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Dia: 24 de Junho, 2006

24 de Junho, 2006 Palmira Silva

Igreja Católica e Holocausto – Não havia necessidade

Mussolini com os pios Pios, versão Diego Rivera e versão ao vivo.

Para além da extinção da Acção Católica, a encíclica Non Abbiamo Bisogno – que se pode traduzir livremente por «Não havia necessidade» – carpe a diminuição da importância da igreja no proselitismo de crianças e jovens. Lavagem cerebral desde a tenra infância transferida para o Estado fascista, que segundo Pio XI, «monopolizando completamente os jovens, desde os seus mais tenros anos até à idade adulta, para o benefício exclusivo de um partido e de um partido baseado numa ideologia que claramente se revela numa verdadeira adoração pagã do Estado» «proíbe as pequenas crianças de irem para Jesus Cristo».

Ou seja, Pio XI, condena essencialmente Mussolini (e Hitler) por este pôr lado a lado a desejada idolatria da Igreja Católica com a «Estatolatria», expressa concisamente na máxima fascista: Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato (Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado). Ou seja ainda, é «uma injustificável pretensão que é irreconciliável com o nome e a profissão de fé católica, ensinar à Igreja e ao Papa o que é suficiente ou deve ser suficiente para a Educação e formação cristã da alma», isto é, decidir a quantidade de proselitismo que a Igreja pode levar a cabo nas instituições públicas, violando assim «outro direito da Igreja igualmente inviolável», o direito ao proselitismo exclusivo e ilimitado .

Relembrando que «é um erro grave e desastroso» acreditar e passar a mensagem que é suficiente «a instrução religiosa dada nas escolas e a presença de padres nas Associações de Juventude do Partido [Fascista]. As duas são certamente necessárias».

Mas «não são suficientes», apenas permitem à Igreja «o mínimo da sua efectividade espiritual e sobrenatural» já que são conduzidas numa «concepção de Estado que faz com que as gerações em crescimento pertençam a ele [Estado] inteiramente, sem alguma excepção» o que não pode «ser reconciliado com a doutrina católica ou com os direitos naturais da família», que reinvidicam esse privilégio para a Igreja, acrescentando que «não é possível a um católico aceitar a pretensão de que a Igreja e o Papa se devem limitar às práticas exteriores da religião».

Mas Pio XI esclarece que «Nós não dissemos que queremos condenar o partido [fascista]». Muito longe disso. De facto «Nós realizámos um bom trabalho em prol do partido [fascista]» e «Já dissemos que conservamos e conservaremos uma lembrança e uma eterna gratidão pelo que foi feito em Itália pelo bem da religião [católica, claro]».

O Papa queixa-se apenas da «ingratidão» dos fascistas italianos a quem, como Pio XI recorda, lhes concedeu todo o apoio, e agora querem limitar o poder da Igreja. Mas deixa o aviso que, para se impor num país de cultura católica como a Itália, o fascismo não pode hostilizar a Santa Sé. «Que interesse e que sucesso pode ter um partido, num país católico como a Itália, mantendo no seu programa, ideias e práticas que não podem ser reconciliadas com a consciência católica?».

Porque a alegação de que «A Itália é um país católico mas anti-clerical» é uma blasfémia já que «ninguém está nesta única Igreja de Cristo e ninguém nela permanece a não ser que, obedecendo, reconheça e acate o poder de Pedro e de seus sucessores legítimos». (Encíclica Mortalium animos, de 6 de Janeiro de 1928)

Assim, Pio XI expressa a sua «esperança confiante» de que tais ideias e práticas sejam abandonadas e assim seja devolvido à Igreja o que é dela por «mandado divino»: «a educação e formação cristã dos jovens» que ela [Igreja] «deve sempre reclamar com uma insistência e intransigência que nunca pode cessar ou enfraquecer».

Ou seja, a encíclica exprime o desejo de convivência do Vaticano com o regime fascista e expressa uma condenação não de doutrinas mas de acções pontuais que limitam a influência da Igreja Católica, «a depositária infalível da verdade».

