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27 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Os bandidos de Deus

Christopher Hitchens demonstra no seu livro, «deus não é Grande», como a religião envenena tudo. Não é de hoje, é uma tara atávica dos vários sistemas de crenças que, ao longo dos séculos, fomentaram guerras e deram origem às mais bárbaras crueldades.

É verdade que ninguém faz o mal de forma tão eficiente e entusiástica como os crentes de qualquer religião. Os homens inventaram deus como pretexto para se digladiarem, sem que lhes mingue atrevimento para qualificarem o biltre como misericordioso, justo e bom.

João Paulo 2 era um papa supersticioso e rural, talvez o último que acreditou em Deus, mas, olvidando as maldades próprias, sentiu o dever de pedir desculpa aos judeus pelos séculos de anti-semitismo cristão que os beatos que visitam o Diário Ateísta se esforçam por negar. Pediu desculpa aos muçulmanos pelas Cruzadas, sem despromover os santos facínoras que as fomentaram e não deixou de as pedir aos cristãos ortodoxos orientais pelas numerosas perseguições que Roma lhes infligiu.

É claro que só se arrependeu pelos crimes dos antecessores, manifestando mesmo uma vaga tristeza pela Inquisição, mas foi omisso sobre a responsabilidade dos seus padres e bispos no massacre de cerca de um milhão de pessoas no Ruanda.

Seria trágico que esquecêssemos os crimes das outras religiões depois de termos posto o cabresto nas orelhas dos pontífices e peado os bispos e padres no seu proselitismo. Não podemos esquecer que nas mesquitas e nas madraças andam clérigos rancorosos, à solta, a pregar o ódio aos infiéis e a morte de todos os que desprezam o boçal pastor de camelos.

A célula de facínoras desmantelada em Barcelona tinha na agenda atentados terroristas contra vários países, incluindo Portugal. Não se trata de pessoas que nasceram violentas, são crentes que a fé tornou dementes e que os clérigos treinaram para terroristas.

A benevolência para com os pregadores religiosos foi sempre superior à que as leis reservam para quem incite ao ódio e à violência. É tempo de um sobressalto laico e republicano contra quem financia, doutrina, arma e acolhe o exército de bandidos de Deus à solta pelo Planeta. 

26 de Janeiro, 2008 Mariana de Oliveira

Novidades por SMS

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É fácil e é de borla.

26 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Paulo Teixeira Pinto, Opus Dei e Causa Monárquica

Paulo Teixeira Pinto, atormentado com o peso de dez milhões de euros de indemnização pela saída do BCP e com a vergonha de, aos 47 anos, ficar obrigado a receber até ao fim da vida 500 mil euros anuais, enquanto o Banco a que presidia ficou sob investigação policial, vai dirigir a Causa Real.

As dores do cilício com que se mortifica e os actos pios com que pretende contornar as dificuldades bíblicas de «um rico entrar no reino do Céu», não o impedem de presidir à Causa Monárquica, uma instituição que em tempos era simpática por contrariar as leis da física – a única causa que não produzia efeitos.

O pio presidente, além das missas que vai dinamizar pela família de Bragança, que bem precisa, para sufragar as almas de quem tanto pecou e tão mal fez ao País, vai iniciar as funções de presidente da Causa Real… encontrando-se com o presidente da Assembleia da República, para lhe entregar uma petição com quatro mil assinaturas (certamente em número superior ao dos monárquicos) para que o centenário do regicídio seja declarado luto nacional.

O país já esqueceu que, na sequência da tentativa revolucionária de 28-01-1908, o rei D. Carlos assinou em 31-01-1908, em Vila Viçosa, o decreto que legitimava a ditadura de João Franco, o encerramento dos jornais, o fecho do Parlamento, permitindo o desterro para Timor de grande parte da oposição republicana e até monárquica, mas a História é impiedosa a recordar o que deu origem ao regicídio e não esquece que os vilipendiados Manuel Buíça e Alfredo Costa foram os mártires que deram a vida para vingar a afronta desse decreto, por mais que se lastime – e eu lastimo – a morte do rei e a do príncipe herdeiro.

A haver um dia de luto nacional era na véspera, pela suspensão das liberdades e pela afronta criminosa do degredo a que foram condenados os adversários políticos.

Mas a liberdade é um mero detalhe para o Opus Dei, uma instituição que apoiou a mais cruel ditadura do século passado na península Ibérica, a de Francisco Franco, e muitas outras na América do Sul, enquanto o mentor, monsenhor Escrivá, fazia uma carreira de tanta santidade que lhe bastou morrer para ser elevado aos altares. 

