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27 de Junho, 2006 Palmira Silva

Era Hitler um ateu?


«Assim, nós assumimos a luta contra o movimento ateísta, e não apenas com algumas declarações teóricas: nós eliminámo-lo»
Adolf Hitler, discurso em Berlim, 24 de Outubro de 1933.

«Escolas laicas não podem alguma vez ser toleradas porque escolas dessas não têm instrução religiosa; uma instrução moral sem fundação religiosa é construída no ar; consequentemente toda a formação de carácter deve ser assente na fé»
Adolf Hitler, discurso de 26 de Abril de 1933.

«Imbuídos do desejo de garantir para o povo alemão os grandiosos valores religiosos, morais e culturais enraízados nas duas confissões cristãs, nós abolimos as organizações políticas mas fortalecemos as instituições religiosas»
Adolf Hitler, discurso no Reichstag, Berlim, 30 de Janeiro, 1934.

«Porque os seus interesses [da Igreja] não podem deixar de coincidir com os nossos na luta contra os sintomas de degenerescência no mundo de hoje, na nossa luta contra a cultura bolchevique, contra o movimento ateísta, contra a criminalidade e na nossa luta por uma consciência de comunidade na nossa vida nacional». Adolf Hitler, discurso em Koblenz, 26 de Agosto de 1934.

Um artigo publicado no jornal Lansing State Journal (Lansing, Michigan) de 23 de Fevereiro de 1933 dá conta das intenções do nazismo em combater o ateísmo, via uma campanha contra o «movimento sem Deus».

Alguns discursos de Hitler, recheados de cristianismo, podem ser encontrados aqui. A colecção completa, incluindo as citações reproduzidas, pode ser apreciada em «The Speeches of Adolf Hitler», April 1922-August 1939, Vol. 1 of 2, Oxford University Press, 1942.

26 de Junho, 2006 Ricardo Alves

«Me cago en Dios»: uma peça a ver

Fui ver o espectáculo teatral «Me cago en Dios», em exibição n´«A Comuna». Resumidamente, é uma encenação cheia de imaginação sobre um texto divertido, mas que não aponta pistas sobre como se vive sem deuses. Gostei, e recomendo a quem tiver estômago para a sátira anti-religiosa. O espectáculo estará em cena até ao dia 2 de Julho.

Quanto à mini-polémica que provocou (já referida pelo Carlos Esperança), demonstra que os católicos continuam parecidíssimos com os muçulmanos: em Madrid registaram-se agressões contra actor e autor, a ICAR espanhola pediu que o espectáculo fosse proibido, e em Portugal os clericais vandalizaram a tela que anunciava a peça, tendo também uma militante clerical sido acompanhada a casa pela PSP por duas vezes. A pulsão totalitária (o impulso irresistível para proibir os outros de fazerem, mesmo que em privado, algo com que não se concorda) é comum ao islão e ao catolicismo, e depois dos casos dos cartunes de Momé, d´«O Código da Vinci» e deste mesmo, só quem não quer é que não vê que a liberdade de expressão é um direito que se conquista e defende contra todas as religiões.

Finalmente, acrescente-se que ao contrário de uma vil calúnia posta a circular pela «civilizacionista» Helena Matos (que não deve ter visto o espectáculo), a peça não isenta o Islão de crítica (como também não isenta os neopentecostais). Um crescente islâmico (nada equivalente à Cruz Vermelha dos cristãos) está bem visível ao longo de todo o espectáculo (assim como outros símbolos religiosos), e referem-se os «milhões de mortos» do islão (e das outras religiões). E a mesquita de Lisboa fica ali do outro lado da Praça de Espanha…

Islão e ICAR, a mesma luta.
26 de Junho, 2006 Carlos Esperança

Timor e a religião

Timor está à beira da guerra civil e do ensino obrigatório da religião católica.

Não faltam armas nem padres.

