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3 de Maio, 2015 Carlos Esperança

Hipocrisia e ridículo na morte da Ir. Lúcia

A morte de alguém merece-me respeito, mesmo – como foi o caso –, quando se tratou da última cúmplice de um embuste montado pela Igreja Católica na luta contra o comunismo e no ódio cego à República e à separação da Igreja e do Estado.

O cancelamento da campanha eleitoral pelo PSD e pelo CDS e as tergiversações do PS só encontraram paralelo no ridículo de um primeiro-ministro que pretendeu que fosse declarado luto nacional pela morte da freira enclausurada há décadas e que foi bandeira da campanha do fundamentalismo católico contra o progresso e a liberdade.

Desde a luta contra a minissaia e o divórcio (mesmo para casamentos civis), que eram objeto das cartas para Marcelo Caetano, até à convicção que lhe fora transmitida pela Senhora de Fátima de que Salazar fora enviado pela Providência para salvar Portugal, confidência da virgem Maria que acabou por ser transmitida a Salazar pelo cardeal Gonçalves Cerejeira, a vida de Lúcia foi a de uma pobre pastora de quem a ICAR se apropriou para um dos maiores embustes do século passado.

Foi esquecido o terceiro segredo de Fátima que excitou durante décadas a superstição popular, acalentou medos e generalizou o pânico nas populações analfabetas do mundo rural, embrutecidas por um clero saído do concílio de Trento para a cumplicidade com o Estado Novo. Já ninguém se recorda de que o Papa JP2 mandou um padre a Portugal com a sua batina para a Irmã Lúcia confirmar que fora aquela com que foi baleado por um enigmático turco, a que ela viu, em visão, quando o próprio pano não tinha ainda sido tecido. Claro que a vidente confirmou.

Foi com milagres destes e a exploração grosseira da superstição que o negócio de Fátima nasceu e prosperou. Foi com a falta de pudor e o descaramento pela credulidade de gente simples que se urdiu a teia de mentiras e idolatria que transformou uma zona rural paupérrima num promissor centro urbano do sector terciário.

Que aos embustes da ICAR se juntasse o oportunismo dos partidos que suspenderam a campanha eleitoral em sinal de luto por uma vetusta freira que morreu naturalmente, foi um ato digno dos mullahs islâmicos, um gesto terceiro-mundista, uma vergonha que cobriu de opróbrio um país europeu onde os ventos e as marés ainda se deslocam ao sabor da vontade da Senhora de Fátima.

2 de Maio, 2015 Carlos Esperança

Os arquivos secretos do Vativano

Por

João Pedro Moura

O papa mandou abrir os arquivos do Vaticano sobre a ditadura argentina (1976-1983), para tentar limpar quaisquer suspeitas colaboracionistas entre a Igreja argentina, a que estava ligado o papa, e o regime militar coevo.

Mas, já agora, por que não os arquivos do período da ditadura argentina anterior (1966-1973)?!…

…Ou de períodos anteriores?!

…E das outras todas ditaduras do mundo?!

O problema não é só os arquivos do Vaticano sobre a ditadura argentina… que é um assunto muito particular…

O problema, mais geral, é os arquivos secretos do Vaticano, de que um livro homónimo do jornalista, pesquisador e escritor brasileiro, Sérgio Pereira Couto, foi publicado agora, e se salienta o mistério contido nos 85 kms de prateleiras de tal arquivo…

Provavelmente, haverá inúmeros livros desaparecidos, ao longo da História, que a Igreja apreendeu, condenou e queimou, mas que teria ficado com um exemplar, para eventual memória e controlo futuros, assim como inúmeros textos, cartas e outra documentação, que poderia alterar o curso do cristianismo e do próprio conhecimento histórico…

Serão 2 milhões de documentos…

Os próceres vaticanistas gostam muito de falar de paz, amor, misericórdia, solidariedade e etc.

