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17 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Ciência vs religião

Em resposta aos continuados apelos que é possível conciliar a religião e a ciência…

Não. Não é possível!

A seguir apresento algumas razões porquê:

Quando uma pessoa doente recupera de uma enfermidade, nunca se dá valor aos médicos, ou aos instrumentos, ou ao conhecimento: foi porque deus assim o quis.

Acreditar sem provas, é tudo o que as pessoas religiosas precisam. Curiosidade, interrogação, estudo, pensamento, atitude crítica é algo que é desaconselhado (se não mesmo proibido) na doutrina da fé.

Uma visão do Homem como o centro do universo e da criação, enfraquece e distorce a complexidade e beleza do mundo natural que o rodeia.

Religião é a forma mais preguiçosa de sair de qualquer problema lógico. Não é preciso qualquer evidência. «Foi um milagre». É uma desculpa barata para não se ter de procurar qual a razão que explique o fenómeno.

Acreditar que somos parte de um plano divino e que existe um deus que regula e comanda a existência causa uma desresponsabilização do indivíduo. A racionalidade, a causalidade e a inteligência tomam segundo lugar perante tal justificação simplista.

A ideia que certos pensamentos não devem ser expressos, ou certas ideias não devem ser exploradas ou que dogma não deve ser questionado, é só por si mesmo perigoso, mas principalmente ignóbil. Esta ideia é anti científica, uma vez esta última é construída com a fundação da contínua interrogação, de desafiar o conhecimento já existente.

E finalmente, fé é o oposto de ciência. No entanto, é a «virtude» mais valorizada em religião, porque serve para manter crenças supersticiosas apesar de existir evidência contra as mesmas.

(Artigo inspirado num texto do Scienceblogs.com)

E de certeza que podem ser acrescentadas muitas mais.

PS: Para saber mais, visite o NOVA

17 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

Cuidado, amigos brasileiros

A salvação não tem preço mas a IURD está levando caro!!!!

Nota: post alterado.

16 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

A Igreja católica e o anti-semitismo

Só quem nunca leu a Bíblia ignora o carácter racista, xenófobo e violento do tão pouco edificante livro cuja leitura se recomenda para compreender os actos mais violentos dos cristãos, através dos séculos.

Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente anti-semitas, uma média de «mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».

Não admira, pois, que, na febre demente de fazer santos, a ICAR prefira implicar Pio XII numa conspiração para matar Hitler do que suportar a sua cumplicidade histórica. (V/imagem jpg). Para fazerem santo o Papa de Hitler não hesitam em atribuir-lhe uma conspiração. É um crime bem menor do que o incitamento de Pio XII às autoridades italianas, em Agosto de 1943, para que mantivesse as leis raciais

Os maiores aliados do sionismo são cristãos fundamentalistas, mas por acreditarem que só o domínio final dos judeus sobre a Terra Santa levará à reconstrução do Templo de Salomão, condição sine qua non do Segundo Advento de Cristo e da destruição final dos judeus -, uma magnífica manifestação de cinismo, estupidez e anti-semitismo.

A teologia cristã é a mãe do Holocausto. Conscientes ou não, os nazis foram os agentes da religião que, com o seu anti-semitismo, construíram pedra a pedra os crematórios que devoraram milhões de pérfidos judeus, adjectivo que ficou nas orações dos católicos até ao concílio Vaticano II.

16 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

A fé e a liberdade de expressão

Cairo (EP/AP) – O líder da al-Qaeda no Iraque, Abu Omar al Bagdadi, ofereceu hoje dinheiro em troca do assassinato do artista sueco Lars Vilks, autor de uma série de caricaturas do profeta Maomé, publicadas num diário sueco no passado mês de Agosto.

16 de Setembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

JN publica insultos a ateus e agnósticos

No Jornal de Notícias de 15/09/2007 é publicado um artigo de insulto vácuo a todos os ateus e agnósticos, são uns desgraçados, algo incrível para um dos muitos jornais onde palavras como Ateísmo parecem não pertencer ao dicionário, aparece finalmente juntamente com o insulto a qualquer pessoa que se identifique com o termo.

O texto é escrito por um tal de Joaquim Vasconcelos do Porto, que se esqueceu de referir o endereço de correio electrónico para o caso de necessidade de esclarecimentos em algumas pontas soltas. Enviarei brevemente uma carta ao Jornal de Notícias sobre a minha desgraça (ser ateu) e convidaria todos os que lerem este artigo e a respectiva notícia a enviarem artigos de opinião sobre a temática inerente à notícia, a desgraça de ser ateu ou agnóstico.

Também seria interessante o Jornal de Notícias corrigir os artigos que por lá são publicados, visto estranhamente publicarem textos de pessoas que mal sabem escrever, tal como pode ser constatado na expressão “(…)tratando desrespeitosamente os dogmas que lhas(?) são mais queridos.”.

Também publicado em LiVerdades

15 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Filosofias à parte

Uma das características da evolução de organismos, é que são aqueles que estão mais adaptados que progridem. Normalmente os mais adaptados são aqueles que gastam o menos energia possível em acções desnecessárias.

Tem sido apresentado na secção de comentários que deus é uma tese filosófica e que se devem usar argumentos filosóficos para a entender ou refutar. Há mesmo quem apresente um grupo de disciplinas para tal: Antroplogia Teológica, Teologia, Teologia Filosófica e outras coisas que tal.

