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11 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Beatos, fascistas e malcriados

Há devotos do Diário de uns Ateus, avezados aos textos aqui publicados, incapazes de migrarem para outras paragens zoologicamente mais adequadas.

Saem das missas, cheios de raiva dos ateus, com a hóstia ainda colada ao palato, a trocar os padre-nossos pelos insultos, as ave-marias pela provocação e a fé pelo ódio. A crença e a malquerença andam misturadas, as orações substituem-se pelo fanatismo e as igrejas são madraças católicas onde explode a raiva, rangem dentes e ruminam vinganças.

Podiam os créus usar um módico de civilidade, um mínimo de bom senso, um resquício de humanidade, mas não se pode esperar muito de quem tem o monopólio do verdadeiro deus, do único livro sagrado e da exclusividade da água benta.

Fazem pena, na sua raiva pequenina, no seu pequeno mundo de um deus que inventaram só para eles. São saprófitas do divino, lacaios do Vaticano, agarrados às sotainas.

Enquanto os ateus se limitam a negar a existência de um ser imaginário e a combater as superstições, os devotos tornam-se malcriados para agradarem ao deus que inventaram e fascistas por tradição. Desde Mussolini, considerado enviado da Providência pelo Papa de turno, os católicos reacionários seguem o déspota, que acabou mal mas deixou bem a Igreja católica, com dinheiro público, um Estado mal frequentado e religião obrigatória nas escolas do Estado.

O Papa não lhe faltou com a bênção nem o povo com o julgamento cruel, à boa maneira católica. É dos descendentes desses trogloditas que nasceram os fascistas malcriados que vêm em bandos a destilar impropérios à caixa de comentários de um blogue nascido contra o obscurantismo e a superstição.

Como eles dizem, nas suas orações, bem-aventurados os pobres de espírito.

10 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

A Turquia, a Europa e a democracia

Erdogan, primeiro-ministro turco, alcunhado de muçulmano moderado, pela UE e EUA, casado com uma devota que, se tira o véu islâmico é apenas para cumprir as obrigações conjugais, cumpre hoje a ameaça, há muito feita, a disputa das eleições presidenciais.

São as primeiras eleições por sufrágio universal e, a partir daqui, o presidente passa a ter um enorme poder, ao contrário do anterior com uma função praticamente honorífica.

Não está em causa o modelo político nem a validade da vitória previamente assegurada pelo apoio das mesquitas ao futuro presidente no país que dispões das mais numerosas Forças Armadas da Nato, fora dos EUA. A derrota da laicidade está acautelada depois de os militares e os magistrados que eram o seu garante, terem sido lenta e eficazmente afastados, presos ou assassinados.

Hoje começa a destruição do legado de Mustafa Kemal Atatürk. A Turquia fica à mercê de um «muçulmano moderado» que ontem afirmou no seu último comício eleitoral: «Se Deus quiser, uma nova Turquia nascerá amanhã. Uma Turquia forte vai renascer das cinzas». «Vocês elegeram o partido do povo a 3 de novembro [2002] e, se Deus quiser, vão eleger o presidente do povo, amanhã». «Chegou a hora do fim da velha Turquia e das suas políticas partidárias».

Todos sabemos do horror divino à democracia e ao pluralismo. Há 77 milhões de turcos em risco de submissão aos cinco pilares do Islão. A Europa não precisa de ser invadida pelos turcos, basta a lepra da fé alastrar pelos interstícios da sua sociedade secularizada, laica e democrática.

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9 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

LAICIDADE E LIBERDADE RELIGIOSA (2 de 3)

Por

João Pedro Moura

5- Em nome da liberdade religiosa, os crédulos não deverão ter um privilégio que vai implicar com a vontade maioritária de colegas, ou com o código normal e legal que preside a uma comunidade nacional e política.

E ninguém tem de ser religioso para reivindicar o cumprimento normal de folgas e serviços.

6- Religionários de todos os credos e incréus devem estar exatamente equiparados, porque são pessoas credoras dos mesmos direitos e deveres.

O denominador comum, para evitar atropelos de tais direitos e deveres, uns dos outros, é a laicidade, ideário pelo qual se outorgam liberdades sem outorgar privilégios.

