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10 de Setembro, 2020 João Monteiro

Padre racista nega comunhão a fiel negra?

A possível verdade à luz dos factos.

Autor: Vítor Oliveira

Antes de começar, quero deixar isto claro. Não apoio nem simpatizo com acções racistas. Negar a humanidade ao próximo por conta da sua herança genética ou cultural é algo que considero obsceno, desprezível, vil e que vai contra os meus princípios humanistas.

Não estou com este texto a negar que exista realmente um problema estrutural na sociedade (e inerentemente na Igreja Católica) que deve ser resolvido, através da (re)educação social. Qualquer acusação de racismo contra mim por ter escrito estas palavras é infundada de razão. A minha intenção é educar as pessoas no sentido de as mesmas não efetuarem juízos precipitados face a esta ou a outras situações similares, no futuro.

Aparece recorrentemente este vídeo nos círculos ateístas, onde supostamente um padre, por impulso racista, nega a comunhão na boca a uma mulher negra. Acredito que a ignorância das práticas do catolicismo pode ser a principal responsável pela crença de que tal evento aconteceu sob moldes discriminatórios. Eu, agora ateu, mas ex católico e relativamente informado em relação às práticas cerimoniais da Igreja Católica, sinto-me na necessidade de tentar explicar o que possivelmente aqui aconteceu.

Vemos no vídeo que o padre dá a comunhão na boca de duas mulheres caucasianas e quando a mulher negra aparece, o mesmo a dá na mão. Sem contexto, é fácil determinar que se tratou de um evento de expressão racista. Com o devido contexto, nem tanto.

Quando fiz a primeira comunhão, no longínquo ano de 1996, tive uma sessão de formação com a catequista e com o padre, onde os mesmos ensinaram o que era a comunhão, o porquê de a mesma ser feita e quais os procedimentos para comungar.

Vou abreviar os factos relativamente a este acto. Quando os católicos recebem a comunhão, podem fazê-lo de duas formas. Na boca é a forma mais tradicional e aquela a que todos estamos habituados, por ver a mesma acontecer na televisão ou mesmo ao vivo. Depois, temos a menos usual que é a comunhão na mão.

Para receber a comunhão na mão, o fiel deve apresentar-se com as mãos estendidas, a esquerda sobre a direita. Este é o gesto, sob forma de comunicação não verbal, que se faz quando se deseja que isso assim aconteça e é essa mesmo que podemos ver neste vídeo.

As duas mulheres caucasianas que receberam a comunhão na boca tinham as mãos recolhidas e a sua linguagem corporal dizia ao padre que era assim que queriam receber a mesma. A mulher negra quando se aproximou do altar tinha as mãos esticadas, a esquerda sobre a direita, pelo que o padre, muito certamente, entendeu que a mesma queria receber a hóstia na mão.

A mulher ao receber a hóstia diz “amém” e enquanto profere as palavras, o padre avança para depositar a mesma nas suas mãos. Quando a hóstia está perto de aterrar nas mãos da fiel, a mesma tem a boca aberta para receber a consagração. Foi tudo, aparentemente, um mal entendido. A linguagem corporal da mulher não estava de acordo com o seu desejo, que eram o de receber a eucaristia na boca. Foi tudo um mal entendido, como quando estendemos a mão para receber um troco e o dinheiro é colocado no balcão pelo funcionário. E isto é mais comum do que se possa achar, já servi ao balcão e era recorrente que tal acontecesse.

Portanto, creio que à luz destes conhecimentos e através da vossa análise ao vídeo, vocês mesmos podem verificar que o que digo faz sentido. Que estou a negar que o padre é racista? Bom, quanto a isso, não sei. Esta minha análise está feita a partir do princípio da presunção da inocência, não tenho provas de que o padre seja racista, logo não o posso afirmar. Apliquei também a técnica da Navalha de Ockham, que diz que “a explicação mais simples é preferível do que uma mais complexa”. E a explicação, à luz do que se aprendeu agora relativamente ao acto de comungar, parece ser simples. Foi tudo um mal entendido.

Fonte do video:
https://www.facebook.com/ATLBlackStar/videos/1143646612483340

Fonte de como comungar com a mão:
https://pt.aleteia.org/2018/04/18/qual-e-o-jeito-certo-de-comungar-na-mao/

7 de Setembro, 2020 Carlos Esperança

Bruxaria, exorcismos e chalados perigosos

Bruxaria, exorcismos e chalados perigosos

No catolicismo vão longe os tempos em que as bruxas eram cotejadas com uma bíblia gigante e que, dada a insustentável leveza, um peso menor era o diagnóstico diferencial que provava a sua qualidade.

