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25 de Outubro, 2006 Ricardo Alves

Refutação de vários deuses (2)

(continuação)

O passo lógico seguinte é um «Deus» criador e que recebe as «almas» após a morte. A «alma» é uma ideia particularmente espatafúrdia: seria a consciência humana, separada do corpo e pressupostamente perpétua. A ideia resulta da resistência do ser humano a aceitar que a consciência de si próprio desaparecerá no momento da morte. Essa resistência, deve notar-se, é um sinal de presciência. Todavia, a consciência (o «eu») é a mera continuidade das funções cerebrais, que existe de uma forma mais ténue em muitas outras espécies animais. Pretender que a nossa consciência sobreviva depois da morte é um desejo compreensível, mas quimérico: a nossa consciência apaga-se com a morte das nossas células, por mais dificuldade que tenhamos em aceitá-lo.

Finalmente, o «Deus» mais popular na nossa cultura deveria ser o «Deus» cristão, que seria um «Deus» criador, recebedor de almas e interventor (o «Deus» do judaísmo e o do islão gozariam dos mesmos atributos). No entanto, a maior parte dos crentes confessam que não acreditam na existência de uma entidade não material que interviria no mundo material violando as leis da Física ou simplesmente forçando acontecimentos improváveis. A mais importante dessas intervenções das leis naturais, segundo os seguidores da seita cristã (uma presumível dissidência do judaísmo), teria sido a paternidade de um indivíduo que teria vivido na região israelo-palestiniana há cerca de dois mil anos, e que teria «ressuscitado» após a morte. A prova da sua «divindade» seria este último acontecimento, que é tão possível como uma lâmpada fundida voltar a funcionar. Apesar de raros cristãos me jurarem a sua fé na realidade desse evento primacial (a «ressurreição»), nenhum deles guarda lâmpadas fundidas na arrecadação. («Fé» incoerente e pouco consequente, é o que vos digo…) Os crentes neste «Deus» interventor têm outro problema sério: as «intervenções» ou aconteceram há muito tempo, ou aconteceram perante «testemunhas» que já tinham «fé» (ou seja, teimosia suficiente para afirmar acreditar no impossível ou no improvável). E alegações fantásticas de intervenções sobrenaturais nos assuntos humanos devem ser rejeitadas enquanto não houver testemunhos credíveis, do mesmo modo que fazemos com outros boatos inverosímeis.

O ateu tem a enorme vantagem de não acreditar em qualquer uma das quebras de lógica mencionadas mais acima (há muitas outras, por exemplo os extra-terrestres que raptam pessoas para as violar ou as «alminhas» aprisionadas no micro-ondas). Mas a maior vantagem é metodológica: questionar e desmontar as crenças religiosas é um treino analítico, que ajuda a consolidar a capacidade de adaptarmos as nossas ideias ao que se comprova através da experiência e do raciocínio.
25 de Outubro, 2006 Ricardo Alves

Refutação de vários deuses (1)

Sou ateu porque aceito o universo tal como é: um sistema fechado no qual todos os acontecimentos são explicáveis pela natureza dos elementos constituintes, das suas interacções e das condições iniciais do próprio universo. Desta definição retiram-se como corolários a inexistência tanto de cada um dos deuses das diversas mitologias humanas, como de «espíritos», unicórnios invisíveis ou cães azuis que vivam do outro lado da Lua. Na sequência refutarei os diversos «deuses», partindo do mais «fraco» (o «Deus» exclusivamente conceptual), até ao mais «forte» (o «Deus» interventor dos teístas). Sendo ateu por educação, só conheço os deuses de que os crentes me falam, e devo confessar que ao longo da minha vida já ouvi as versões mais díspares sobre o conteúdo da palavra «Deus».