26 de Junho, 2006 jvasco

Gunther é inocente?

Imaginemos uma aldeia isolada onde vivem cerca de 300 pessoas.

Uma delas é Gunther, um poderoso feiticeiro dotado de enormes poderes de presciência.

Na verdade, Gunther é tão poderoso, que até se sente capaz de criar vida humana, livre, do nada. Como sempre foi totalmente respeitador da Liberdade alheia, se as criar, cria-las-á livres, sem qualquer intenção de que estas vão fazer isto ou aquilo.

No dia 17 de Junho ele decide usar este seu poder. Ocorre-lhe criar o cego Matias, ou então a Maria, ou então o Alberto.

Devido à sua presciência, Gunther sabe que se criar o cego Matias, este cego, livre, usará a sua Liberdade para matar 100 aldeões. Se criar o cego, Gunther não terá esse propósito, mas ele sabe que isso é o que se sucederá.

Gunther também sabe que se criar Ana ou Alberto, eles não matarão ninguém. Poderão fazê-lo, claro, porque são livres, mas Gunther sabe que escolherão livremente não o fazer.

Gunther escolhe criar o cego Matias, e este mata 100 aldeões. Os aldeões que sobraram, desgostosos com a morte de seus familiares, juntam-se e arrastam-no para Tribunal: dizem que a sua decisão de criar Matias resultou na morte de 100 pessoas.

E o leitor? Acha condenável a decisão de Gunther?

Gunther está desolado. Sempre soube que o cego seria apanhado e torturado até à morte, como consequência das suas acções, e ele tem um enorme amor pela sua criação. Mas insiste que é inocente: a decisão foi do cego, mesmo que este último deseje ardentemente nunca ter existido, e mesmo que a decisão de o criar tenha pertencido a Gunther.

25 de Junho, 2006 Palmira Silva

Igreja Católica e Holocausto – Divini Redemptoris

À esquerda: Assim falou Cristo: primeira página da publicação nazi Der Stuermer. O cartoon representa a Juventude Hitleriana em marcha para escorraçar as forças do mal. Na legenda da figura lê-se «Com a vossa fé correrão com o Diabo da terra». À direita «Heil ao Führer de todos os alemães!» primeira página do German Deacons’ Gazette, Abril de 1939, isto é, depois da Krystalnach (noite de Cristal) e mais atrocidades do regime nazi terem sido cometidas.

É didáctico comparar a encíclica «Com ardente inquietação» com a Divini Redemptoris, «sobre o Comunismo ateu», publicada 5 dias depois.

Nesta encíclica não são necessários quaisquer dotes de imaginação (católica) para ler nas palavras do Papa uma condenação vívida «do comunismo, denominado bolchevista e ateu, que se propõe como fim peculiar revolucionar radicalmente a ordem social e subverter os próprios fundamentos da civilização cristã».

Ameaça perante a qual «não podia calar-se nem de facto se calou a Igreja Católica. Não se calou esta Sé Apostólica, que muito bem conhece que tem por missão peculiar defender a verdade, a justiça e todos os bens imortais, que o comunismo despreza e impugna».

No entanto, esta Sé apostólica com os predicados que Pio XI reclama não debitou uma única palavra de condenação quer ao fascismo quer ao nazismo, certamente por não constituirem ameaça para os «bens imortais» defendidos pela Igreja.

De facto, nenhum Papa se deu à maçada de fazer para as ideologias nazi e fascista o que ocupa as muitas páginas desta enciclica: uma exposição dos «princípios do Comunismo ateu, como se manifestam principalmente no Bolchevismo, e os seus métodos de acção» a que se segue a exposição da «Necessidade de Recorrer a Meios de Defesa» para combater o «satânico flagelo bolchevista».