26 de Janeiro, 2008 Ricardo Alves

«Do 28 de Janeiro ao 5 de Outubro»

Terça-feira 29 de Janeiro, às 18h30m na Biblioteca Museu República e Resistência, terá lugar a conferência «Do 28 de Janeiro ao 5 de Outubro», por Francisco Carromeu (organização da Associação República e Laicidade).

Refira-se que, há apenas 100 anos, existiam em Portugal organizações como a Associação do Registo Civil (mais tarde, Associação do Livre Pensamento), capazes de reunir 20 000 pessoas em manifestações anticlericais. É uma época difícil de imaginar hoje, e na qual se registaram enormes avanços para a causa da laicidade. A conferência ajudará certamente a desfazer alguns mitos que a propaganda monárquica e católica tem propagado.

26 de Janeiro, 2008 Ricardo Alves

Detido por blasfémia no Afeganistão

O jornalista afegão Parwiz Kambakhsh foi preso em Outubro de 2007, e condenado à morte pelo «Conselho dos Eruditos Religiosos» da província de Balkh, pelo «crime» de imprimir um artigo (da Internet) que apontava alguns versos do Corão particularmente nocivos para os direitos das mulheres.

Pode ler-se mais informação sobre este caso (e formas de protestar) no blogue da ateísta militante iraniana Maryam Namazie.

É gente desta que tem, verdadeiramente, coragem.

25 de Janeiro, 2008 Hacked By ./Localc0de-07

A missa é imparável!

Uma sotaina católica continuou a rezar a missa na igreja Madonna Bianca, em Trento, na Itália, depois de perceber que um dos fiéis tinha morrido durante a cerimónia. Em declarações ao Daily Telegraph, o padre Mario Peron defendeu que: “O que é que eu poderia ter feito? A Missa Sagrada tem que ser celebrada, não podemos abrir excepção para um indivíduo.”.

Terra Notícias: Padre recusa-se a parar a missa após morte de fiel

25 de Janeiro, 2008 Ricardo Silvestre

pocilga

Vocês não vão acreditar nesta!!!

pig

“Um livro digital, com uma nova versão do clássico conto sobre os 3 porquinhos, foi rejeitado por juízes no Reino Unido porque “o uso de porcos como símbolos levanta questões culturais”.

Anne Curtis, a directora criativa da BECTA, a agência tecnológica governamental que foi a organização responsável pela criação do livro, disse que “a ideia que a inclusão de porcos numa história possa ser considerado racismo, é como levar uma estalada na cara”.

Este CD-Rom, que é destinado a crianças da escola primária, foi criticado por um conjunto de juízes porque estão “preocupados com questões culturais relacionados com a comunidade muçulmana”.

A história no CD-Rom foi galardoada com um prémio da Education Resources Award. No entanto esse grupo de juízes considera que os conteúdos no CD “não são recomendados para a comunidade muçulmana e que pode alienar membros que são dessa comunidade.”

Este estilo de notícias parece ser brincadeiras. A sério.

Mas quando se lê em mais detalhe, é que se percebe, na totalidade, até onde é que vai a insanidade destes pequenos casos, que sozinhos quase que não se percebem, mas quando se faz uma panorâmica geral, se tornam preocupantes.

É a capitulação da sociedade ocidental. Pura e simples. Brevemente estaremos todos a viver num califado.

25 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Itália – Tão perto do Vaticano…

Ao anunciar o voto favorável em Romano Prodi, Nuccio Cusumano, foi brindado por um colega da mesma formação política com cuspidelas e epítetos de «vendido, cornudo, pedaço de merda» e a expulsão sumária. O pequeno partido UDEUR dispunha de três senadores, suficientes para ditarem o destino do Governo Prodi.
Depois de ler o «Times» talvez se compreendam melhor as cuspidelas e os insultos de que foi vítima o senador Cusumano. Segundo o jornal conservador inglês, o Governo italiano pode ter caído sob a influência do Vaticano.
O “Times” escreve que o Vaticano, desagradado com a posição demasiado liberal de Prodi nas questões dos direitos dos homossexuais e na questão do aborto, poderia ter convencido o ex-ministro da Justiça, Clemente Mastella, a retirar o apoio do seu pequeno partido “União dos Democratas pela Europa” à coligação de centro-esquerda, da qual resultou a queda do Governo italiano, colocado em minoria.
Anteriormente, já a imprensa italiana referia que o Vaticano tentava intervir na política.
O Governo de Prodi tinha aprovado em Fevereiro do ano passado um projecto de lei que legalizava as uniões civis dos homossexuais.
Nota: Agradeço ao nosso leitor kavkaz a chamada de atenção para o artigo do jornal inglês.