Nas conversas com crentes, o «Deus» que mais frequentemente me mencionam como sendo irrefutável é um mero conceito (e quanto mais vago melhor). Concretamente, alguns crentes dizem-me que não posso refutar a existência de uma entidade que não faz parte do nosso universo, mas que no entanto existe no seu «exterior» e poderia intervir no nosso mundo se quisesse. É evidente que concordo. Não posso refutar a existência de tal entidade, como não posso refutar a existência de unicórnios cor-de-rosa invisíveis que não respiram por cima do meu ombro, não transpiram, nem são feitos de matéria. E também não posso refutar a existência de quinze milhões de passarinhos que andem a voar em bando em redor do universo, trinando o hino nacional e defecando para fora do dito universo. Mas, honestamente, não conheço uma única religião que cultue o «Deus» conceptual ou os quinze milhões de passarinhos. E se não podemos usar o cocó dos passarinhos como fertilizante, ou se o dito «Deus» não intervém, seria totalmente inútil cultuá-los (quer aos passarinhos, quer ao «Deus» mudo e quedo).

Seguidamente, existe quem acredite no «Deus» dos deístas, que teria criado o universo, tendo-se depois remetido a uma inacção digna do «Deus» conceptual. Assume-se geralmente que este «Deus» sabia o que fazia, e que portanto teria soprado a «grande bolha» com os parâmetros físicos intencionalmente regulados para permitir a aparição de vida na Terra (ah, a vaidade…), tendo depois ficado a fazer cera. A ideia tem o problema de que, para prever a evolução do nosso universo, «Deus» teria que dispor ou de uma máquina que lhe permitisse calcular essa evolução, ou de uma inteligência própria suficiente para tal. Em qualquer dos casos, teria que usar um suporte material para os seus cálculos mais extenso e mais complexo do que o próprio universo «criado», o que exige que ele próprio tivesse sido criado por um «super-Deus», o qual por sua vez teria sido criado por um super-«super-Deus», e assim sucessivamente. Qualquer um destes super-deuses, para que pudesse ter capacidades observacionais e computacionais presentes em qualquer ponto do universo instantaneamente, violaria a relatividade restrita e a relatividade generalizada todos os dias de manhãzinha até à noite.

(continua)
25 de Outubro, 2006 jvasco

Compreensão e Respeito

A publicação no Diário Ateísta do meu post Religião Imoral suscitou os comentários previsíveis: temos que compreender que muitos religiosos não levam à letra os seus textos sagrados, e temos que respeitar as ideias dos religiosos se os queremos persuadir a aceitar as nossas.

Com o primeiro ponto concordo, e era mesmo essa a ideia que queria transmitir. À parte dos fundamentalistas mais fanáticos, os crentes tendem a filtrar as tradições religiosas para que se conformem à sua noção do que é certo e errado. Os que não o fazem são tidos como extremistas. É por isso que digo que não é a religião que nos dá a moral, mas a moral que deve ditar o que aceitamos ou não como religião. A religião como fundamento ético não só é treta como é indesejável e perigosa.

Com o segundo ponto discordo. Imaginem que um político defendia que as mulheres não devem ter cargos de chefia, e que a sua função deve ser ficar em casa a cuidar da família. Ninguém diria que temos que respeitar esta opinião, ou que devemos criticá-la com diplomacia para que o político melhor aceite a opinião contrária. O justo seria expor esta ideia como ridícula e absurda, e mesmo criticar o político por defender tais barbaridades.

Se for um padre é o mesmo. O absurdo não é ser uma ideia política, nem se torna menos absurda por convicção religiosa. Disparate é disparate, venha de onde vier, e merece ser criticado da mesma forma independentemente da origem.

Nem concordo que eu deva ser diplomático para ser persuasivo, pois o meu objectivo não é converter crentes ao ateísmo ou ao cepticismo. O que quero é que todos se sintam livres de criticar as crenças dos outros e obrigados a justificar as suas, quaisquer que sejam, pois é a única forma de coexistirmos pacificamente numa sociedade pluralista e livre. Se nessa sociedade houver mais religiosos que ateus, pouco me importa. Quero lá saber se gostam mais de chocolate ou de baunilha.

