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  • 4 de Setembro, 2008
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Onde a religião é um “Inferno”…

Israel é um país onde se vive em constante preocupação, agitação e frenesim. As várias religiões com os seus deuses acumularam-se no mesmo espaço e este tornou-se demasiado pequeno para as pessoas viverem tranquilamente. Os crentes discutem, combatem, destroem-se, para que os adeptos das outras religiões saiam daquela terra… Eles afirmam que a sua é a verdadeira religião e é a que tem de ficar!

No sul de Israel há duas cidades, de nome Sderot e Ashkelon, conquistadas aos árabes na guerra de 1948 e ocupadas por emigrantes, a maioria dos quais, da ex-União Soviética. Estas duas cidades israelitas há muitos anos que vivem no “Inferno”. Estão situadas junto à Faixa de Gaza, controlada pelos palestinianos e o governo do partido Hammas.

A partir do território da Faixa de Gaza, os palestinianos, crentes em “Allá”, disparam diariamente foguetes “Kassam” contra os israelitas, crentes em “Deus”. Querem vingar-se deles e obrigá-los a saírem dos territórios que já foram seus. Nenhum dos deuses bate palmas a apoiar aquela guerra, nem assobia em protesto. Porque não existem!

Os ataques com os “Kassam” não têm hora marcada e podem ser de dia ou de noite. Caírem em qualquer local. Atingir qualquer um. Rebentarem numa casa ou numa escola, na padaria ou na fábrica. Quando toca a sirene têm menos de um minuto para alcançarem esconderijo mais próximo. As consequências são trágicas, mesmo se ninguém for atingido. As pessoas daquelas cidades sofrem de doenças psíquicas, têm a síndrome pós-traumática derivada aos rebentamentos diários. Nos hospitais os psicólogos receitam-lhes muitos comprimidos e, alguns, na base da morfina. Tranquilizantes… que podem torná-los dependentes da droga. As nevroses, as tensões altas, as depressões e doenças derivadas, incapacitam-nas para o trabalho e tiram-lhes o sustento. Imensas ficam, parcial ou totalmente, inválidas. O dinheiro da Segurança Social israelita que recebem não é suficiente para depois viverem bem.

Há quem abandone tudo e parta. Há quem insista em ficar. O governo israelita diz-lhes que é preciso resistir. Só os deuses, das várias religiões, não dizem nada! Porque não existem!

 a)  kavkaz (leitor habitual do DA)