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A Igreja e a promoção da castidade

D. José Policarpo considera que a castidade surge como uma «vivência generosa e responsável da própria sexualidade».
Tudo bem, é a opinião dele. Eu tendo a não julgar a vida sexual alheia, desde que consentida entre os maiores envolvidos, e percebo perfeitamente que alguém teça estas considerações a respeito de qualquer forma de viver a sexualidade, desde as mais comuns na nossa sociedade, às menos comuns. Heterossexualidade, homossexualidade, sado-masoquismo, castidade, enfim… não me parece que se possa dizer que uma destas formas de viver a sexualidade é superior às outras, e que qualquer uma delas mereça algum desrespeito.

É por isso que gosto de viver numa sociedade que é extremamente tolerante para com a castidade, mesmo por opção do próprio. Não existem muitos casos de pessoas discriminadas, ou no acesso ao emprego, ou de qualquer outra forma tão injusta e flagrante, por decidirem optar pela castidade. É certo que é anti-natural, mas nunca dei qualquer espécie de valor a esse critério.

O que é certo é que todos os que optam pela castidade devem ser respeitados pela sua opção, e nós devemos entender que é uma opção que só a eles diz respeito. Nem condescendência, nem paternalismos, nem esforços para os fazer «mudar»! A castidade é uma opção tão legítima quanto qualquer outra.

No entanto, sou um pouco contra que se tente orientar o sistema educativo para promover esta opção em particular: «educação sexual é necessária mas deve apontar para a castidade»?? Não deve apontar para nada!

Não deve apontar para a homossexualidade, não deve apontar para o sado-masoquismo, não deve apontar para a castidade, não deve apontar para a heterossexualidade, não deve apontar para nada a não ser para uma escolha livre. A não ser para conhecer os riscos e a forma de se proteger deles. A não ser para conhecer o mundo que nos rodeia, e para ser responsável na opção que tiver sido tomada livremente.