——————————–[Ludwig Krippahl]

24 de Outubro, 2006 Carlos Esperança

O momento Zen da segunda-feira

João César das Neves (JCN) tem substituído a habitual homilia das segundas-feiras por artigos de opinião com manifesto prejuízo dos leitores que procuram nas prédicas do devoto os ensinamentos das missas a que se baldam e o tratamento para o fígado.

JCN não é um desses devotos que viajam de joelhos, de língua estendida, a caminho da eucaristia. Não se priva da rodela de pão ázimo com que lambe a comissura dos lábios como os mais glutões soem fazer com o leitão da Bairrada; não falta à confissão nem deixa de rezar o terço que a Irmã Lúcia recomendou, a rogo da Senhora de Fátima, uma Virgem voadora que fazia das azinheiras aeroporto. Mas não faz figuras tristes na rua.

JCN não estraga as calças de bom corte a fazer gincanas de joelhos à volta da capelinha das aparições, faz desporto em beatas homilias nos jornais e nos livros que publica.

No Diário de Notícias de ontem JCN dissertou sobre «A vida de Deus em mim» – salvo seja. «Hoje nas sociedades laicizadas vê-se muito Deus» – garantiu o prosélito. Onde andará o Deus dele que não aparece nos cafés, na via pública, nos escritórios, nos sítios por onde passam as pessoas normais?

Andará Deus na clandestinidade com medo de ser apanhado sem identificação ou só aparece ao padre Vaz Pinto e a ele próprio, como ambos alegam?

JCN diz que «a grande surpresa, a única Boa Nova que o mundo recebe é que Deus vem pessoalmente viver aqui no meio de nós». Será que já alugou casa, fez o contracto do gás, electricidade e água ou vai viver com o padre Vaz Pinto e o JCN?

Estes dois publicitários do divino dizem que não podem viver sem Deus. Para eles é o urso de peluche a que as crianças se agarram para vencer o medo.

Deus é uma espécie de anti-depressivo de que carecem pessoas pouco estáveis ou mais supersticiosas. É um placebo de resultados comprovados em pessoas instáveis mas pode tornar-se perigoso quando os clientes querem impor aos outros a mesma receita.

Eu já tomei óleo de fígado de bacalhau em doses suficientes. Deixo Deus só para eles. O pior é que os prosélitos não desistem de o impingir aos outros.

24 de Outubro, 2006 jvasco

Introdução à Blinologia

A blinologia é a disciplina do conhecimento e revelação que estuda os Blins, como o nome indica. Responderei aqui a algumas perguntas acerca desta visão do Universo, que abarca as questões mais profundas acerca do sentido da nossa existência.


O que são os Blins?

Os Blins são os perfeitos criadores do Universo, omnipotentes, omniscientes e omniverdes. São a Origem e o Fim, a Vida e a Morte, o A e o Ya. O blinólogo escolástico São Francisco de Alcabideche declarou em 1208 que os Blins seriam também aqueles alfinetes com cabeça em forma de joaninha que se espetam nas plantas de plástico. Historiadores modernos afirmam tratar-se de um erro na tradução do original hebraico, mas hoje em dia a adoração destes adereços é uma parte importante do culto Bliniano.

Porquê estudar os Blins?

O estudo dos Blins é o mais elevado empreendimento do intelecto humano, pois é a única via para revelar o propósito do Universo, o sentido da vida, e a verdadeira utilidade dos alfinetes com cabeça em forma de joaninha.

Mas não há evidências que os Blins existam, pois não?

A existência dos Blins é uma questão metafísica e transcendente que não pode ser abordada pela ciência, pois o método científico assume à partida uma posição exclusivamente ablínica. Mais, aceitar a existência dos Blins é um acto de fé, e a única forma de receber a Sua graça. Por isso nunca poderá haver argumentos ou evidências que demonstrem a existência dos Blins.

E se a fé não me chega para aceitar que os Blins existem?

