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12 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

A fé, a tirania e a violência

Quando o demente Abraão quis sacrificar o filho para fazer a vontade ao seu deus criou um axioma que perdura: os tiranos têm sempre quem lhes obedeça.

Que outra forma há para explicar as casmurrices papais que encontram sempre câmaras de eco que ressoam urbi et orbi?

Que justifica a existência de carrascos para darem cumprimento à sharia ? Quem criou os frades que rezavam alegremente enquanto as bruxas e os hereges eram grelhados nas fogueiras da Santa Inquisição ?

Faltam, acaso, médicos que atestem a veracidade dos milagres obrados por um sistema de cunhas que envolve uma virgem, um defunto e a associação de embusteiros?

As religiões são as multinacionais que mais tempo se mantêm no mercado sem renovar o stock dos produtos e os métodos da cautela premiada. Prometem o paraíso sem terem escritura válida ou o averbamento na conservatória do registo predial celeste e ameaçam com o Inferno, sem o localizarem no mapa imaginário da fé.

O clero é a classe de vendedores de ilusões que obedece cegamente à hierarquia pouco recomendável. Do budismo ao cristianismo, do judaísmo ao islamismo, da bruxaria à quiromancia, a superstição e o medo são os motivos que levam os clientes a alimentar mentiras pias e o fausto dos patrões da fé.

11 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

A islamofobia, o medo justificado e alguns leitores

Um leitor chamou-me islamobóbico, «não o sabia islamofóbico». Outros, por consideração, mais corteses, limitam-se a insinuá-lo. Não me preocupo com o apodo, mas temo pela agnosia de quem o usa.

Alguns, indiferentes ao perigo que corre a civilização, babam-se de gozo por tudo o que seja contra os EUA, numa inconsciência que só uma postura simétrica com os islamitas pode consentir. O Afeganistão devia servir a uns e outros como exemplo pedagógico. Os talibãs serravam vivos os soldados da URSS e a comunicação social aceitava porque eram comunistas. Depois entraram os americanos e os soldados dos EUA também eram serrados vivos. O silêncio manteve-se porque eram imperialistas. Medraram os talibãs.

Há quem pense que só há dois lados da barricada, o mundo que ruiu com a implosão da URSS e o império do mal que designa os EUA. É um maniqueísmo digno de Santo Agostinho e dos radicais que alimentam ódios do lado que já não existe ou do lado que deixará de existir. Não há impérios eternos.

As fobias são medos patológicos que a psiquiatria trata. O islamismo inspira medo real, um medo que só os inconscientes e os cúmplices enjeitam. O medo consciente não é uma fobia, como qualquer interno do primeiro ano de psiquiatria pode explicar. É o que permite a conservação da espécie, mas não ensina ninguém a pensar.

Quem herdou do Iluminismo e da Revolução Francesa os ideais que o norteiam, detesta quem prefere o Paraíso à liberdade, o terror à paz e a demência pia à civilização.

Combater o Islão não é apenas uma questão de medo justificado, é medo a quem prefere 72 virgens à própria vida, a quem se faz explodir para não perder rios de mel doce que o profeta analfabeto lhes prometeu, segundo refere um manual terrorista que é uma cópia grosseira do cristianismo e rudimentos do judaísmo de cuja cisão nasceu o cristianismo.

Fobia é uma doença do foro da psiquiatria. Medo, de um perigo real, é uma questão de sobrevivência. Decididamente, há pessoas que, quando apontam o dedo, não veem para além da sua falangeta.

11 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (5/5)

Crónica Ateísta de Onofre Varela 

Matar em nome de Deus

Penso poder dizer, sem lugar a erro, que Deus é uma das piores invenções da Humanidade. A História conta-nos guerras religiosas e outras atitudes maléficas perpetradas em nome de Deus, que desilustram a espécie Homo… que se apresenta pouco Sapiens! O conceito de Deus não é transcendental nem pertence a outra esfera que não seja à das coisas humanas. Deus é uma ideia que não pertence a ninguém em particular, mas que é de todos em geral, e os povos são tanto mais explorados quanto mais religiosos forem. E há quem, pela mesma razão, seja sanguinário.

A História da Igreja Católica teve a sua grande Era das Trevas que durou 350 anos (de 523 a 872), durante a qual a prepotência dos papas alimentou casos de intriga, tortura, luxúria, pederastia, violações e abusos sexuais, inclusivé com animais. Os papas sodomizavam criados que depois mandavam torturar e matar. Houve papas que cometeram todo o tipo de crimes, e na lista dos 56 daquele período, 23 foram considerados santos! 1000 anos depois, no tempo de Martinho Lutero, a Igreja continuava a explorar a sua autoridade espiritual de forma corrupta, e os papas tinham filhos, faziam colecção de amantes, e havia bordéis especificamente para padres (*).

