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Dia: 29 de Setembro, 2006

29 de Setembro, 2006 Carlos Esperança

A morte de João Paulo I

João Paulo I foi o Papa que ao ter anunciado, após a eleição, uma investigação ao Banco do Vaticano (IOR) mereceu de um jornalista italiano um vaticínio certeiro: «Não anda cá muito tempo».

Ainda não li o livro de Luís Miguel Rocha LMR) a que deu o título, em português, de «O Último Papa», título plagiado do romance de David Osborn, editado pela Disfel.

Ao apontar os nomes óbvios de Marcinkus, Calvi e Gelli, LMR esquece muitos outros e omite o papel sinistro de «A Santa Aliança» e os interesses do Opus Dei, bem como a protecção criminosa de JP2 a Marcinkus que nunca deixou julgar pela Justiça italiana.

Por outro lado, ao afirmar que o Terceiro Segredo de Fátima seria precisamente sobre a morte de João Paulo I, o livro perde qualquer credibilidade. Crer em visões e outorgar idoneidade à vidente é pactuar com uma burla e conferir valor probatório às alucinações que a ICAR confiscou para o seu negócio.

Os Papas sabem que a morte natural não é uma tradição ancestral do Vaticano, que uma cozinheira honesta é mais eficaz do que as rezas e que Deus tem menos influência do que os cardeais da Cúria.

O livro pode ser um excelente policial mas não é certamente uma obra que ponha a nu a imensa corrupção do último Estado totalitário encravado na União Europeia.

29 de Setembro, 2006 Ricardo Alves

Como a Europa trata os laicistas magrebinos

Anas El Jazouli, um militante laicicista marroquino, está em risco de ser expulso de França. Em Marrocos, organizou o concurso de Miss Marrocos em 2002 e foi consequentemente ameaçado de morte e alvo de uma fatwa lançada pelo cheique Abdesslam Yassine, o líder do movimento islamista Al Adl Wa Al Ihssane. À época, o jornal islamista Al Tajdid chamou-lhe «o Salman Rushdie marroquino».

O actual Ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, restringiu as regras do asilo político que poderão agora levar à expulsão para Marrocos deste laicista magrebino.
29 de Setembro, 2006 Palmira Silva

Richard Dawkins e a ilusão de Deus

Jeremy Paxman, o famoso jornalista da BBC que apresenta desde 1997 o programa Newsnight, conhecido pelo seu estilo agressivo e cáustico, incorporado no léxico do quotidiano pelo termo Paxmanesque – que identifica um interrogatório especialmente duro – entrevista Richard Dawkins a propósito do seu novo lvro, «A ilusão de Deus», publicado na segunda feira e já um best seller.

Para quem estiver interessado, todo o material multimédia referente a Dawkins pode ser encontrado aqui.

Numa entrevista de Paxman absolutamente fabulosa, o acérbico jornalista entrevista Ann Coulter, a teocrata autora de «Godless: The Church of Liberalism», em que a criacionista Coulter critica o liberalismo por rejeitar Deus e o compara a uma religião, completa com «mitos da criação», a teoria da evolução, cosmologia, o Big Bang, e igrejas (as escolas públicas onde não entra a religião mas entram os abominados preservativos). Entrevista que se inicia em puro estilo paxmanesco:

Paxman: Olá, Ann Coulter. Eu li o primeiro capítulo do seu livro que o seu editor me enviou por fax. Os restantes são algo melhor?