Nesse caso, há argumentos e evidências que demonstram a existência dos Blins. Por exemplo, o argumento ontológico. Sendo os Blins os seres mais perfeitos que se pode conceber, e sendo um ser que existe mais perfeito que um que não existe, forçosamente os Blins terão que existir. Podemos também demonstrar a sua existência pelo argumento da afirmação, que diz que os Blins existem porque sim.
As evidências são também claras. O Universo é de tal forma complexo que a sua origem não pode ser explicada pelo acaso, o que prova que é uma criação dos Blins. Também a natureza humana testemunha a existência dos Blins, pois todos os povos e culturas crêem em seres sobrenaturais.

Quantos Blins existem?

O Credo Blim é bastante claro e explícito, dispensando qualquer explicação: «Creio em três Blins, e apenas três. Creio que os Blins são exactamente vinte e seis, e o seu número, que é quantos são, é trezentos e doze. Excepto às quartas feiras.»

Mas isso não é uma contradição?

Não.

Como explicar a existência do vermelho?

Este um dos grandes problemas por resolver na blinologia. Sendo os Blins omnipotentes e omniverdes, a existência do vermelho é algo surpreendente. Será talvez um mistério que ficará para sempre além da compreensão humana. Mas a hipótese mais aceite é que a existência do vermelho foi consequência do livre arbítrio humano, e da escolha que levou à expulsão do Paraíso, onde tudo era verde. Este exercício de vontade que levou a espécie humana a afastar-se da perfeição do verde é relatado com grande beleza nos escritos sagrados Blim, nomeadamente na história de Lucinda, o tremoceiro, e os três porcos cantores.

E o que faz um blinólogo?

Como investigador, o blinólogo pesquisa textos antigos de blinólogos já falecidos, num esforço incessante para rescrever as mesmas ideias em frases ligeiramente diferentes. Este trabalho de leitura e contemplação metafísica tornam-no especialmente apto para se pronunciar sobre temas como a investigação em medicina, genética molecular, contracepção, e a orientação sexual de cada indivíduo.

——————————–[Ludwig Krippahl]

23 de Outubro, 2006 Ricardo Alves

A hierarquia dos saberes segundo os religiosos

Nos argumentos dos religiosos, principalmente dos católicos, emerge frequentemente uma hierarquia dos saberes que merece ser compreendida. Tanto quanto entendo, a ideia será a seguinte: a «metafísica» (entendida exclusivamente como teologia) está «acima» da filosofia e da ciência. Logo, as duas últimas serão determinadas pela primeira. Assim, a filosofia e a ciência deveriam aceitar ser corrigidas pelos dogmas «metafísicos» dos religiosos.

Esta cosmovisão repousa geralmente na crença de que o universo foi criado por uma entidade divina, com um propósito benigno, e que portanto existe nele um imperativo ético. Tem o apelo psicológico de assegurar que as piores calamidades deste mundo (terramotos, fomes generalizadas, genocídios…) estão «divinamente» ordenadas, e que portanto são meros acidentes de percurso cuja necessidade e oculta bondade serão compreendidas mais à frente. A religião constitui-se assim num poderoso anestesiante social da contestação ou de qualquer crise, conformando os relapsos com a «ordem natural das coisas».

Esta visão da realidade, apesar dos seus benefícios para o conforto emocional dos crentes e para o conformismo social, está errada. Os princípios que organizam o universo não têm sido descobertos assumindo deuses ad hoc ou presumindo a bondade das estrelas e dos tubarões. Nenhum dos textos sagrados das várias religiões do mundo alguma vez possibilitou a mais pequena descoberta científica. E tanto quanto sabemos, a própria ideia de divindade é uma criação humana, que se pode estudar e cuja sobrevivência na sociedade depende do poder das ilusões que cria. Portanto, apenas a ciência, que é basicamente o método de corrigir o nosso conhecimento da realidade pela experiência e pela investigação abstracta, poderá explicar a religião. Jamais se verá o contrário.
22 de Outubro, 2006 jvasco

Religião Imoral

Religião e moral normalmente aparecem juntas, e dizem-nos muitas vezes que a religião fundamenta a nossa moral, e que as questões morais são do domínio da religião. Mas é treta.