7- Então, como é: é crédulo desta religião, tem folga no dia X e normas Y, em direito próprio; não é crédulo ou não quer saber de “descanso obrigatório”, então, tem de cumprir mais tempo no dia X, mesmo que reivindique o cumprimento usual das folgas e turnos, e acatar as normas legais Z.

A que propósito é que a vontade minoritária dum indivíduo se iria sobrepor à esmagadora vontade maioritária dum conjunto de indivíduos?!

A que propósito é que a liberdade religiosa das pessoas poderia obrigar os outros a trabalharem mais num dia, ou a fechar o serviço, para evitar ónus horário dos colegas, a fim de satisfazer a prática de preceito religioso dum indivíduo?!

Que liberdade é esta que aos crédulos, mesmo que seja um só, concede um direito superior do que àquele que é vigente nos outros e que implica com a vontade destes, que constituem uma esmagadora maioria dum serviço ou duma nação???!!!

É aceitável haver um duplo e triplo (e…) quadro legal nacional, levando à desagregação, em última instância, dum Estado???!!!

Seria possível haver tal multiplicidade de enquadramentos legais, com pessoas a dizerem “Ai eu sou da religião X, mas não aceito o preceito Y; outro: eu sou cidadão nacional desde sempre, mas não aceito esta lei, prefiro a daquela religião; ainda outro: eu sou cristão, mas defendo a poligamia, porque na Bíblia há um preceito que…”???!!!…

Seria um mistifório de conceções religiosas e “liberdades” mais o direito daqueles que não alinham em religiões e que se sentiriam, também, reivindicativos desta ou daquela lei ou uso e costume, ou fazendo esta ou aquela “objeção de consciência”, que lançariam o caos no sistema judicial…

Não pode, portanto, haver uma multiplicidade de quadros legais. Só pode haver um!

E esse “um” tem de ser a laicidade, isto é, a neutralidade religiosa do Estado, o denominador comum de todos os habitantes do mesmo, que, logicamente, poderiam prosseguir as suas atividades de liberdade de propaganda e associação religiosas, sem, obviamente, interferir nas mesmas liberdades, uns dos outros, nem nas dos incréus e indiferentes…

Com a permissividade de tribunais e governos e suas leis de “liberdade religiosa”, e à laia das centenas de igrejas dos EUA e do Brasil, basta uma minúscula delas, com meia dúzia de devotos, fornecer informações ao governo sobre “dias santos” e outros preceitos, e lançar-se logo no mercado dos privilégios religiosos…

8- Se num país, por motivos religiosos e tradicionais, a folga principal é à sexta-feira, então que seja. Não há problema nenhum, nem com ateus, pois a folga à sexta é o denominador comum de todos, com as exceções normais do pessoal profissional de turnos de serviços públicos e comerciais…

Mesmo num país muçulmano, não há privilégios de folga à sexta-feira, para toda a gente, sob pena de o país paralisar…

Tal-qualmente, num país onde a folga principal é ao sábado ou domingo, então é-o, para todos, sem privilégio para ninguém, excetuando os serviços ou trabalhos que estão abertos nesses dias e seguem outros horários…

A que propósito é que se deveria satisfazer os crédulos mais obstinados, detraindo os direitos e obrigações normais dos outros, que, lá por não serem crentes do calibre mais pesado ou não o serem de todo, não têm nada que trabalhar mais em turnos do dia especial, para suas excelências, os sequazes mais obstinados duma religião/igreja, poderem folgar?…

…E quem diz folgas, diz todos os outros preceitos religiosos, que interferem no quadro legal do país e nas liberdades dos outros…

8 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Islão e perseguições religiosas

Não podemos andar sempre a acusar o cristianismo dos mesmos crimes nem confiar na sua irrevogável bondade. A laicidade submeteu politicamente o clero e podemos dizer que o mundo seria mais pacífico se fosse cristão ou, pelo menos, não islâmico.

Hoje é o Islão que está em demência mística, que quer impor ao mundo o anacronismo do seu livro sagrado e a violência tribal herdada dos árabes nómadas do século VII.

Sem desprezar as mesquitas e as madraças, os jihadistas usam hoje as novas tecnologias para atrair adolescentes e intoxicar jovens. A enorme quantidade de europeus instruídos, caucasianos, capazes de trocarem a civilização pela barbárie, não deixa de aumentar. Há jovens, de ambos os sexos, atraídos pela violência e embrutecidos pela fé.

