7 de Setembro, 2016 Carlos Esperança
A ICAR e as ditaduras
Enquanto os Papéis do Panamá se encontram guardados pela TVI e Expresso, sabe-se mais sobre a vida de S. Karol Wojtyla.

Enquanto os Papéis do Panamá se encontram guardados pela TVI e Expresso, sabe-se mais sobre a vida de S. Karol Wojtyla.

No islamismo não há nem vergonha nem pudor. Os islâmicos do Egito cortam o clitoris às suas mulheres porque são frouxos. Podiam dar com a cabeça na parede. Que culpa têm as mulheres? Pela mesma lógica islamica, os homens afogões (como lhes chamava o Luiz Pacheco) e similares cobrem as mulheres com a burka porque não têm (eles) trombas com que .sair à rua! (a versão europeia manda-as tomar banho vestidas) E, ainda os profetas da Arábia Saudita e outros fogareiros a petróleo, proibem as mulheres de ir à escola, de certeza porque eles são incapazes de fazer uma conta ou de ler uma frase! Uma religião de homens frouxos sexualmente, com fuças de meter sustos e estúpidos, produz o quê? Monstros! E há quem os queira integrar na nossa cultura!
Aceito quem condena a jurisprudência do tribunal de Nice e a decisão da autarquia em proibir o adereço pio, ostensivamente islâmico. Já me penitenciei da sua defesa, por me ter convencido da razoabilidade dos argumentos em sentido contrário e, sobretudo, pelo carácter contraproducente da proibição.
Custa-me, no entanto, perceber que, conhecido o incitamento ao seu uso pelo islamismo extremista e a exibição nas praias de Nice, na sequência do atentado comprovadamente inspirado no sectarismo islâmico, haja quem não reflita no carácter provocatório do ato.
O que não aceito, por má-fé, é o despudor com que se atribui ao espírito transigente das democracias, o argumento ignóbil de que se trata de um desejo libidinoso de obrigar as mulheres a despirem-se em público.
Ninguém se preocupa que, por cada mulher que deseja andar toda velada, haja milhares que são obrigadas, e vítimas de constrangimentos sociais comunitaristas.
Às vezes, na acéfala defesa do Islão, e do seu menosprezo pela mulher, dou por mim a pensar se alguma esquerda não continua movida pelo ódio ao catolicismo, quase sempre de natureza reacionária, ao longo da história, ou se a sedução pela violência também a fascina.
Deixo aqui uma troca de comentários, na minha página de Faceboock, com o advogado meu amigo, Jorge Antunes:
Jorge Antunes – Carlos, vamos ter uma situação, aqui em Coimbra, em que a igreja mais uma vez vai tentar locupletar-se, com património do Estado, desta feita trata-se do histórico Café de Santa Cruz. A União de Freguesias de Coimbra, como é sua obrigação legal está a registar todo o património, que era das reunidas Juntas, de Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e S. Bartolomeu, nesta conformidade, legalizou também o Café de Santa Cruz, porém a comissão da Fabrica da Igreja, entra com uma acção a reivindicar a propriedade, pois no seu entender foi esbulhada em 1910, com a implantação da República, pelo que pretender reaver essa propriedade. E esta!?…
(Esta informação consta de um post anterior)
Carlos Esperança – Deixas-me perplexo, Jorge Antunes. Peço-te para me manteres informado. Fico a dever-te esse favor. Abraço.
Jorge Antunes – Entraram já com acção reivindicativa, contra a União de Freguesias de Coimbra, contra as testemunhas, que em cartório declaram conhecer o café Santa Cruz, há mais de 50 anos como café, contra o elemento do executivo que outorgou a escritura. Na acção que ora intentaram apresentam testemunhas, 20, não podem apresentar mais e dentro as quais, aparecem nomes de dirigente de uma organização de classe de Coimbra, um responsável da edilidade, Municipal, que só lá está em consequência do voto do Povo, e um que foi colaborador da UFC e figura conhecida da Cidade, até há menos de dois meses.
Como é óbvio a UFC vai defender-se, em Tribunal, e pautar-se pela defesa da coisa pública, dentro dos princípios plasmados na constituição de 1976, da laicidade do Estado.
Mais cómico é a Igreja, colocar em alternativa a constituição do Café de Santa Cruz, em propriedade horizontal e ficarem com um primeiro que vêm utilizando e que não é da origem do edifício, mas que durante a ditadura foi tolerado e que têm acessos quer para a rua quer para a contígua igreja. Um monumento nacional em própria horizontal????, só falta querem o mesmo para os Jerónimos, enfim, estamos na luta e se houver bom senso o Povo não será expropriado deste bem. Pela nossa banda não atiramos a toalha ao chão.
Carlos Esperança – Surpreende que a Igreja católica tenha ficado calada durante os 48 anos de fascismo sem reivindicar a posse. Agora, num Estado laico, a gula ensandeceu as sotainas.
A freira Teresa de Calcutá já é santa. O amor aos pobres deu-lhe o Prémio Nobel da Paz e o ódio ao preservativo a santidade.
Deus não se pronunciou.