Vejamos a religião Cristã, que considera a Bíblia como um conjunto de textos sagrados, divinamente inspirados, que servem de guia moral. Mas só se for para mostrar o que não fazer. O antigo testamento está repleto de barbaridades, desde bater nas crianças (Prov. 13:24) até ao genocídio a mando de deus, passando pelo incesto, escravatura, e maus tratos às mulheres. O novo testamento parece um pouco melhor, mas mesmo assim aceita-se a escravatura (e.g. Filémon), e a discriminação sexual continua (e.g. 1 Timóteo 2:11-12).

A maioria dos cristãos dirá que temos que considerar o contexto social e os costumes da época, e não podemos aplicar directamente os mesmos princípios à nossa sociedade. Mas então a Bíblia não é um bom guia moral para quem vive agora. Além disso, não me convencem que mesmo há dois mil anos atrás o genocídio, a escravatura, e os maus tratos a mulheres e crianças eram coisas boas, e apenas se tornaram más porque passaram de moda.

E os dez mandamentos. Outro embuste. Se tanto, aproveita-se dois ou três. Os dois primeiros proíbem-nos de ter outros deuses e de dizer o nome deste. Duas palavras, meus senhores: liberdade religiosa. O terceiro diz que não podemos trabalhar ao Sábado, sob pena de morta. Sinceramente. O quarto diz que devemos honrar os nossos pais. Se forem decentes, está bem, mas pais como os do antigo testamento, que davam paulada nos filhos e os apedrejavam por desobediência, esses não.

Em quinto lugar, não matarás. Curiosamente, aqui os cristãos já não exigem que se veja isto no contexto social e cultural. É que este mandamento quer dizer especificamente não matarás Judeus. Como ilustram inúmeros exemplos no antigo testamento, matar outros grupos étnicos (incluindo mulheres e crianças) era perfeitamente aceitável. Mas vá lá, aceite-se este com as devidas adaptações.

Em sexto, «Não cometerás adultério». Eu propunha substitui-lo por «Não meterás o bedelho no que não te diz respeito». Em sétimo, não roubar. Novamente, o que eles queriam dizer era não roubar os da tribo, mas está bem, este serve.

O oitavo proíbe que levantemos falso testemunho contra o próximo. Este está no bom caminho, mas deixa muito a desejar. Se é para ser um guia moral, eu punha «Não serás desonesto», e incluiria nisto a proibição de impingir religiões às crianças, de prometer o céu e o inferno, e de afirmar que se sabe o que deus quer ou não quer.

Os últimos dois são treta: não desejar a mulher do próximo e não cobiçar. Se não fazemos mal a ninguém, deixem-nos lá sonhar… Em suma, podemos adaptar o não roubar nem matar, incluir o do falso testemunho numa obrigação de honestidade, e do resto não se aproveita nada.

A própria ideologia cristã é profundamente imoral. O seu símbolo é o sacrifício de um inocente para redimir outros. Todos temos que ser redimidos porque já nascemos culpados por aquilo que os nossos antepassados fizemos. O grande pecado que nos condena foi descobrir a diferença entre o bem e o mal, e foi cometido por quem ainda nem sabia distinguir o bem do mal! A base do cristianismo é injustiça atrás de injustiça. Que raio de fundamento para a moral.

Mas o pior de tudo é a ideia que devemos basear a nossa moral na Bíblia, ou em qualquer outra coisa. Aquele que não mata nem rouba porque considera errado fazê-lo tem uma moral superior ao que não mata nem rouba porque um livro o proíbe. É melhor pessoa a que age bem a mando da sua consciência do que aquele que age a mando de deus, da Bíblia, dos padres, da lei, ou de outro factor externo qualquer.

A religião não nos pode dar moral, pois é a moral que fundamenta todas as nossas escolhas. A nossa consciência é que deve filtrar os disparates e injustiças das tradições religiosas. Se o religioso não impõe uma moral à sua religião, a religião torna o religioso imoral.

——————————–[Ludwig Krippahl]