Houve várias Inquisições Católicas que torturavam e matavam em nome de Deus. A última delas foi a Portuguesa, iniciada em Évora e que durou 285 anos (1536-1821).

Que fique bem claro que o Cristianismo e o Islamismo actuais não têm nada a ver com as maldades produzidas por cristãos em tempos recuados, nem com os sanguinários muçulmanos que hoje se dizem seguidores de Alá. Mas, nos seus extremismos, ambas as religiões protagonizaram, e protagonizam, maldades em nome de Deus. Hoje há muçulmanos que matam com intenção religiosa e requintes de malvadez (para exemplo e amedrontamento do mundo, dizem eles!?…), filmando degolações de honrados, valentes e exemplares cidadãos que entregaram as suas vidas a causas humanitárias. Carnificina perpetrada por malfeitores religiosos ignorantes, mentecaptos e assassinos, a merecerem perseguição imediata e condenação a prisão perpétua. JÁ!

(*) – Eric Frattini. Os Papas e o Sexo. Ficheiros Secretos do Vaticano. Bertrand Editora, 2010.

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

10 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (4/5)

Crónica Ateísta de Onofre Varela 

O meu Ateísmo

Na intenção de me apresentar aos leitores, vou falar das razões que me levaram a ser ateu.

Todos nós nascemos analfabetos e aprendemos a ler e a escrever com o evoluir do entendimento. Do mesmo modo sentimos a religiosidade presente na família e transmitida pela sociedade que nos produz, formata e educa. Tal como a maioria dos portugueses, também eu frequentei a catequese. Mas por pouco tempo. O meu pai, republicano, deixou por minha conta seguir, ou não, uma religião. Não segui, porque me interrogava sobre a divindade, e a catequista não me dava respostas satisfatórias. A interrogação é a causa primeira que nos leva a sermos, ou não, militantes religiosos.

No cumprimento do serviço militar em Angola, senti a morte rondar por perto e percebi o sentimento de religiosidade dos meus camaradas que rezavam na esperança de que Deus desviasse as balas que viessem nas suas direcções. Percebi que Deus estava nas suas cabeças, mas não fora delas… por isso nunca receberiam nada daquela procedência. Só se chega a esta conclusão quando não se tem o cérebro tomado pela crença… e eu não tinha.

A partir daí interessei-me pela Antropologia Religiosa e interroguei os meus camaradas sobre as suas crenças. No regresso à vida civil, li filósofos, pensadores, cientistas, a Bíblia e o Corão, assisti a missas, falei com crentes de base e sacerdotes, e comecei a construir o meu entendimento do fenómeno religioso. São muitos os porquês que me inquietam. O que levou o Ser Humano a criar deuses? Sem Mitologia não temos identidade? Porque há tanta gente a arrastar-se em lugares que dizem sagrados? Sendo Deus um conceito criado pelo Homem, o que é que faz com que uma pessoa culta e licenciada (médico, por exemplo), tenha, pelo conceito do divino, a mesma devoção de um analfabeto?!… Será que o licenciado não aprendeu nada, ou o analfabeto sabe muito?! Todas estas questões me inquietam, e aos 40 anos reconheci que, realmente, sou ateu.

Aos 70 continuo interrogativo e gostaria de saber o porquê de eu me interrogar sobre o tema, e de a maioria dos meus semelhantes devotar-lhe um tal “respeito sagrado” impedindo o questionamento da religião e da própria fé!…

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

9 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” (3/5)

Crónica Ateísta de Onofre Varela

A má fama dos ateus

Um dos meus amigos, sacerdote católico, afirma que eu não sou ateu. No seu entender os ateus são más pessoas porque serão destituídos de sentimentos fraternos e incapazes de atitudes altruístas. E como me conhece bem, sabe dos meus afectos, interesses culturais, atitudes cívicas e respeito pelo próximo, e por isso considera que eu não posso
ser ateu! É um preconceito que não é só seu. Há imensa gente a pensar assim. A desacreditação dos ateus pertence ao filósofo Platão (427 AC) que, retomando a velha questão de Protágoras “O homem é a medida de todas as coisas”, transformou-a e declarou “ser Deus a medida de todas as coisas”. E foi mais longe. Puniu os ateus decretando-lhes três penas: para os ateus “inofensivos”, cinco anos de internamento numa casa de correcção, onde os membros do Conselho Nocturno os visitavam,
reflectindo com eles acerca da incorrecção das suas condutas. Os ateus que praticassem heresias mais graves recebiam pena maior, e os reincidentes eram condenados à morte.