Santos doutores e papas, que não eram ainda infalíveis, acreditavam na sua existência e na incineração como terapia inquisitorial. Mulheres magras, por fome ou constituição, acabaram no churrasco pio por serem mais leves do que a bíblia que servia de bitola. A bruxaria era apanágio feminino que alimentava fogueiras e medos coletivos.

Aproveitavam a calada da noite para os conciliábulos e a vassoura para transporte até às encruzilhadas dos caminhos onde afluíam fantasmas e se rogavam pragas. Era aí que a tradição judaico-cristã domiciliava a origem das desgraças que semeavam o pânico na população e a loucura nos inquisidores.

Faleceram há muito Jaime I e Inocêncio VIII. O rei inglês mandava pagar prémios, em dinheiro, a delatores de suspeitos de bruxaria e o papa mandava inquisidores a descobrir e eliminar bruxas, incumbência que desempenhavam com denodo.

Dessa época só restam demónios, mais para manter postos de trabalho aos exorcistas do que por convicção. O padre Gabriel Amorth, exorcista oficial do Vaticano, desde 1986, obteve do papa Francisco o reconhecimento da Associação Internacional de Exorcistas, com profissionais calejados em pelejas contra o demo. Com 89 anos ainda exerce.

Agora é o Estado Islâmico, com predileção por decapitações, que se dedica a eliminar pessoas por serem «infiéis, ateus e praticarem bruxaria». é uma prática frequente.

O cronista deste blogue, irrevogavelmente infiel e ateu, só não se dedica à bruxaria, e se não for torturado, altura em que atestará a bondade dos cinco pilares desses chalados.

Como detesto ser decapitado, execro o furor pio de que esses dementes estão possessos, aceitando, neste caso, que qualquer país os exorcize.

É urgente e um ato de clemência.

3 de Setembro, 2020 Carlos Esperança

Liberdade de expressão

Quando renunciamos à liberdade e nos deixarmos tolher pelo medo, renunciamos à vida e à dignidade. O apoio ao jornal satírico Charlie Hebdo é uma obrigação cívica de todos os democratas de todos os países.

A solidariedade com as vítimas exige confrontar os algozes com a demência dos seus atos. Foi a civilização que o bando demente atacou. Aqui fica a capa do jornal, ontem publicado, como homenagem aos que foram assassinados e aos que têm a coragem de manter viva a liberdade de expressão.

3 de Setembro, 2020 Carlos Esperança

Universidade Católica

[Aprovado curso de Medicina da Católica. 

Vai ser o primeiro numa universidade privada em Portugal, deve arrancar em setembro de 2021. Aprovado o curso, é hora de fazer obras para receber novos alunos, nunca antes de setembro de 2021. Conselho das Escolas Médicas Portuguesas lamenta decisão: “É uma cedência ao poder político”.]

Não «é uma cedência ao poder político», é uma cedência do poder político. 

E paga impostos?

2 de Setembro, 2020 Carlos Esperança

Charlie Hebdo – 2 (Homenagem aos 17 mortos)

Começa hoje o processo dos ataques terroristas de janeiro de 2015 em Paris, incluindo à revista satírica Charlie Hebdo, em que morreram 17 pessoas.

Há 14 arguidos no banco dos réus a serem julgados neste processo que deverá prolongar-se até 9 de novembro e vai ter 49 sessões. Mais do que eventuais criminosos dementados, é uma ideologia que vai ser julgada.  

Recordo o texto e a imagem que escrevi em 13 de janeiro de 2015

A prudência e a coragem

A dia de ontem deu emprego a imensos comentadores que repetiram até à náusea que os terroristas nada têm a ver com o Islamismo. Pareciam papagaios amestrados a negar as evidências. Basta ver os chacais que hoje se pronunciaram a favor da legitimidade do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, aceitando a crueldade e o assassínio.

Devemos, no entanto, compreender a legião de mentirosos, que procuram honestamente defender de retaliações os muçulmanos. Quem os molestar deve ser punido com o rigor que os crimes sectários merecem, mas não se pode absolver uma religião anacrónica que não foi capaz de fazer a Reforma, de aceitar a laicidade ou de abdicar da propriedade masculina das mulheres.

O islamismo é perverso e intoxica os crentes. É um sistema totalitário controlado por boçais, posto ao serviço das frustrações e do atraso de quem não aceita a modernidade.

