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Dia: 7 de Novembro, 2006

7 de Novembro, 2006 Ricardo Alves

A ética é natural?

Parece-me evidente que o nosso sentido ético, a nossa consciência do que podemos ou não fazer aos outros, é inato. Tenho a certeza de que a ética não caiu do céu aos trambolhões, atirada pelo «Grande Manitu» ou pelo «Deus» de Moisés; e sei também que os filósofos se limitam a teorizar conceitos que encontraram na rua. As ciências da natureza explicarão um dia como desenvolvemos o nosso sentido ético. Começam a aparecer estudos com esse objectivo.

A diferença mais relevante entre o nosso comportamento social e o de outros primatas não é a propensão para cooperar: os leões também cooperam quando vão à caça. Não é sequer a expectativa de reciprocidade na interacção entre indivíduos: os chimpanzés também esperam que se devolvam favores. A diferença é que os humanos armazenam a informação suficiente para recordarem o comportamento pretérito dos outros membros do grupo, e portanto para decidir (ou não) cooperar em função da experiência acumulada.

A parte inata da ética humana talvez seja um dia estabelecida. O facto de termos desenvolvido uma cultura complexa que codificou essas regras e muitas vezes as tentou inverter (através da religião, por exemplo), não facilita o trabalho. Uma parte da nossa «ética natural» poderá ser inata, e outra parte poderá resultar inevitavelmente da lógica de grupo. Em qualquer dos casos, é uma linha de investigação que acabará por explicar muitas regras sociais de que a religião se apossou.
7 de Novembro, 2006 jvasco

Jesus gostava de espadas?

«Não vos venho trazer a Paz, mas a Espada»
Mt.10:34

«Agora, quem não tem uma espada venda o manto e compre uma»
Luc.22:36

«Teme o príncipe, porque não é em vão que ele traz a a espada. Porque ele é ministro de Deus vingador, para punir aquele que faz o mal»
Rom.13:4

Mas há mais…

7 de Novembro, 2006 Palmira Silva

Unidos pelo ódio

A Parada Internacional do Orgulho Gay, programada inicialmente para 10 de Agosto, em Jerusalém, que mereceu a união em uníssono das vozes mais ululantes dos fundamentalistas islâmicos, judeus ortodoxos e católicos na condenação do evento e foi adiada por razões de segurança vai realizar-se na próxima sexta-feira, dia 10 de Novembro.

De facto, não obstante os protestos e pedidos de proibição de todos os fanáticos em nome de um mito, o procurador geral de Israel afirmou não existirem razões para proibir o evento, apesar de a polícia considerar que o evento se pode tornar muito violento: «Nós achamos que o perigo potencial à vida e o derramento de sangue é mais importante que a liberdade de expressão» declarou o porta voz da polícia, Micky Rosenfeld.

De facto, milhares de judeus ortodoxos protestaram sábado passado a realização do evento, que culpam pela guerra do Líbano e pela derrota sofrida na mesma. Os devotos judeus promoveram distúrbios durante três dias em protesto pela parada, queimando lixo, fazendo barricadas e apedrejando a polícia. As habituais ameaças de morte a todos os que nela participam foram mais uma vez ouvidas.

Como ululou o rabi Moshe Sternbuch, que preside ao tribunal Eda Haredit, durante a manifestação, «Nós não tivemos sucesso no Líbano devido à obscenidade e promiscuidade existente na Terra Santa. Não há pior distúrbio que esta parada vergonhosa».

Parece que para os devotos seguidores das religiões do livro – cujos crentes protestam serem religiões de paz e amor – sem se perceber bem porquê, aparentemente por «castigo» de um mito que apenas se manifesta para punir «sodomitas», os odiados homossexuais são os culpados por todos os atentados terroristas e insucessos bélicos no globo, do Médio Oriente, como uiva o fanático pastor da Igreja Baptista de Westboro, à Europa!