Em relação às perseguições feitas a Judeus e outros grupos, as encíclicas Non abbiamo bisogno e Mit brennender Sorge e são completamente omissas, com uma «honrosa» excepção, na primeira, para louvar a perseguição movida pelos fascistas italianos ao «socialismo e organizações anti-religiosas» naquele país.

Pouco depois da publicação da enciclica «Não havia necessidade», Mussolini cede à pressão do Vaticano e à pressão internacional que a extinção da Acção Católica italiana despoletou e esta volta em força à cena política italiana.

Em 1932, Pio XI recebe Mussolini por ocasião da celebração do décimo aniversário da sua tomada de poder e confere-lhe a l’Ordine dello Speron d’Oro. Mussolini retribui agraciando Eugenio Pacelli, núncio apostólico na Alemanha de Hitler e futuro Pio XII, com o Collare dell’Annunziata, a mais alta condecoração da casa de Sabóia, abolida com a implantação da República em 1946.

24 de Junho, 2006 Palmira Silva

Igreja Católica e Holocausto – Itália II

No início dos anos 20, o Partido Popular estava prestes a formar uma coligação com o partido reformador que poderia ter estabilizado a política italiana e frustrado a tomada de poder por Mussolini. Mas nessa altura Bento XV morre e é eleito Pio XI, o Cardeal Ratti que tinha seguido atentamente o percurso do Partido Fascista.

A 2 de Outubro de 1922, o Papa Pio XI fez circular uma carta ordenando ao clero para que deixasse claro que não se identificava com o Partido Popular, o que na prática cortou qualquer oposição a Mussolini. No seguimento da ascensão de Mussolini ao poder, nesse mesmo ano, o secretário de estado do Vaticano, o cardeal Gasparri, encontrou-se em segredo com Il Duce no início de 1923, encontros em que discutiram o partido católico, que Mussolini via como um obstáculo ao domínio fascista.

Em 1924, no seguimento do assassinato do líder do Partido Socialista por fascistas, o Partido Popular juntou-se ao partido socialista na exigência de que o rei demitisse Mussolini como primeiro-ministro, e afirmou o desejo de formar um governo de coligação. Pretensão cortada cerce por Pio XI que não demorou em avisar os católicos que tal era estritamente proíbido pela lei «moral», já que é um pecado a colaboração com o mal e o socialismo era um mal maior. O Vaticano ordenou a todos os padres para abandonarem o Partido Popular. Esta posição da Igreja levou à desintegração do partido, de implantação principalmente nas áreas rurais onde o partido assentava nas estruturas eclesiásticas.

Na sua primeira encíclica, um manifesto político datado de Dezembro de 1923, «Ubi arcano Dei consilio» (Onde está o plano oculto de Deus), Pio XI, que considera dever o catolicismo permear todas as actividades humanas, apresenta a Acção Católica quasi como panaceia universal para os males do mundo, proeminentes entre eles o «modernismo moral, legal e social».

Modernismo que não reconhece nem «a posição na sociedade que Ele em pessoa atribuiu à sua Igreja», a única instituição que «pode conceber leis internacionais em harmonia com o mundo» tal «como na Idade Média», nem que «A própria origem e natureza divina da soberania da Igreja exige» que a Igreja jamais «seja sujeita a alguma autoridade ou lei, qualquer que esta seja, mesmo que essa lei seja uma que proclama certas garantias para a liberdade do pontífice romano».

Modernismo que Mussolini se encarrega de eliminar de Itália quando em 1926 declara ilegal e dissolve o então irrelevante partido católico e cumpre a sua ambição: impõe em Itália, com o apoio explícito do Vaticano, a primeira ditadura fascista. Também em Outubro de 1926 Pio XI e Mussolini dão início às negociações que culminam com a assinatura do tratado de Latrão em 11 de Fevereiro de 1929, que cumpre integralmente as exigências, políticas e não só, de Pio XI, expressas no «plano oculto de Deus». Assim, não só é criado o estado soberano do Vaticano como o catolicismo é declarado a religião oficial do país, o ensino religioso passa a ser obrigatório nas escolas italianas e é proibida a admissão em cargos públicos dos sacerdotes que abandonassem a batina. Para além disso, é oferecido uma indemnização monetária vultuosa a Pio XI, supostamente pela perda da soberania nos Estados Pontifícios.