25 de Janeiro, 2008 Hacked By ./Localc0de-07

Ateísmo e o espantalho comunista

É aberrante a lógica argumentativa religiosa, as suas entediantes e estúpidas alusões às mesmas questões, aos mesmos ridículos argumentos, inseridos continuamente em quase toda e qualquer discussão do fenómeno religioso, os mesmos erros repetidamente que não se tornam em verdades, breves noções sobre a concretude das coisas bastam para filtrar as alarvidades proferidas por teólogos ou adeptos de áreas semelhantes, áreas em que qualquer coisa é comparável a qualquer coisa e onde as maiores parvoíces ganham contornos de excelsidades mentais, arrogância existe que chegue e que normalmente transborda, falar do que não se sabe não é um dom, é um atestado de incompetência intelectual passado a si próprio.

Uma das recorrentes temáticas usadas para interromper debates, usadas sem sentido algum, sem qualquer linha de raciocínio nem sequer as habituais ginásticas intelectuais teológicas, é o espantalho comunista, o desvio para as políticas estalinistas e outras enquadradas em semelhantes pressupostos, as alusões a personagens históricos sanguinários que se identificavam como ateus. A questão não poderia ser mais simples, o ateísmo é uma negação do sobrenatural, das religiões, da fé, uma estrutura de filtragem racional que pode ser exercida em plenitude de racionalismo e honestidade ou meramente identificada pela descrença num deus. A ausência de determinadas convicções não potencia acções, as acções são potenciadas por convicções existentes e não por convicções ausentes, portanto, as acções decorrentes do estalinismo e correntes políticas similares lidam com convicções de foro político, foi a política que definiu determinadas convicções que se tornaram em acções.

Tentar associar o Ateísmo com comunismo é complexo, e sujeito a enorme ginástica intelectual, coisa que muitas vezes inexiste nas mentes que tentam tal abordagem, a intelectualidade, não a ginástica. De uma questão de negação religiosa não se passa a uma questão de afirmação política sem tentar, no mínimo, encontrar um fio condutor, no caso específico ele não existe.

Notável ainda a arrogância teológica em querer lidar com questões complexas de uma forma estúpida e superficial, saloia e ignóbil, alicerçar a suposta inquisição ao ateísmo por uma descrença no deus que determinadas pessoas acreditam, retirar credibilidade a algo por existirem pessoas que partilham ausências de convicções, sendo para mentes torpes e reduzidas a mesma coisa que partilhar ausências e presenças, se determinada pessoa se assume como vegetariana e ateísta, então uma mente religiosa poderá considerar que todos os ateus serão vegetarianos, ou caso um ateu se declare homossexual todos os ateus serão homossexuais, questões complexas para mentes entupidas em fé, a sua forma de seguir ordens advindas de vendedores de teologias em manada, de entrega absoluta e cega aos preceitos de determinadas doutrinas religiosas faz com que a clarividência se afunde, e a percepção da diversidade inexista. Atribuição de determinadas posturas afirmativas a um grupo de pessoas que se identifica com um construtivismo de negação é incrivelmente idiota, uma estupidez épica.

Por certo terão mais razão dentro das lógicas ilógicas teológicas os hindus em afirmar que a grande maioria dos males do mundo são oriundos da ausência de crença em Brahmá, Vishnu e Shiva. Mais razões teriam os crentes do Tricórnio (que é um Unicórnio mas tem 3 cornos) de Saturno em afirmar que a ausência de crença nesse ser superior causou todos os males do mundo.

Estranho também será o facto de algumas pessoas que se identificam com o rótulo do Ateísmo se sentirem de alguma forma perdidas com as alusões aos espantalhos comunistas, como se por ventura se deixassem cair nessa estupidez e assumissem um discurso de defesa instigado pelos irracionalismos religiosos de algo que não faz parte da sua convicção afirmativa, por vezes aparentando um contágio da estupidez oriunda do meio envolvente. Tais alusões devem ser antecipadas, o leque de argumentação religiosa é incrivelmente restrito, os espantalhos devem ser racionalmente exterminados, honestamente estupidificados pela força da inteligência.

O Ateísmo, a ser exercido colectivamente em mutualismo, deve não só atacar racional e honestamente os dogmas religiosos, como também atacar os dogmas que as religiões lhe tentam atribuir, sem que as ideologias dogmáticas religiosas infectem as mentes esclarecidas e racionais.