros e inegáveis factos destas últimas décadas, que uma instituição desta natureza não seja posta em causa, como é que é possível que a legitimidade oficial da sua existência seja aceite, como é que é possível que personalidades e governos de todo o mundo se verguem, vergonhosamente, a um poder tão divinamente baixo e porco, tão miseravelmente traduzido num dos mais hediondos crimes praticados pelo ser humano?

22 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Irlanda – Protectorado do Vaticano

A Irlanda tem-se caracterizado pela influência eclesiástica a todos os níveis do poder. O reaccionarismo católico só encontra paralelo na dimensão dos escândalos do seu clero. Não há lei modernizadora que não depare com a intolerância da Igreja.

Ainda está na lembrança de todos a ordem do tribunal para reter uma adolescente cujos pais a queriam levar a Londres para abortar, na sequência de uma violação. O tribunal negava-lhe o direito de sair do país perante uma campanha de apoio orquestrada pelos padres. Depois explodiu com estrondo a denúncia do bispo que ocultava a paternidade mas transferia fundos da diocese para criar o filho.

Nos conventos, até 1960, enclausuravam-se as mães solteiras que “envergonharam a família”, a quem roubavam os filhos, e outras que convinha encarcerar para manter indivisa a herança. Eram ultrajadas e maltratadas. Foi a crueldade no máximo esplendor, com o conluio das famílias e do clero católico, durante longas décadas, até à decisão dos tribunais, que levou ao encerramento dos conventos/prisões e à libertação das detidas.

Agora surgem acusações de violências e abusos comprovados num relatório impecável: privação de alimentos, violências sexuais e agressões físicas a crianças. Um oceano de horrores em charcos de água benta.

Revela-se a perversão, o drama de milhares de crianças a quem roubaram a felicidade e os crimes do clero (padres e freiras) contra vítimas que deviam cuidar. O que revolta é a inépcia do Estado para controlar instituições religiosas porque, em vez da autonomia, há a conivência que impede a defesa da dignidade humana e a investigação dos crimes.

Durante seis décadas foram vítimas de abusos sexuais, violências físicas e humilhações, milhares de crianças, com o conhecimento das autoridades políticas e religiosas, com a cultura do silêncio a vigorar enquanto a vida de crianças era dramaticamente destruída.

Já, várias vezes, o Diário Ateísta levantou o problema da defesa dos direitos das freiras e dos monges enclausurados, a necessidade de psicólogos, assistentes sociais e médicos verificarem se a clausura é uma decisão livre ou a reclusão pia coberta pelo manto da fé e do poder discricionário do clero. A violência não é só contra crianças.

Só tivemos insultos. Defender a liberdade, contra os preconceitos da fé, é um dever que pode custar caro e demora. Como se vê na devota Irlanda.

Nota: Não podemos esquecer as crianças vítimas das madraças islâmicas.