Muito menos sentiu a santa madre igreja a necessidade de lançar em relação ao nazismo «um angustioso apelo às forças morais e espirituais» para o combate ao «mal de natureza espiritual» «fonte» de «que brotam, por uma lógica diabólica, todas as monstruosidades do comunismo», combate para que a mesma Igreja a «bem da humanidade, exige que não se ponham obstáculos à sua actividade».

Isto é, esta encíclica, que denuncia os «erros dos comunistas» já condenados explicitamente pelos seus antecessores, reflecte a «Necessidade de Um Novo Documento Solene» que explique claramente que «O Comunismo é intrinsecamente perverso, e não se pode admitir, seja em que terreno for, qualquer colaboração com ele, da parte de quem queira salvar a Civilização cristã».

Nunca algo remotamente análogo foi dito em relação ao nazismo!

Assim, são muito pertinentes as questões levantadas por Alfredo Pimenta no seu artigo de 1944:

«Pergunto aos homens de boa fé, aos espíritos desapaixonados, às inteligências lúcidas e críticas: há comparação possível entre as duas Encíclicas? (…) Na luta actual, um católico não pode optar, sem perigo de consciência, pela vitória do Reich nazista, contra a Rússia comunista? Na luta actual, não tem o católico o dever de desejar a vitória da Alemanha contra a Rússia?

O Episcopado britânico proclamou, em 29 de Novembro de 1936: ‘um católico não pode ser comunista, e um comunista não pode ser católico’. Quando disse o Pontífice, em sua Encíclica ou fora dela, que um católico não pode ser nacional-socialista, e um nacional-socialista não pode ser católico?

O Episcopado alemão proclamou em 24 de Dezembro de 1936: ‘O Führer e Chanceler Adolfo Hitler viu vir de longe o Bolchevismo, e consagrou-se a afastar este perigo terrível para o nosso povo alemão e para todo o Ocidente. Os bispos alemães entendem que lhes cumpre ajudar nesta o Chefe do Reich alemão com todos os meios sagrados de que dispõem’».

25 de Junho, 2006 Palmira Silva

Igreja Católica e Holocausto: Com ardente inquietação

Eugenio Pacelli (depois Pio XII) assina a Concordata entre a Alemanha nazi e o Vaticano numa cerimónia formal em Roma, realizada em 20 de Julho de 1933. Na fotografia, à esquerda de Pacelli senta-se o vice-chanceler nazi Franz von Papen; à direita Rudolf Buttmann, o embaixador alemão junto do Vaticano.

«Ninguém pensaria em impedir os jovens alemães de estabelecer uma verdadeira comunidade étnica, [baseada] num amor nobre da liberdade e lealdade ao seu país. Aquilo a que objectamos é o antagonismo voluntário e sistemático entre educação nacional e dever religioso»(…)
«Praticada com moderação e dentro de limites, a educação física é uma benesse para a juventude. Mas tanto tempo é agora dedicado a actividades desportivas que o desenvolvimento harmonioso do corpo e do espírito é esquecido e a observação do dia do Senhor negligenciada. (…) Mas esperamos da juventude católica, nas organizações mais favoráveis do estado, que mantenha o seu direito à santificação cristã do domingo».

Este é o conteúdo do ponto 34 da encíclica Mit brennender Sorge, (Com ardente inquietação, restrita à situação da Igreja no Reich, mais nada é abordado nela) de 14 de Março de 1937, «sobre a situação da Igreja Católica no Reich alemão» – «uber die Lage der katolischen Kirche im Deutschen Reich», a tal que é suposta condenar «o racismo nazista de modo solene». Só mesmo uma ardente imaginação permite concluir algo remotamente parecido desta encíclica, que tal como a análoga italiana «Não havia necessidade», reflecte apenas as quezílias inevitáveis entre instituições totalitárias: a Igreja e o Estado, nazi e fascista, respectivamente na Alemanha e em Itália.