São aliciados, na sua generosidade, pelos fins humanitários com que os enganam, como sucedeu, por exemplo, com uma jovem de 14 anos que no sábado passado pensava fazer a viagem sonhada, para se juntar aos príncipes barbudos: Ceuta – Melilla – Marrocos – Turquia e, finalmente Iraque. Foi recrutada por telemóvel e presa em Marrocos. Só foi travada porque a polícia de Ceuta foi célere, perante a notícia do desaparecimento.

O caso de duas adolescentes aliciadas em Espanha merece especial ponderação por ser a primeira vez que a jihad atraiu uma menor. O que surpreende é a complacência com que a Europa trata Erdogan, o Irmão Muçulmano que continua a ser tratado por «moderado» e que, apesar dos escândalos que o envolveram, a ele e à família, será o novo presidente da República. As mesquitas estão eleitoralmente ativas na Turquia.

O drama dos cristãos iraquianos, a violência e morte a que os sujeita o bárbaro califado, é objeto de pequenas notícias na comunicação social ocidental, interessada em defender o petróleo e arredada dos problemas da liberdade e dos direitos humanos.

A passividade e displicência da opinião pública são excelente contributo para difusão do primarismo dos cinco pilares.

7 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

O Islão é um anacronismo violento

Quarenta crianças de minoria yazidi morrem em ataque jihadista no Iraque

Combatentes assumiram controle de reduto histórico da minoria.

O ataque jihadista forçou dezenas de milhares de pessoas a fugir.

Os defensores dos direitos dos yazidis e líderes desta comunidade consideraram que a existência desta pequena comunidade de língua curda em sua terra ancestral estava agora em perigo.

Famílias deslocadas da minoria yazidi são vistas em Sinjarl nesta segunda-feira (4) (Foto: Ari Jala/Reuters)
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7 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

A Beira Alta e a fé, nos verões de outrora (crónica)

Não me matem a burra, por amor de Deus!

Na mitologia grega havia um deus que necessitava de mergulhar as mãos na terra para recuperar as forças. Eu, que não sou deus, nem crente, sinto a necessidade dos mitos e vou procurar nos sítios que agonizam o resto de vida que ali jaz e encontrar no húmus das minhas origens as forças de que careço.

Abalámos muitos dessas terras que eram viveiros de gente e são hoje a antecâmara da morte dos que regressam para ficar.

Já não se discute a água da presa com a sachola nem se guardam alfaias religiosas com a escopeta carregada e a navalha, de ponta em mola, à mão. A fé esvaiu-se, não se mede em decibéis, oferendas ou novenas, nem em quantidade de dias de exposição do Senhor.

Em tempos, quando o estandarte da igreja dormia nas fragas que separavam o Freixinho do Lamegal, a anexa que disputava à sede de freguesia a glória de exibir o seu pendão para proteger as searas, com moços possantes a defenderem a crença e o estandarte, que os costumes mandavam revezar, e que o impulso da fé desrespeitava, eram as procissões que tinham primazia sobre as outras manifestações litúrgicas. Hoje falo do concelho de Pinhel e podia falar do Sabugal, Almeida ou Figueira de Castelo Rodrigo, terras donde trouxe a força o menino que se fez velho.

O meu tio Manuelzinho contava-me coisas de estarrecer quando a fé ainda vicejava nas aldeias e os padres abundavam para a liturgia. Não mais esquecerei a graça com que me contava a procissão do Carvalhal da Atalaia, que acabou mal. Os andores, os devotos e a fé não cabiam nos limites do casario. Era preciso percorrer caminhos de terra batida, na peregrinação cuja distância estivesse à altura da piedade dos paroquianos.

Foi num mês de agosto, ainda não havia francos franceses, suíços e marcos a ostentar a competição dos emigrantes. A procissão saiu do povoado para a ronda tradicional do Senhor dos Passos, com o padre sob o pálio, a resguardar a tonsura e a custódia, com os mordomos aprumados e a população em filas, separada por género e alinhada por escala etária. Rezava-se e cantava-se, alternado com algum latim para fazer sobressair o pároco enquanto os anjinhos eram admoestados, para não falarem, pela catequista que os guardava.