Imaginem o seguinte: que eu me apresentava perante aqueles que defendem este estilo de posição e dizia, «sabem, eu sei que vocês não acreditam em Zeus. Mas vocês tem de perceber que temos de discutir a filosofia de Zeus, há que ver a ontologia do argumento sobre Zeus. Temos de estudar as implicações metafísicas, a sua antropologia e epistemologia. Isto é verdadeiramente importante, porque não se pode falar de Zeus sem se perceber a teologia que o suporta.» Alguém entreva a sério neste debate?

A ver se me faço entender. Para se aceitar aqueles que dizem que interpretam o que deus quer, e que falam por ele, e que querem ter um papel nas nossas escolhas e naquilo que podemos viver, lamento mas as provas têm de ser mais do que filosofias e teologias. Eu não perco energia com quem me quer apresentar a filosofia de que a primeira mulher na terra foi feita de uma costela, assim como não vou perder energia com a filosofia sobre entidades invisiveis com poderes fabulosos e que existem num lugar qualquer que não consegue ser visto. Provas concretas é o que será necessário para me convencer.

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PS: Por favor, leiam com atenção (e entendam) os artigos antes de opinarem. Se for preciso, leiam duas vezes. Não é vergonha nenhuma. Alguns dos comentários têm sido ridículos, apenas porque não se leu com atenção o que a outra pessoa escreveu. São vários os exemplos, mas fico por um que me fez desesperar: quem falou em o ateísmo ser novo? A designação é clara o suficiente, não é que o ateísmo seja novo, mas que há um novo tipo de ateísmo.

14 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

A ICAR e a cultura

A Igreja católica odeia a cultura como só Maomé odeia o toucinho. O Índex Librorum Prohibitorum vigorou desde 1559, elaborado pelo Santo Ofício a pedido de Paulo IV, até 1966, altura em que Paulo VI o aboliu por se ter tornado inócuo ou contraproducente.

Entre os livros que faziam perigar a alma e arriscar a fogueira, encontravam-se o D. Quixote e os Miseráveis. Talvez os Papas julgassem que o livro de Vítor Hugo fosse sobre o papado!

Quem conhece a História da Igreja católica, desde que se tornou o braço eclesiástico do Império Romano, com Constantino, até se tornar um potentado económico graças à burla da «Doação de Constantino» (piedosa falsificação ordenada por Estêvão II) e às pilhagens feitas aos hereges e aos judeus, não pode deixar de sorrir com a defesa da moral pelo Papa – um excêntrico que exibe colorida e cintilante roupa feminina.

À ICAR deve-se a invenção das bruxas e a perfeição cruel com que as exterminava. As acusações eram uma extensão do sadismo e das fantasias sexuais dos clérigos. As confissões de cópulas com o diabo mostram a crueldade com que eram torturadas.

A igreja católica começou cedo a arte do embuste. Alexandre I (105-115) foi o inventor da água benta, do pão para a consagração e do vinho no cálice. Os milagres de hoje são uma intrujice benigna comparada com a criatividade de papas tão perversos e lascivos como João VIII, Adriano III ou Alexandre VI.

Comparado com os papas medievais e os inquisidores, até Pio IX foi uma pessoa de bem. E se pensarmos que o Vaticano já foi um bordel e antro de assassinatos, simonia e intrigas, podemos dizer que hoje é quase um Estado de direito.

Perante os dominicanos, onde se recrutaram os mais crus inquisidores, podemos dizer que o Opus Dei é quase uma instituição contemplativa e até Santo Escrivá parece justo, comparado com os evangelizadores da América do Sul.

14 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Novo Ateísmo: o (novo) parente snob to Ateísmo tradicional?

Em Novembro de 2006, Wired Magazine firmava o conceito de «Novo Ateísmo». Numa peça onde se juntavam três dos «campeões dessa nova vaga», Prof. Dawkins, Prof. Dennet e (brevemente Prof.) Sam Harris, o jornalista Gary Wolf concluía que, «ser um novo ateísta é como ser um profeta que tenta mexer com a sociedade, mostrando uma descrença justificada, criando um consenso activo, com objectivo de atingir as pessoas».

Concordando ou não com a crítica velada que os Novos Ateístas podem querer estar a lutar batalhas messiânicas (com a subjacente ironia por se usar termos religiosos), deixo aqui a opinião de um Novo Ateísta em Portugal.

Como racionalista e cientista que sou, incomoda-me que em Portugal se continue a recorrer a curandeiros e exorcistas. Que se procure o padre da paróquia para aconselhamento emocional ou psicológico. Que se tenha bispos a tentar influenciar a politica dos governos em questões de saúde. Que a EMRC seja paga pelos meus impostos para ensinar fraudes às nossas crianças, etc, etc. Vivemos numa era de conhecimento, de ciência, de progresso racional que levou centenas de anos a conquistar (já para não falar em Portugal o atraso por causa de uma ditadura, apoiada exactamente pela Igreja Católica).

O Novo Ateísmo quer-se como um espaço de abordagem mais técnico, mais racional, mais científico. Mas para quem deve ser direccionado este discurso? Na minha opinião, é muito difícil convencer as pessoas que recorrem nos dias de hoje a agentes de superstição do que o que estão a fazer é irracional (nem elas querem participar em tais conversas).

Não acho que valha a pena colocar todas as energias nessa batalha. Acho que a melhor estratégia é de chegar a um segmento mais jovem, mais esclarecido, mais entendedor, promovendo o entendimento do mundo natural, a curiosidade científica, a capacidade de rejeitar posições dogmáticas. E assim, lançar as sementes que vão permitir um maior afastamento do preconceito e irracionalidade por parte dessa geração e das seguintes. Abra-se o debate.

Esta é uma opinião pessoal, que não compromete, nem reflecte a posição do Diário Ateísta.