De: Jorge Antunes
«Carlos, vamos ter uma situação, aqui em Coimbra, em que a igreja mais uma vez vai tentar locupletar-se, com património do Estado, desta feita trata-se do histórico Café de Santa Cruz.
A União de Freguesias de Coimbra, como é sua obrigação legal está a registar todo o património, que era das reunidas Juntas, de Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e S. Bartolomeu, nesta conformidade, legalizou também o Café de Santa Cruz, porém a comissão da Fabrica da Igreja, entra com uma acção a reivindicar a propriedade, pois no seu entender foi esbulhada em 1910, com a implantação da República, pelo que pretender reaver essa propriedade.
E está…!?»
DduA – Vamos consentir este atropelo pio?
A Igreja católica tem quase 50 mil edifícios isentos de IMI. Não é crível que as 4376 paróquias tenham mais de dez edifícios por paróquia, destinados ao culto e para guardar andores. São demasiados edifícios para a devoção que sobra.
O facto de estarem isentas as casas onde moram os padres permite perguntar por que motivo não exigem os bispos que os automóveis do clero fiquem isentos de imposto de circulação e as refeições de IVA?
A Igreja ganha todas as batalhas contra o Estado, e já ganhou mais esta. Mas compreende-se melhor o aparecimento de figuras históricas como o Marquês de Pombal, Joaquim António de Aguiar e Afonso Costa.
A natureza tende para o equilíbrio.
Uma posição diferente da minha mas muito melhor fundamentada e que me obriga a refletir:
O rei de Marrocos, alegado descendente de Maomé, condenou o terrorismo e negou que houvesse no paraíso um stock de virgens para os tolos candidatos a mártires.
Quem defende a paz, independentemente da sua crença, descrença ou anti-crença, deve apoiar estas posições que podem produzir o efeito de uma vacina na demência terrorista.
Política e religião são uma mistura explosiva, e é comum a promiscuidade entre ambas. A política alicerçada em pretextos religiosos e a religião, a servir objetivos económicos, foram sempre um fator potenciador de conflitos. É frequente a religião ser pretexto para defender interesses económicos, nacionalistas ou tribais, e para alterar fronteiras.
A posse da terra, os recursos naturais, o dinheiro, o poder político e a economia são bem mais importantes do que milagres e dogmas, para dividir os crentes e fomentar guerras.
A Reforma protestante não surgiu na Europa apenas por divergências teológicas ou pela luta contra as iniquidades papais, foi necessária para pôr fim ao feudalismo que impedia o advento da burguesia. Foi uma luta entre a evolução e o imobilismo, entre a sociedade medieval e o advento do capitalismo.
A Contrarreforma foi uma tentativa desesperada para deter a História e preservar pelo terror os privilégios eclesiásticos, com a trágica e irónica chegada a Portugal e Espanha, onde os ventos da Reforma protestante nem sequer sopraram.
Os séculos XVI e XVII ficaram manchados de sangue na Europa, dilacerada por guerras da fé. A Guerra dos Trinta Anos, de longa duração e crueldade, começou como guerra nas fronteiras religiosas, e terminou exclusivamente como guerra religiosa. Foi a Paz de Vestefália que, pela primeira vez, impôs a liberdade religiosa no espaço flagelado entre 1618 e 1648. Foi a última guerra religiosa generalizada na Europa.
Após o colapso da URSS e do fim da Guerra Fria, com a queda do Muro de Berlim, as sociedades laicas e secularizadas da Europa estão agora apavoradas com o regresso das disputas religiosas. A demência do Islão político tem dado excelente ajuda.
A Sérvia foi vítima do terrorismo islâmico e da inexplicável cumplicidade da Nato, com a comunicação social mundial a diabolizar Milosevic. Contra o direito internacional e os acordos assinados, foi-lhe alienada a província do Kosovo, agora protetorado da ONU, entreposto da droga e campo de treino da Jihad.
Na Irlanda do Norte os católicos e os protestantes mataram-se cristãmente, durante anos.
Nos Balcãs, após a independência da Eslovénia e da Croácia (crime instigado por Kohl e João Paulo II), prosseguiu a desintegração da Jugoslávia. Católicos, cristão ortodoxos e muçulmanos definiram as fronteiras com sangue e o fulgor da fé, como soe acontecer.
O Chipre acabou dividido entre os que rezam virados para Meca e os que se guiam pelo patriarca ortodoxo de Atenas.
Por todo o mundo os valores religiosos estão na base de guerras (Chechénia, Cachemira, Afeganistão, Próximo-Oriente, Sudão, Tibete, Timor, etc., etc… Até passa despercebido o interminável conflito do Sahel, com epicentro na Nigéria, onde o islamismo demente do Boko Haram e o protestantismo evangélico travam uma luta mortal pelo domínio de África. Cristãos (hoje, as maiores vítimas), hindus, budistas, judeus e islamitas (hoje, os mais implacáveis prosélitos) vão trucidando, com fé e bombas, os infiéis e a civilização.
No passado, a repressão política sobre o clero fez tolerantes as religiões cristãs. Agora é preciso exigir às que ameaçam a civilização, respeito pelo espaço público e discrição na forma de viverem a fé, o que só o Estado laico pode garantir a todas.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.