As nuvens que toldavam um entendimento de outra forma perfeito tinham a ver com o domínio absoluto e exclusivo sobre certos sectores da sociedade, nomeadamente a educação dos jovens, que quer Estado quer Igreja consideram da sua competência. Em ambas as enciclicas Pio XI reclama uma fatia maior na doutrinação dos jovens, que ele vê usurpada pelo Estado dos dois países, não obstante verberar que tal é garantido pelas Concordatas assinadas entre o Vaticano e a Alemanha nazi e Itália fascista.

A encíclica «Com ardente preocupação», que se inicia relatando as dificuldades encontradas pelo Vaticano nas negociações da Concordata, acusa as autoridades alemãs de violar os termos da dita, especialmente, claro, no que diz respeito à educação. Referindo que existe uma «campanha contra as escolas confessionais, garantidas pela Concordata» responsável pela «extrema gravidade da situação, e da ansiedade de todas as consciências cristãs» coarctadas «do direito de uma educação católica aos seus filhos». Isto é, o que preocupa Pio XI e ele denuncia vivamente, nem sequer remotamente tem a ver com a situação dos judeus ou outros grupos perseguidos, apenas com … o proselitismo católico, que considera ameaçado!

De qualquer forma, o Sumo Pontífice expressa a sua esperança de que se «retorne à fidelidade aos tratados [Concordata] e a qualquer arranjo que seja aceitável ao episcopado». Mas este arranjo aceitável ao episcopado tem a ver apenas com a situação da Igreja católica, não há qualquer condenação de doutrinas ou ideologias, nem qualquer declaração de incompatibilidade do nazismo com o catolicismo. Mais uma vez temos apenas uma condenação de situações pontuais, relacionadas com a Igreja, que o Papa espera serem obviadas com a encíclica.

Aliás, a encíclica, na realidade um longo queixume do Papa, nem sequer menciona ideologias políticas ou algo que não seja relacionado com a perda de poder da Igreja, são necessários grandes dotes de imaginação (católica) para ver nela qualquer combate, ataque ou condenação à ideologia nazi.

Como escreveu Alfredo Pimenta, num artigo publicado em «A Nação» a 16 de Março de 1944 (um longo excerto do artigo pode ser encontrado aqui):

«A Encíclica Mit brenennder Sorge termina por palavras de esperança em melhores dias que deverão ser aproveitadas ‘na luta contra aqueles que negam Deus e arruinam o Ocidente cristão’ – ou seja o Comunismo! E tanto que o Osservatore Romano de 22 e 23 do mesmo mês de Março afirma não acreditar que houvesse um alemão que não apreciasse o desejo do Pontífice de ver a Alemanha ‘no seu lugar de honra entre as nações cristãs contra o satânico flagelo bolchevista’».

(continua)
25 de Junho, 2006 jvasco

Os ateus são maus?

Penso que este pequeno video foi feito a pensar no público americano, mas não deixa de ser muito interessante dar uma vista de olhos:

24 de Junho, 2006 Palmira Silva

Igreja Católica e Holocausto – Não havia necessidade

Mussolini com os pios Pios, versão Diego Rivera e versão ao vivo.

Para além da extinção da Acção Católica, a encíclica Non Abbiamo Bisogno – que se pode traduzir livremente por «Não havia necessidade» – carpe a diminuição da importância da igreja no proselitismo de crianças e jovens. Lavagem cerebral desde a tenra infância transferida para o Estado fascista, que segundo Pio XI, «monopolizando completamente os jovens, desde os seus mais tenros anos até à idade adulta, para o benefício exclusivo de um partido e de um partido baseado numa ideologia que claramente se revela numa verdadeira adoração pagã do Estado» «proíbe as pequenas crianças de irem para Jesus Cristo».