…Mas, quando dominaram a cena, quando dominam a cena, recluem-se, ciosos dos seus mistérios, preservando-os, abafando-os, cuidadosamente, evitando o livre debate público, para continuarem a reinar incólumes e mexerem os cordelinhos…

Para quê manter no segredo tais arquivos gerais?!

O que é que a Igreja quer esconder?! Uma Igreja que se pretende aberta à comunidade, solidária, mas que conserva documentos secretos e, ainda por cima, ancestrais?!

Se fossem coisas da atualidade, decorrentes de contactos diplomáticos, que envolvessem pessoas, ainda vivas, talvez se compreendesse…

Agora, milhares e milhares de documentos, alusivos a épocas passadas, ainda continuarem a ser mantidos no segredo, a modos de seita secreta e conspiratória, em permanente afã secretista, para melhor propagar as suas ideias perigosas e dominadoras, revela a hipocrisia incontornável e a mendacidade definitiva, típicas de grupos criminosos e, portanto, perniciosos para a humanidade…

Quantas coisas impressionantes estarão encerradas no arquivo secreto do Vaticano e que alterariam, drasticamente, a História da Igreja e da humanidade?!…

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquivos_Secretos_do_Vaticano

http://grupoautentica.com.br/gutenberg/livros/os-arquivos-secretos-do-vaticano/884

http://www.presenca.pt/livro/-o-218199/contemporanea/os-arquivos-secretos-do-vaticano/

arquivos secretos

1 de Maio, 2015 José Moreira

Um bom padre…

Era um bom padre, moderno. Nas suas homilias, não se limitava a debitar retórica plena de lugares-comuns; preferia a interacção com os fiéis.

Naquele domingo, a homilia versava sobre o tema “amizade” e a sua antítese, “inimizade”. Reforçava a nota, garantindo que toda a gente tem inimigos. E perguntava, em tom de desafio: “Algum de vós, aqui presentes, é capaz de garantir que não tem inimigos?” Ao fundo, a Dona Ermelinda levantou o braço, timidamente. O bom padre não hesitou: “Venha cá, minha senhora”. A custo, a velhinha aproximou-se. “Como se chama?”, perguntou o bom padre. “Ermelinda, ” respondeu a idosa. “E quantos anos tem, D. Ermelinda?” “Noventa e dois”. O padre não conseguiu esconder o espanto: “Noventa e dois anos, e diz que não tem inimigos?” “Não tenho, senhor padre! Nem um.” Com a voz já algo embargada pela comoção, o padre perguntou: “Dona Ermelinda, explique aos presentes como foi que conseguiu chegar aos noventa e dois anos sem ter um inimigo”. Respondeu a velhinha: “Morreram todos, esses filhos da puta!”

1 de Maio, 2015 José Moreira

A Prova que Faltava

Tenho de dar a mão à palmatória. Afinal, e como se prova aqui, há mesmo vida depois da morte.

JN

1 de Maio, 2015 Carlos Esperança

A liberdade não é uma virtude católica

Jornalista censurado no Vaticano

Marc Morano fazia a cobertura de uma conferência no Vaticano e perguntou qual era a opinião de Ban Ki-Moon (secretário-geral das Nações Unidas), presente na conferência, acerca de um grupo de cientistas que esteve em Roma para pedir ao Papa que reconsiderasse a sua posição acerca do “aquecimento global”. Morano foi então aconselhado, pela segurança do Vaticano, a “controlar-se ou ser escoltado até à saída“, noticiou James Delingpole, no Breitbart, terça-feira. O referido grupo de cientistas, que estiveram em Roma, vinham do Heartland Institut. Este instituto é conhecido por ser uma das instituições científicas que lidera a contestação à “doutrina do aquecimento global“, diz Monckton, do Instituto.

30 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Vaticano e terrorismo islâmico

Na sequência de uma gigantesca operação de combate ao terrorismo, foram detidos, em Itália, 18 suspeitos de planearem um atentado ao Vaticano. Os detidos, de nacionalidade paquistanesa e afegã, estariam ligados à Al-Qaeda.

