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  • 16 de Março, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

B16 e Bin Laden

Bento 16, desolado com a falta de mártires voluntários, enquanto escreve a encíclica «grelhar infiéis», implora aos bispos do Médio Oriente que convertam Bin Laden ao catolicismo.

Compromete-se a excomungar quem admire o Vaticano II e louve as delícias do leitão à Bairrada, a substituir o vinho por chá de menta, durante a missa, e a dizer de Maomé o que Bin Laden quiser.

Sem uma universidade de mártires o catolicismo arrisca-se a desaparecer.

Se um bispo piedoso excomunga a mãe que consente um aborto à sua filha de 9 anos, violada pelo padrasto, em vez de lhe encomendar o caixão e rezar por um milagre para que os netos sobrevivem, atrai jornalistas que chamam besta ao bispo e almocreve ao Papa, condenam o padrasto e a louvam os médicos que salvam a vida da criança.

Bin Laden é hoje o crente apetecido na Igreja católica. É mais odiado do que Bento 16, tem mais fé, odeia as mulheres e os judeus com mais desenvoltura do que os bispos católicos, alguns deles influenciados por ideias modernas e heréticas.

B16 é um talibã sofisticado, consumido com a pastoral do látex, os malefícios da pílula, a impunidade das mulheres e o destino dos embriões. Precisa de outro talibã, em estado puro, sem preconceitos em relação às bombas e aos arentados.

B16 sabe que sem medo, fogueiras e lapidações não há fé que se conserve. As hormonas e a liberdade destroem a religião e arruínam o comércio dos sacramentos.

B&B, Bin et Benito, R&L (Ratzinger e Laden) seriam invencíveis. Ver os dois a dar as mãos, apedrejarem adúlteras do Monte Sinai à Amazónia, degolarem infiéis do Estreito de Magalhães ao pólo Norte, fazerem explodir mártires contra infiéis era a apoteose da fé e um gozo infinito para deus.