A palavra “ateu” é muitas vezes usada como sinónimo de “mal comportado”, na convicção de que todos os praticantes de credos religiosos são bondosas pessoas incapazes de uma ofensa ao próximo e que passam os dias da suas vidas distribuindo amor a torto e a direito! Relativamente a comportamento cívico, o ateu é tão bem (ou
tão mal) comportado quanto o crente. A diferença está em que o ateu se considera um mamífero primata, um ser gregário que vive em comunidade assumindo as suas acções perante a lei dos homens. Depois da morte o ateu fina-se como qualquer outro ser vivente. Para o ateu a palavra morte tem o significado de morte autêntica, que é o fim radical daquela vida, negando uma qualquer outra vida substituta. A “eternidade” apenas pertence à memória histórica, e mesmo essa não é perene.

O crente diz ter sido feito por Deus “à Sua imagem e semelhança” (e afirma-se humilde?!), que deve “respeitar e temer” Deus, antes do respeito devido ao próximo, e que depois de morrer viverá num doce céu (se tiver tido bom comportamento) ou num azedo Inferno (se merecer castigo)!…

(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

8 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

O que os espera…

Primeiro congresso de homossexuais católicos começa hoje em Portimão

Primeiro congresso de homossexuais católicos começa hoje em Portimão

O primeiro congresso de homossexuais católicos começa hoje em Portimão com representantes de várias associações estrangeiras, que querem promover o debate sobre a homossexualidade na Igreja Católica e criar uma organização mundial que os represente no Vaticano.

No encontro será ainda debatido e aprovado um documento, a enviar à Santa Sé, que pede à Igreja que promova o acolhimento dos homossexuais e a sua integração nas comunidades e paróquias.

Em declarações à agência Lusa, José Leote, da associação Rumos Novo – Homossexuais Católicos, que organiza o congresso, defendeu «a necessidade urgente de uma mudança de atitude por parte da hierarquia católica no sentido de que haja um verdadeiro acolhimento [dos homossexuais] ».

8 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

É preciso conter o Islão

Mário de Carvalho escreveu no faceboock:

«Alarme: a atitude de algumas elites perante o NAZISLAMISMO é coincidente com a que muitos intelectuais tomaram durante o ascenso do nazi-fascismo: que nada de alarmes, que preciso era compreender as razões profundas, que havia muito exagero, falta de perspectiva, que eles acabariam por ser absorvidos, que o verdadeiro perigo era…Há reflexos disso aqui no FB. Estaremos condenados? Não, Mário, qual quê! És um exagerado…MdC» [sic]

Tal como Mário de Carvalho, sou membro da Associação Portuguesa de Escritores mas falta-me a dimensão literária e a notoriedade do grande escritor e resistente antifascista nas denúncias que faço, há muito, de forma sistemática e persistente. O alarme de Mário de Carvalho é a pedrada no charco da cumplicidade da esquerda que se cala perante a decapitação de presos pelo fascismo islâmico numa orgia de violência, horror e pânico.

O vírus ébola é aterrador mas o islão é muito mais perigoso e propaga-se por mesquitas, madraças, internet e outros sítios insalubres, sem antídoto nem vacina prenunciada.

Na Turquia, onde a laicidade do Estado tem sido gradualmente diminuída por Erdogan, o Irmão Muçulmano, a quem a Europa e os EUA passaram um certificado de islamita moderado, iniciaram-se manifestações contra o avanço terrorista do anacrónico califado que dá pelo nome de Estado Islâmico. Não se pode confiar no presidente islamita.

Servido por uma multidão de alienados fanáticos, urge combater o Islão, em nome da civilização, e recuperar os chalados que a fé imbeciliza e os pregadores acirram. Referir sempre as culpas de países ocidentais no armamento e treino dos terroristas é uma forma de depreciar a violência que está às portas da Europa e no seu seio, é nutrir a demência que nos ameaça e desarmar a força moral da civilização contra a barbárie.

De todos os monoteísmos, o mais belicista e implacavelmente intolerante, é o legado do pastor de camelos, analfabeto e rude, que nas alucinações julgou ver o arcanjo Gabriel a ditar-lhe uns rudimentos de judaísmo e, sobretudo, uma cópia grosseira do cristianismo, que devia impor através da guerra.

Se não pararmos os devotos, serão eles a paralisar-nos pelo terror e a impor-nos os seus desvairados modos trogloditas. Pior do que o ébola, o islão é um vírus que escapa às análises, resiste a quarentenas e só a força pode parar. A condescendência já excedeu os limites.