As detenções, noticiadas no dia 25 de abril p.p., desarticularam uma célula que em 2010 planeou atacar o Vaticano e cujos elementos têm pesado cadastro ao serviço da fé e do terrorismo.

Não há multiculturalismo que resista a grupos de fanáticos, Estado de direito que pactue com terroristas travestidos de imigrantes, delinquentes da fé que não renunciam a impor preconceitos religiosos à sociedade civilizada e democrática que somos.

O Vaticano pode ser uma teocracia negociada entre Mussolini e um papa de turno, mas a sede do catolicismo romano é muito mais do que isso. É o santuário das artes onde se guardam tesouros, local onde o esplendor da arquitetura, pintura e escultura transforma um bairro eclesiástico de 44 hectares em memória da civilização e da cultura mundial.

O Vaticano preserva a Basílica de S. Pedro, a Capela Sistina e os Jardins; abriga o génio de Miguel Ângelo, Rafael, Giotto, Caravaggio e Leonardo da Vinci; guarda memórias das civilizações etrusca, egípcia e grega; é a apoteose do melhor que o espírito humano criou e que sobreviveu a Pio V, inquisidor e santo, avesso à nudez e às heresias, a papas incultos, à erosão do tempo e ao saque das guerras, da época pré-cristã aos nossos dias.

Um atentado contra o Vaticano é uma atrocidade boçal contra a cultura, a civilização e o património da Humanidade. Ali, entre as sotainas e a liturgia, com incenso e água benta, repousa a memória histórica da civilização, o génio dos maiores criadores e o esplendor da memória coletiva europeia e da Humanidade.

O Vaticano é um local de culto, não por ser a sede de uma religião, por ser um museu da cultura greco-romana. Quem ameaça o bairro carregado de arte e de história, não ofende só os crentes, declara guerra à Europa culta, civilizada e democrática.

E não pode haver indulgência.

29 de Abril, 2015 Carlos Esperança

A misericórdia de Deus: a maior de todas as contradições

Por

Paulo Franco

Mário (nome fictício) é um homem de meia idade que vive na Guatemala num meio social pobre e que tem de ter 2 empregos para sustentar a sua relativamente numerosa família. É pedreiro a tempo inteiro e faz “biscates” como assassino a soldo.
Esta última frase é dita, aparentemente, com uma normalidade absurda mas é reflexo da dura realidade vivida actualmente na Guatemala, onde a taxa de assassinatos é das mais altas do mundo.

(A Guatemala tem lutado contra uma onda de crimes violentos por mais de uma década. Os homicídios chegaram ao pico de 6 498 em 2009 e deram ao país uma das maiores taxas de assassinatos per capita do mundo, de acordo com dados da ONU.
Os poderosos cartéis da droga mexicanos, que disputam território para transportar cocaína sul-americana para os EUA, espalharam suas brutais tácticas pela Guatemala, contribuindo para os altos índices de criminalidade).

Mário recebe cerca de 2 000 € por cada pessoa que mata, e já matou 17 pessoas. Recebeu a sua primeira arma aos 14 anos, assassina pessoas desde essa altura e afirma sem pudor que gosta muito do que faz. Perto do local onde guarda a sua arma, guarda também uma bíblia que recebeu como oferta dos seus país.

Mário é assassino e sabe que isso está errado mas acredita que, no final da sua vida, se pedir com absoluta convicção e sinceridade perdão ao Deus católico será perdoado e irá para o céu quando morrer. Tal como Mário, muitos mafiosos são crentes na misericórdia divina e estão certos de que irão gozar as delícias do “paraíso católico”.