Defender os muçulmanos, tal como os cristãos, hindus, budistas ou judeus é a obrigação dos democratas. Combater a superstição, o preconceito e a barbárie é um dever, quer se trate dos cristãos evangélicos que impõem o estudo do mito criacionista nas escolas dos EUA, assassinam médicos e enfermeiros em clínicas onde se pratica o aborto legal ou inspiram o Tea Party; quer sejam islamitas que raptam meninas cristãs na Nigéria e as reduzem à escravatura; quer sejam católicos devotos de João Paulo II que, seguindo a teologia do latex, deixaram morrer centenas de milhares de negros a quem privaram do uso do preservativo; quer sejam hindus nacionalistas, budistas do Tibete ou os judeus de trancinhas à Dama das Camélias, que na pausa de cabeçadas ao Muro das Lamentações, inspiraram os massacres de Sabra e Chatila e promovem o sionismo.

Dizer que o Islão é pacífico, tal como outras religiões antes da repressão política sobre o respetivo clero, é uma mentira que, de acordo com o mito do Pinóquio, não deixaria o nariz de quem o afirme caber no maior dos templos.

É preciso defender os crentes e combater as crenças. O Renascimento, o Iluminismo e a herança republicana da Revolução Francesa são irrenunciáveis.

1 de Setembro, 2020 Carlos Esperança

«Amar a Deus sobre todas as coisas»

Por

ONOFRE VARELA

“Amar a Deus sobre todas as coisas” é o primeiro mandamento que a Bíblia ensina e exige. Só depois vem a frase “… e aos outros como a ti mesmo”.

O preceito religioso de “amar a Deus”, continua nestes termos: “Deus deve ser amado e adorado sobre todas as coisas porque é o fundamento de todo o universo. Tudo o que existe fora do nada foi criado por Ele com amor, sabedoria e poder. Ele criou todas as coisas a partir do nada. Deus é eterno, incriado, não teve princípio e não terá fim. Deus é Omnisciente, sabe tudo; é Omnipotente, pode tudo, nada lhe é impossível; é Omnipresente, está presente em todo o lugar; é amor; é Pai; é Perfeitíssimo. Nele não há sombra de erro. Não se engana nem engana ninguém. É uma Majestade suprema, perante quem todos se devem vergar”.

O crente que entende este arrazoado como verdade absoluta, sem indagar o porquê de todas estas afirmações, nem esmiuçar o que poderá estar contido nesta lista de alegações… é o crente perfeito; é o cidadão desejado por todos quantos exercem o poder, sejam os políticos (democratas ou ditadores, mas principalmente os segundos) ou os patriarcas de qualquer religião ou seita. Foi para esse crente que os poderes de antanho redigiram tais preceitos, com o fim de serem aceites e adorados… mas não compreendidos!… A compreensão dos conceitos religiosos é uma desgraça para os especuladores das crenças. Por isso os crentes “se devem vergar” (ao conceito de Deus e àqueles que do conceito se servem).

O crente perfeito pode viver toda uma vida de paz interior e sentir uma felicidade suprema, por se vergar ao poder de quem lhe incute esta vassalagem a uma entidade fictícia, criada, exactamente, para que ele (o crente) não pense e se deixe comandar. Outros pensarão por si e lhe ditarão comportamentos inofensivos para os seus mandantes.

Ao contrário, o descrente interroga estas premissas. Quer saber o porquê de se “amar e adorar o fundamento do universo”. O que quer isso dizer?… Ele, o Deus, criou tudo a partir do nada?!… Com que matéria prima?… Com que ferramentas?… Se nada existia antes do Criador, o que foi que o criou a Ele?!… Como?… Criou-se a si mesmo?!… Qual o processo usado na criação do Criador, e como conseguiu Ele, o Criador-incriado, criar tudo a partir do nada?!…

Quanto a amar a Deus sobre todas as coisas… obviamente eu não o amo… não sou mentalmente insano para amar o que se me apresenta como arma exploradora dos meus sentimentos. E quanto a “amar os outros como a mim mesmo”… aceito!… Mas substituo o termo “amor” pelo termo “respeito” (o conceito de “fazer amor”, para nós, latinos, está muito conotado com o acto de fornicar”, por isso o dispenso como mandamento), e “respeito todos os outros, do mesmo modo como desejo que me respeitem”.