Em 31 de Outubro de 1926, o legado pontifical Cardeal Merry del Val, declara publicamente:

«Os meus agradecimentos vão para ele (Mussolini) que segura nas mãos o governo de Itália, que, com uma visão clara da realidade, desejou e deseja que a religião seja respeitada, honrada e praticada. Visivelmente protegido por Deus ele melhorou visivelmente a sorte da nação, aumentando o seu prestígio no mundo».

24 de Junho, 2006 Palmira Silva

Igreja Católica e Holocausto – Itália


«Devemos-nos perguntar se a perseguição do nazismo contra os judeus não teria sido facilitada pelos preconceitos anti-judaicos existentes em alguns corações e mentes cristãos». – Cardeal Edward Cassidy – Nós lembramos – uma reflexão sobre o Shoah, 1998.

Neste documento oficial do Vaticano, que supostamente é um me(i)a culpa da ICAR em relação ao Holocausto é afirmado, entre inúmeros outros revisionismos descarados da História para limpar a imagem da Igreja, que «o Papa Pio XI condenou o racismo nazista de modo solene na Encíclica Mit brennender Sorge, que foi lida nas igrejas da Alemanha no Domingo da Paixão de 1937, iniciativa que provocou ataques e sanções contra membros do clero».

Na realidade a referida encíclica, assim como a enciclica Non Abbiamo Bisogno de 29 de Junho de 1931, igualmente referida pelos revisionistas católicos como críticas dos regimes nazi e fascista respectivamente, são críticas restritas às acções que limitaram a imiscuição, política e não só, da Igreja Católica nos respectivos países.

Por outro lado, como indica a historiadora Susan Zuccotti1 , não obstante os artigos anti-judeus no jornal oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, terem desaparecido durante o papado de Pio XII, eram muito frequentes até finais dos anos 30, revelando abertamente os «preconceitos anti-judaicos» existentes nos corações dos papas da época.

A pesquisa exaustiva da historiadora indica ainda a reticência do L’Osservatore Romano em referir sequer as atrocidades do regime nazi, nunca mencionadas. Mesmo depois da libertação de Roma em 1944 o jornal do Vaticano nunca mencionou o genocídio levado a cabo pelo regime nazi. No entanto, todas as letras foram poucas para denunciar as agressões soviéticas.

Depois da extradição, em 16 de Outubro de 1943, de 1 259 judeus romanos, mesmo debaixo do nariz do Papa, que não mexeu alguma vez um dedo em defesa dos judeus italianos, apenas é referida a caridade universal do Papa, sem distinção de «nacionalidade, religião ou ascendência» e em Dezembro do mesmo ano aparece um débil artigo, inconsequente, que objecta contra a prisão de judeus… por italianos. A intervenção nazi nunca é mencionada!

Na sequência da série de posts sobre o Holocausto, e dado a recorrência com que as referidas encíclicas são utilizadas na defesa da Igreja, certamente por quem sabe que a maioria dos que aceitam esta lavagem da História nunca as irá ler, retomo o tema com a análise da encíclica de 1931.

Uma vez que esta se inicia com uma crítica dura da extinção da Acção Católica (e de grupos das organizações de juventude católica a ela ligados) é necessário enquadrar politicamente esta extinção. Que teve cariz essencialmente político porque alguns dos seus dirigentes tinham sido igualmente dirigentes do partido católico, o Partido Popular, opositor do Partido Fascista no início da «carreira» deste último e perseguido, por vezes sangrentamente, por Benito Mussolini. Pio XI, que nunca referiu ou condenou as atrocidades cometidas pelos fascistas contra os católicos de cor política «errada», logo nos primeiros parágrafos da encíclica apressa-se a relembrar o papel fundamental que o Vaticano e ele próprio, Pio XI, tinham tido na ascensão de Mussolini e do Partido Fascista.