Esta ideia de um assassino crente no perdão divino parece obscena e aberrante mas está perfeitamente enquadrada no ideário católico ao ponto de a “Misericórdia de Deus” figurar como “imagem de proa” das promessas saídas da boca de qualquer Padre, Bispo, Cardeal ou Papa. Para esta malta, o maior perigo do mundo actual não é nem o terrorismo nem as alterações climáticas. Para a hierarquia superior da Igreja católica, o maior perigo do mundo actual é o crescimento do ateísmo.

Assim, com palavras doces e mansas, vão dizendo que até o maior dos assassinos (pecadores) se poderá salvar dos tormentos do inferno enquanto para os descrentes, naturalmente, Deus reserva-lhes um lugar muito especial para a eternidade.

Alguém consegue vislumbrar algum resquício de moralidade nesta questão?

28 de Abril, 2015 Carlos Esperança

O Papa e a hipocrisia

Papa disse que não julga gay, mas recusa francês como embaixador
Papa tem feito papel de
bonzinho porque diz
uma coisa e faz outra

Em julho de 2013, no começo de seu pontificado, em um avião durante uma viagem em que retornava do Brasil, o papa Francisco (foto), ao responder se havia no Vaticano um “lobby gay”, ele assim respondeu: “Se uma pessoa é gay e busque a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”

A afirmação teve ampla divulgação porque seria a confirmação de que a Igreja Católica passou a ter, afinal, um papa menos conservador do que Bento 16 em relação aos homossexuais.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2015/04/papa-disse-que-nao-julga-gay-mas-recusa-frances-como-embaixador.html#ixzz3YYkNC4QG
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.

28 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Religião e alienação

Por

Paulo Franco

Existem muitas formas de alienação da realidade. Todas elas tóxicas mas com consequências muito diferentes umas das outras. O álcool e as drogas são um meio para a alienação tal como a religião ou a crença em cartomantes.

A forma como atulhamos as nossas mentes com crenças religiosas ou místicas altamente bizarras (para não dizer dementes), é também um sintoma desta incapacidade que o cérebro humano tem para lidar com o “absurdo da existência”. Mas o “absurdo da existência” só é sentido enquanto tal quando não conseguimos “ver” a incrível sorte de estarmos a usufruir de milhares de milhões de anos de evolução, que nos trouxe até aqui e que nos permite contemplar a vida com um grau de compreensão nunca antes experimentada por um ser vivo no planeta Terra.

O que mais perturba quando se tenta demonstrar o lado pernicioso e falso da crença religiosa é que poderá estar-se a tentar destruir aquilo que parece dar sentido à vida de muitas pessoas. É frustrante perceber que milhões de pessoas não percebam o quanto são mais maravilhosas e verdadeiras as descobertas de Charles Darwin ou de Albert Einstein (e muitos outros imbuídos do mesmo espírito) em comparação com crucificações, profecias, demónios, diabos, purgatórios ou deuses causadores de
genocídios e supremos legisladores de leis obtusas.

Um bêbado, com o cérebro encharcado em álcool, até pode sentir-se feliz quando está no auge do seu inebriante estado de alienação. Poderá mesmo sentir-se completamente feliz por ver todas as correntes limitadoras do seu espírito de repente quebradas e enfim sentir-se livre como nunca, não sentindo, qual momento de glória, os constrangimentos que as convenções sociais habitualmente o inibem. Mas isso em nada contribui para que a sua vida se torne mais digna ou mais respeitável.

Da mesma forma que um peregrino que vai percorrer 200 Km para Fátima; ou um Filipino que, no Domingo de Páscoa, se autoflagela e se deixa crucificar; ou um membro da Opus Dei que se atormenta com o cilício bem apertado na perna deve
alguma vez ver o seu acto de autoflagelação elogiados. Em vez de elogios, devem ser criticados e denunciados como actos absurdos e irracionais de quem está intoxicado com a ideia obscena de que existe uma qualquer entidade divina que se delicia
ao contemplar estes sacrifícios em seu nome.

Tal como foi dito pelo brilhante Christopher Hitchens, a religião envenena tudo.