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2 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Da página do Faceboock

A propósito das mulheres islâmicas irem à praia tomar banhos de sol e banhos de mar vestidas e da islamofobia de que é acusado quem entende por detrás desse acto absurdo está uma estranha concepção de deus e, principalmente da dignidade das mulheres. A minha islamofobia não se deve ao facto de mulheres de uma qualquer religião tomarem banhos de sol e mar vestidas. Nem pelo facto dessas mulheres praticarem esse acto absurdo por motivos religiosos. As religiões são, por princípio, absurdas. Deve-se ao facto da religião que está por detrás desse acto absurdo ser a mesma que está por detrás da barbárie dos actos em que homens, mulheres e até crianças se envolvem num cinto de explosivos e se fazem explodir no meio de multidões. Ser a mesma dos que enchem um automóvel de explosivos e o fazem explodir à passagem de uma procissão, ou de uma manifestação. Ser a mesma a religião que leva mulheres vestidas irem à praia vestidas e a que as mulheres a são enterradas, igualmente vestidas de burka ou burkini, num buraco e mortas à pedrada. Ser a mesma a religião, tão simpática e moderna que inventou uma fatiota com o trendy name de burkini, que rapta crianças e jovens adolescentes na Nigéria e na Siria, pelo menos, para as utilizar como escravas sexuais, para as vender com preços de acordo com a idade e a cor da pele, mais caras as mais novas e claras. A religião do burkini é a mesma que permite e abençoa a pedofilia, os casamentos arranjados, o estupro de crianças. É a mesma que degola mulheres, na melhor das hipóteses as chicoteia, por serem violadas. Porque, por detrás desse dito libertador ato de uma mulher apanhar banhos de sol na praia vestida da cabeça aos pés, está a mesma que não lhe permite guiar um carro, a mesma que a impede de sair de casa sem ser acompanhada, a mesma que a impede de ser tratada por um médico. Enfim, a mesma religião que está por detrás da ida à praia de mulheres vestidas, é a mesma que está por detrás dos homens também vestidos de preto dos pés à cabeça que decapitam prisioneiros, que os enjaulam e afogam como se fossem ratos. A burka e o burkini das mulheres da praia de Nice é a mesma dos assassinos do DAESH na Siria, no Iraque, em França. É por isso que sou a favor da proibição dessa exibição de fervor religioso, da identificação das criaturas, porque elas pertencem a um mundo que não só não é aquele onde quero viver, mas estão dispostas aos mais bárbaros crimes para o destruírem. O que essas mulheres, ou, como é da norma da sua religião, os homens que as obrigam a andar dois passos atrás, a não levantarem os olhos do chão, os homens que as agridem por principio, porque são seus donos, estão a dizer com o seu burkini é que não admitem que as mulheres da minha civilização tenham os mesmos direitos que os homens e que continuarão a matar e a escravizar da forma mais cruel quem não se submeta à sua lei. É por tudo isto que sou a favor da proibição das burkas e burkinis. É por tudo isto que sou islamofobo. Eles são meus inimigos.

Foto de Carlos Matos Gomes.
Foto de Carlos Matos Gomes.
Foto de Carlos Matos Gomes.
1 de Julho, 2017 Luís Grave Rodrigues

Pena de morte

Faz hoje 150 anos que Portugal aboliu a pena de morte.

A Igreja Católica ainda não…

1 de Julho, 2017 Carlos Esperança

Pena de morte – 150.º aniversário da sua abolição em Portugal

A pena capital é bárbara, ineficaz e indigna de países civilizados, onde as penas são suscetíveis de ser revistas e, não raro, anuladas por erros judiciários. A sua aplicação em países civilizados reflete a tradição conservadora e vingativa de uma religiosidade arcaica, e não o pragmatismo da Justiça moderna e o humanismo do avanço civilizacional.

É com orgulho que evoco o 150.º aniversário da abolição da pena de morte em Portugal, para crimes civis (Lei de 1 de julho de 1867), quando a última execução conhecida, em território nacional, remontava a 1846.