De facto, Bento XV decretou em 1919 que ninguém que tivesse ocupado uma posição de responsabilidade no Partido Popular poderia ocupar qualquer cargo directivo no que viria a ser uns anos mais tarde a Acção Católica, uma organização supostamente não política sob o controlo directo dos bispos, que traça a sua origem a 1867, na Sociedade da Juventude Católica Italiana, aprovada no ano seguinte por Pio IX.

A organização foi proibida pelo Vaticano de participar na política e deste modo não lhe era permitido opor-se ao regime fascista. Pio XI, o criador da Acção Católica que configurou e nomeou, ordenou posteriormente a todos os católicos que se juntassem à Acção Católica. Como consequência, centenas de milhares de católicos italianos trocaram o Partido Popular pela Acção Católica, deixando aberto o caminho ao «Homem da Providência» (como se referiu Pio XI em relação a Mussolini, em 20 de Decembro de1926).

Homem enviado pela Providência divina, porque, como o então arcebispo Roncalli, depois João XXIII, proferiria em 1939 (Mons. Roncalli, Carta à família, em 25 /12/39, apud Hebblethwaite, Giovanni XXIII, Rusconi Milano, 1989, p. 230).
«Benditos nós em Itália. Desta vez é preciso mesmo dizê-lo: há uma mão que guia o Duce pelo bem dos italianos. Eu creio que Deus queira recompensar governantes e súbditos pela paz feita com a Igreja (…) E é preciso que sejamos reconhecidos a Mussolini. Quantos homens de Estado houve na Itália antes dele! Os Papas sempre estiveram dispostos à conciliação, mas sempre faltou o homem capaz de lhes corresponder da parte do Estado».

1 – Susan Zuccotti, «L’Osservatore Romano and the Holocaust, 1939-1945»
Holocaust and Genocide Studies – Volume 17, Nº 2, 2003, pp. 249-277, Oxford University Press

24 de Junho, 2006 lrodrigues

Uma Mancha no Passado

O Papa Bento XVI nomeou como novo Secretário de Estado do Vaticano o Cardeal Tarcisio Bertone.

Bertone, que é também Arcebispo de Génova e tem 72 anos de idade, irá suceder neste cargo (que é assim uma espécie de Primeiro-ministro do Vaticano), ao Cardeal Sodano que aos 78 anos atingiu o limite de idade de 75 anos que está estipulado no Código de Direito Canónico.

O Cardeal Tarcisio Bertone parece indiscutivelmente ser a pessoa indicada para este cargo de altíssima responsabilidade.
De facto, Bertone foi de 1995 a 2002 o braço direito do Papa Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé, que como toda a gente sabe é o eufemismo actualmente utilizado para a Santa Inquisição.
Mais recentemente, Tarcisio Bertone ficou conhecido por ter dado a cara pela campanha desenvolvida pelo Vaticano contra a exibição do filme «O Código da Vinci».
É, na verdade, um currículo invejável.
Como é óbvio, o Papa está no seu pleno direito de nomear quem muito bem lhe apetecer e quem ache mais adequado para o desempenho dos mais diversos cargos no Vaticano.
Até porque a sua infalibilidade lhe garante sempre uma escolha acertada.
Mas há uma indelével mancha no passado do Cardeal Tarcisio Bertone, uma maldade por si impiedosamente praticada, que eu não posso de forma alguma tolerar, e muito menos entendo que tenha sido esquecida pelo Rotweiller de Deus, o Papa Bento XVI.
Foi no final dos anos 90:
O arcebispo de Lusaka, na Zâmbia, o Monsenhor Emanuele Milingo resolveu um belo dia aderir a uma seita animista e esotérica, com ligações à célebre «Igreja da Unificação», do famoso e inefável Reverendo Moon.
Vai daí, o bom do Emanuele Milingo largou a Igreja Católica e casou-se em Nova York, numa cerimónia religiosa colectiva, com uma grande-sacerdotisa da tal seita animista, uma senhora de nome Maria Sung Ryae Soon, tida como pessoa de grandes dotes e ainda por cima especialista em acupunctura.
Estava o Emanuele posto em sossego, a desfrutar os prazeres e colhendo o doce fruto do leito e dos conhecimentos esotéricos da sua nova consorte, e a preparar já a fundação de uma «Igreja Paralela» em África, quando a galhofa internacional obrigou o Papa João Paulo II a fazer alguma coisa.
Foi precisamente o novo Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Tarcisio Bertone, quem na ocasião foi escolhido para a delicada missão de recolher a ovelha tresmalhada.
Então, apelando aos seus melhores dotes de argumentação, e certamente com a ajuda do Divino Espírito Santo, que sozinho não ia lá, Bertone lá conseguiu convencer o coitado do Emanuele Milingo a abandonar a seita animista, a desistir dos seus planos de criação de uma Igreja Paralela, a divorciar-se da grande-sacerdotisa e a abandonar o seu leito conjugal e os prazeres da carne e da acupunctura que ela lhe proporcionava e, pasme-se, a regressar ao seu cargo de arcebispo e ao seio da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana.
– Ora, isto não se faz!!!