Num desses verões, já a procissão tinha invertido a marcha a caminho da aldeia quando, inopinadamente, se armou uma trovoada que parecia o dilúvio, sem a arca de Noé, para se recolherem nela os bons, enquanto a terra se inundava.

Os mancebos pousaram o Senhor dos Passos, enquanto os andores pequenos seguiram o exemplo, e os guiões foram encostados à árvore mais próxima. O padre, com a custódia, fugiu e manteve a proteção do pálio com os que empunhavam as varas a esticar o pano, transformado em guarda-chuva coletivo. Os anjinhos, na pressa, perdiam as asas e cada paroquiano procurava uma árvore de copa ampla com a população dispersa pelo campo e a parafernália pia abandonada no caminho.

Já se clamava «milagre!» quando o sol, de repente, substituiu de novo a chuva que se afastou a desgraçar videiras e a tornar inútil a vindima. Os paroquianos lá voltaram ao sítio donde fugiram e, ao chegarem, o horror deixou-os apopléticos.
Com a chuva esboroou-se o Senhor dos Passos que alguns fiéis haviam de julgar sólido, quiçá com músculos e ossos, desfeita a farpela puída pelo tempo, onde o manto refulgia. Do interior saiu a palha que lhe dava forma e uma burra, atraído pelo cheiro, mastigava, com os cascos sobre o manto e a pachorra de quem nasceu sem entendimento para a fé.

Descoroçoados, atiraram pedras ao animal, que insistia em mastigar a palha tantas vezes benzida, com tal sanha, que, da multidão, uma mulher implorou, por amor de Deus, que não lhe matassem a burra, enquanto esta se afastava a trote a mastigar o último naco do Senhor dos Passos.

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7 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Quem acode aos cristãos?

MASSACRE! MILHARES FOGEM NO IRAQUE AO AVANÇO DOS SUNITAS

Elementos da comunidade Yazidi pediram ao Governo curdo e às Nações Unidas para os ajudar a regressar à cidade natal de Sinjar. Militantes do Estado Islâmico estão a executar indiscriminadamente quem se lhes opõe.

“Pedimos ajuda, porque os nossos familiares estão a morrer. Não sabemos o que lhes vai acontecer. Idosos e crianças estão sem dinheiro e têm medo. O Estado Islâmico está a massacrá-los”, afirma uma mulher de Sinjar.

 

6 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Como se comporta um fascista católico

Zeca Portuga • há 7 horas
Hey putos… eu regressei!

Chamo-me Zeca Portuga.

Custou a encontrar esta Tasca. Quando saí da cá, os ateístas pastavam noutras terras e reuniam-se noutra Tasca – em espanhol, salvo erro, “tasca” diz-se “bodega” (se estiver errado, leve-se na devida conta que eu sou um campónio, muito pouco letrado).

Acho que “Bodega” é um termo mais condizente com o conteúdo deste local. Mas, por agora, ficamos assim – isto é uma Tasca… e não se fala mais nisso.

Para muitos não careço de apresentações, para outros, frequentadores mais novos desta Tasca, teremos tempo de conversar.

Vejo que os ateuólicos foram despejados da anterior tasca e reúnem-se, agora, em novo vespeiro.

É o que acontece a quem é socialmente indigno, civilizacionalmente indesejado e humanamente pouco recomendável – abreviadamente, nojento.

Antes de conhecer a fauna nova do covil não me alongarei em comentários.

Previno desde já os incautos de que esta gentalha não é de fiar – aparecerão muitos comentários falsificados (feitos por burlões e vilmente por eles assinados, mas usando o meu nome); outros comentários serão crivados (e cravados) pelo honestíssimo lápis azul do Mestre Escola, especialista em redacções da quarta classe, cujo semblante de remosoros é caracterizado por “relhar” os dentes de raiva quando tem que engolir as verdades dos crentes.

Referia-me, “tá claro”, ao tasqueiro chefe, o Ilmo. Esperança – um iluminado da família dos “luzecus”, digo, dos pirilampos (pirilampo é mais “abichanado”).

Até já camaradas!

PS.: Que bem prega frei Tomás!… Mas… acho que ele enganou-se no estabelecimento comercial… ou no público alvo!

Nota: Este comentário, e os que se seguirem, não respeitam o Acordo Ortográfico de 1990, pois o Zeca Portuga não celebrou acordo com ninguém, nem passou procuração com poderes para tal!