Ou seja, Pio XI, condena essencialmente Mussolini (e Hitler) por este pôr lado a lado a desejada idolatria da Igreja Católica com a «Estatolatria», expressa concisamente na máxima fascista: Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato (Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado). Ou seja ainda, é «uma injustificável pretensão que é irreconciliável com o nome e a profissão de fé católica, ensinar à Igreja e ao Papa o que é suficiente ou deve ser suficiente para a Educação e formação cristã da alma», isto é, decidir a quantidade de proselitismo que a Igreja pode levar a cabo nas instituições públicas, violando assim «outro direito da Igreja igualmente inviolável», o direito ao proselitismo exclusivo e ilimitado .

Relembrando que «é um erro grave e desastroso» acreditar e passar a mensagem que é suficiente «a instrução religiosa dada nas escolas e a presença de padres nas Associações de Juventude do Partido [Fascista]. As duas são certamente necessárias».

Mas «não são suficientes», apenas permitem à Igreja «o mínimo da sua efectividade espiritual e sobrenatural» já que são conduzidas numa «concepção de Estado que faz com que as gerações em crescimento pertençam a ele [Estado] inteiramente, sem alguma excepção» o que não pode «ser reconciliado com a doutrina católica ou com os direitos naturais da família», que reinvidicam esse privilégio para a Igreja, acrescentando que «não é possível a um católico aceitar a pretensão de que a Igreja e o Papa se devem limitar às práticas exteriores da religião».

Mas Pio XI esclarece que «Nós não dissemos que queremos condenar o partido [fascista]». Muito longe disso. De facto «Nós realizámos um bom trabalho em prol do partido [fascista]» e «Já dissemos que conservamos e conservaremos uma lembrança e uma eterna gratidão pelo que foi feito em Itália pelo bem da religião [católica, claro]».

O Papa queixa-se apenas da «ingratidão» dos fascistas italianos a quem, como Pio XI recorda, lhes concedeu todo o apoio, e agora querem limitar o poder da Igreja. Mas deixa o aviso que, para se impor num país de cultura católica como a Itália, o fascismo não pode hostilizar a Santa Sé. «Que interesse e que sucesso pode ter um partido, num país católico como a Itália, mantendo no seu programa, ideias e práticas que não podem ser reconciliadas com a consciência católica?».

Porque a alegação de que «A Itália é um país católico mas anti-clerical» é uma blasfémia já que «ninguém está nesta única Igreja de Cristo e ninguém nela permanece a não ser que, obedecendo, reconheça e acate o poder de Pedro e de seus sucessores legítimos». (Encíclica Mortalium animos, de 6 de Janeiro de 1928)

Assim, Pio XI expressa a sua «esperança confiante» de que tais ideias e práticas sejam abandonadas e assim seja devolvido à Igreja o que é dela por «mandado divino»: «a educação e formação cristã dos jovens» que ela [Igreja] «deve sempre reclamar com uma insistência e intransigência que nunca pode cessar ou enfraquecer».

Ou seja, a encíclica exprime o desejo de convivência do Vaticano com o regime fascista e expressa uma condenação não de doutrinas mas de acções pontuais que limitam a influência da Igreja Católica, «a depositária infalível da verdade».

Em relação às perseguições feitas a Judeus e outros grupos, as encíclicas Non abbiamo bisogno e Mit brennender Sorge e são completamente omissas, com uma «honrosa» excepção, na primeira, para louvar a perseguição movida pelos fascistas italianos ao «socialismo e organizações anti-religiosas» naquele país.

Pouco depois da publicação da enciclica «Não havia necessidade», Mussolini cede à pressão do Vaticano e à pressão internacional que a extinção da Acção Católica italiana despoletou e esta volta em força à cena política italiana.

Em 1932, Pio XI recebe Mussolini por ocasião da celebração do décimo aniversário da sua tomada de poder e confere-lhe a l’Ordine dello Speron d’Oro. Mussolini retribui agraciando Eugenio Pacelli, núncio apostólico na Alemanha de Hitler e futuro Pio XII, com o Collare dell’Annunziata, a mais alta condecoração da casa de Sabóia, abolida com a implantação da República em 1946.