(Publicado simultaneamente no «Random Precision»)


24 de Junho, 2006 jvasco

Deus deu-nos Liberdade

Imaginemos que o Henrique Fernandes criava 10 seres. 10 seres vivos. Com inteligência.
Henrique Fernandes criou 2 caminhos. O da esquerda e o da direita.
Henrique Fernandes ama os seres que criou, e quer que escolham o caminho da direita. Por isso cria-os por forma a que estes seres escolham esse caminho. Os seres assim o fazem. Ficam todos felizes.

Mas o Alberto acha que o Henrique Fernandes é mau. Não deu liberdade aos seres que criou. Por isso faz as coisas de maneira diferente: cria 10 seres e dois caminhos, e dá-lhes a Liberdade. E a coisa funciona assim: cada ser pode escolher se quer ir pelo caminho da direita ou da esquerda, mas ele avisa logo que quem for pela esquerda leva um tiro na nuca. Assim sendo, ele dá a Liberdade aos seres de irem pela esquerda (e sofrerem as consequências).
Quando o Alberto cria os seres, já sabe que, da forma que os criou, 9 escolherão o caminho da direita, e apenas um escolherá o caminho da esquerda. E é com a maior das tristezas que Alberto dispara sobre um ser que tanto ama.

O Joaquim acha que o Alberto é cruel e opressor. Que liberdade tem cada ser para escolher a direita ou a esquerda, se o Alberto lhes diz imediatamente que quem for pela esquerda leva um tiro na nuca? Obviamente estaria fora de questão não lhes dizer nada, mas Joaquim tem outra ideia.
Deixa os seres criados em paz, mas deixa pistas espalhadas. Assim sendo, eles podem descobrir, se as interpretarem correctamente e não se deixarem enganar pelas pistas falsas, que quem for pela esquerda leva um tiro na nuca. E, apesar de ao criar 10 seres prever que, da forma que foram criados, apenas um deles pereceberá o enigima e escolherá o caminho certo, é com toda a tristeza que extermina 9 dos 10 seres que criou.

O Jeová não é cruel como o Joaquim. Não vai matar os seres que criou apenas porque escolheram o caminho errado. Simplesmente, entre os 2 caminhos que criou, um deles vai dar a si, e conduzirá á felicidade, e outro afasta-os de si e vai dar à infelicidade eterna. Um castigo que faz a bala na nuca parecer apetecível…
Também não põe lá um engima qualquer. Ao invés manda o seu filho (que também é ele próprio) sacrificar-se (?) para que, no meio de todos os falsos profetas que indirectamente também são criação sua, algumas pessoas possam ter a sorte de contactar com quem conhece a história da ressurreição (grande azar se viverem na Mongólia, e nunca vos tiverem explicado o que aconteceu em Jerusalém por volta do ano 33 dC).
Depois, uma ínfima minoria dos seres que criou tem a Liberdade de ser feliz, enquanto que a outra tem a Liberdade de sofrer por toda a eternidade. Um destino tão monstruoso que eu nem sei se Hitler o merecerá, quanto mais a maioria da humanidade.

Enfim… um Deus de Amor. Um Deus de Liberdade.