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico) 

OV

31 de Agosto, 2020 Carlos Esperança

Milagres

É bem provável
26 de Agosto, 2020 Carlos Esperança

Jacobinismo, democracia e adereços pios

Apesar da sanha contra o jacobinismo, injustamente recordado pela violência, gratuita e intolerável, deve-se-lhe a genuína defesa da democracia, razão do ódio dos que têm uma herança menos recomendável na defesa das liberdades e mais pesado na crueldade.

O jacobino, exatamente por amor à liberdade, não aceita que a limitem os que a odeiam, a desafiem os que a pretendem destruir, e a minem os que impõem verdades únicas.

As religiões, sobretudo as que não sentiram a repressão do seu clero, obrigado a aceitar o laicismo, são hoje um fator de instabilidade e de terror, imposto pela fúria demente de um proselitismo incansável e inadmissível.Como as leis dos países civilizados e democratas são obrigatoriamente abstratas, gerais e imperativas, não se deve, por exemplo, interditar o burkíni, quando a burka já cai sob a alçada da proibição, por razões de segurança, de ocultar o rosto.

Sendo a discriminação inaceitável e impune o desafio não violento à democracia, não há forma de evitar as provocações do Islão político, sem impedir a apropriação do espaço público pelas religiões.

Proibir, no espaço público e organismos oficiais, as indumentárias que manifestem uma pertença religiosa pode tornar-se necessário para garantir a tranquilidade, evitar insultos e defender todos os cidadãos da discriminação e animosidade das religiões concorrentes.

É intolerável que as ruas sejam ocupadas por crentes que aí procuram rezar (provocar) e promover a fé, impedindo o trânsito. A lei terá de proibir, fora dos locais de culto, as vestes clericais e adereços litúrgicos, mitras, tonsuras, batinas, burcas, kipás ou hijabs, bem como todas as vestes que os clérigos e crentes de qualquer religião exibem.

Urge impedir o retorno das rivalidades pias e da guerra de religiões que já está em curso no espaço europeu. Não podemos ignorar a atmosfera de medo que limita a liberdade, o terrorismo que ameaça a democracia e a demência religiosa que destrói a civilização.A herança renascentista e iluminista da Revolução Francesa, civilização que nos coube, não pode ficar à mercê de quem troca os Direitos Humanos pela ilusão do Paraíso.A proibição exclusiva do burkíni, condenada por quem não percebe o contexto, e expressamente apoiada, há anos, pelo PR francês, interessa aos cúmplices do terrorismo e tem o apoio dos inocentes úteis.

21 de Agosto, 2020 Carlos Esperança

Há 7 anos

Deus também se engana…

Bento XVI, farto de ser acusado de ter renunciado à tiara por amor, amor à vida, claro, veio agora justificar-se: «Foi porque Deus me disse», numa « experiência mística».

A linguagem exotérica, com que o ex-Papa revela o encontro com a entidade patronal, não deixa aos incréus averiguar a data, o local e o conteúdo, mas percebe-se que Deus não estava satisfeito com o seu PDG, facto que causa a maior perplexidade, a ponto de lhe ter demonstrado «um desejo absoluto» – segundo afirmou o próprio pensionista à publicação católica “Zenit”.

Não se vê como um deus, presciente e omnipotente, além de mandar o Espírito Santo a iluminar os cardeais durante os conclaves, possa permitir que saia dali um cardeal com alvará de infalibilidade, apto para criar cardeais e santos, e despedi-lo depois com justa causa, sem lhe apresentar uma nota de culpa. No mínimo, a eleição de Ratzinger foi um ato desastrado, mais natural no Opus Dei do que em Deus.

Sabendo todos, do mais ingénuo devoto ao mais inveterado ateu, que a infalibilidade do Papa é um dogma cuja dúvida é alheia ao escrutínio da razão e passível de excomunhão, anátema que inviabiliza o Paraíso como lar de primeira classe para a perpétua defunção, fica a dúvida sobre quem se enganou, o papa que perdeu o alvará ou Deus que lhe pediu a resignação.

De qualquer modo, a Igreja, em maré de perda de credibilidade, deixa mais dúvidas do que certezas a quem queira cultivar os mistérios da fé e dá argumentos a quem duvida.

19 de Agosto, 2020 Carlos Esperança

COVID – 19

COVID-19 — É urgente demitir as ministras da Saúde e da SS.

Era dever da ministra da Saúde evitar os retiros do Opus Dei onde demasiada proximidade entre os padres e excessivo afastamento de Deus, contaminaram, pelo menos, 7 sacerdotes.

Nos lares das IPSSs e Misericórdias, a ministra da Segurança Social é a responsável pelas infeções do coronavírus.