A exceção consentida para a traição durante a guerra, mesmo essa, foi abolida pela República. Em 1911 a abolição estendeu-se a todos os crimes, incluindo os militares. Readmitida em 1916 para a alta traição, em teatro de guerra, na Guerra Mundial (1914/18), foi decidida a abolição total em 1976.

Portugal foi o primeiro Estado soberano moderno da Europa a abolir a pena de morte. Então, soubemos estar na vanguarda da civilização e do humanismo. É a esse passado honroso que no dia hoje, 150 anos depois, devemos a homenagem que nos deve encher de orgulho.

30 de Junho, 2017 Luís Grave Rodrigues

Dúvida…

29 de Junho, 2017 Luís Grave Rodrigues

Vedor

27 de Junho, 2017 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

SIC – “Queridas manhãs da SIC»

Amanhã, dia 28, terça-feira, a partir das 11H00 estarei em estúdio, como convidado, para um debate entre crentes e não crentes (ao que me dizem).

Temo sempre estes programas pois já me saiu a Alexandra Solnado a dizer que falava com Deus e a quem me limitei a dizer que duvidava que a inversa acontecesse. Num outro programa [CMTV] saiu-me a taróloga Maya, que tinha um milagre gravado para me mostrar.

Bem, amanhã terei, pelo menos, um médico psiquiatra como interlocutor, além de um prosélito erudito.

27 de Junho, 2017 Carlos Esperança

A minha ida a Fátima (Crónica de 2001)

21 de dezembro de 2001. Almoço de Natal Novartis — BU – Oncologia.

Não sei quem teve a ideia do local, se alguém, na esperança de um milagre, pretendia aliviar a alma do fardo dos pecados, ou tão só cumprir o ritual canónico da comunhão fraterna em torno de uma mesa de fartos recursos gastronómicos.

O restaurante Tia Alice, ao lado do cemitério, do outro lado da rua da igreja paroquial onde foram batizados os pastorinhos, instalou-se numa cave onde só recebe fregueses depois do meio-dia. A cave é o local recôndito adequado ao ágape na capital da fé. A gula ignora aí os preceitos religiosos e ninguém tenta encontrar o Céu através do jejum.

Depois do repasto fui ver a capelinha das Aparições onde a Júlia e a Vanda debitavam padres-nossos e ave-marias, iluminando a fé com velas de 150 escudos emprestados pelo Cordeiro Pereira.

À volta da capela mulheres cansadas da vida viajavam a fé progredindo de joelhos a adejar o rosário; outras paravam genufletidas, em êxtase, acompanhadas por crianças conformadas, a bocejar orações em sofrida imobilidade. Respirava-se o ar soturno por onde viajam súplicas e se esperam respostas que não chegam.

À nossa espera, junto aos carros, um polícia segurava um livro de multas como quem usaria um breviário se fosse padre ou um rosário sendo crente. Preparava-se para nos aplicar o corretivo merecido a quem estacionara em lugar proibido não sendo embora, àquela hora, muitas as devoções nem os estacionamentos pios.

Valeu-me dizer-lhe que foi só o tempo de rezar um padre-nosso e duas ave-marias e não ter visto o sinal terreno de estacionamento proibido, colocado a longa distância, ou a sua própria compreensão, que hoje os polícias já compreendem, sobretudo em Fátima, onde a estupefação do divino lhes há de dar entendimento humano. Salvou-nos da punição o arrependimento do cívico.

Por todo o lado a construção civil progrediu ao ritmo da fé sem se conformar com o ritmo lento da divulgação dos segredos.

Fátima, cidade, centro de turismo místico, quer virar sede de concelho. Tem um ponto fraco nessa aspiração, se a Senhora quisesse aparecer numa sede de concelho tê-lo-ia feito, escolhido mesmo uma cidade cosmopolita e interlocutores cuja devoção os não tivesse impedido da frequência escolar. Mas tem armas poderosas. Além das simples manifestações de que outros soem socorrer-se, pode sempre organizar uma procissão sobre S. Bento ou uma assoada no Terreiro do Paço, sacando de velas e rosários e investindo contra o poder com guiões, crucifixos e andores.