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Categoria: Não categorizado

10 de Outubro, 2007 ricardo s carvalho

rocky VI: knock-out ao terceiro ano

«[…] Jornalista: Na sua opinião, uma mulher agredida pelo marido deve manter o casamento ou divorciar-se?
Monsenhor LG: Depende do grau da agressão.
Jornalista: O que é isso do grau da agressão?
Monsenhor LG: Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos.
Jornalista: Então reformulo a questão: agressões pontuais justificam um divórcio?
Monsenhor LG: Eu, pelo menos, se estivesse na parte da mulher que tivesse um marido que a amava verdadeiramente no resto do tempo, achava que não […]»

(Monsenhor Luciano Guerra, Reitor do Santuário de Fátima; entrevista ao DN, 6.10.2007)

10 de Outubro, 2007 Helder Sanches

Uma questão de etiqueta

Na última convenção da AAI (Atheist Alliance International), Sam Harris causou polémica ao questionar a utilização do termo “ateísmo”. Harris mostrou preocupação com o facto de esse termo transportar consigo um estigma social que, em última análise, não favorece a luta contra a superstição, o sobrenatural, os deuses imaginários e a demência colectiva das religiões.

Embora entenda as suas preocupações, parece-me irrelevante aquilo que nos chamamos a nós próprios. Não é pela escolha da etiqueta que os objectivos serão atingidos com maior ou menor facilidade. Penso, de qualquer forma, que a questão levantada por Harris é uma questão mais americana que global, não sendo, no entanto, exclusiva dos Estados Unidos. Alguns dos meus colegas brasileiros quando confrontados pela primeira vez com o meu ateísmo reagiram como se eu estivesse a assumir práticas sexuais com cachorros Dobberman, tais não foram as expressões nos seus rostos!

Ao contrário de Harris, penso que o estilo e estratégia utilizados é que farão a diferença nesta “batalha” pelo racionalismo. A promoção, incentivo e divulgação da ciência e do racionalismo terão muito mais impacto no combate ao obscurantismo religioso, ao misticismo e ao sobrenatural do que qualquer outra forma de combate que por si também seja criticável por falta de racionalidade. Só elevando a forma de combate para os valores que nós mesmos defendemos poderemos evitar de ser arrastados para um terreno que não nos é favorável: o do insulto fácil, da ofensa gratuita, enfim, o das manifestações irracionais. A estigmatização acontece quando em vez de se criticarem ideias, se enxovalham pessoas; quando em vez de se refutarem dogmas, se condenam indivíduos.

Assim, a preocupação de Harris parece-me algo despropositada. Independentemente daquilo que nos chamemos a nós próprios, o que importa é a credibilidade que conquistamos na sociedade em que estamos inseridos. É aí que o estilo e a estratégia utilizados farão, com certeza, toda a diferença.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

10 de Outubro, 2007 ricardo s carvalho

obscurantismo em órbita

«[…] O primeiro astronauta da Malásia descola hoje para o espaço, a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Na viagem, de onze dias, aproveitará para dar a festa de Eid, que assinala o fim do jejum no Ramadão […]

Os jornais locais destacam, especialmente, o facto de Sheikh ir rezar no espaço, um procedimento que vem nas normas determinadas pelo Governo da Malásia para os astronautas islâmicos. […]»

(PUBLICO.PT 10.10.2007)

addendum: ouvi na BBC que quando rezar não tem que estar virado para meca, e que pode respeitar o fuso horário da malásia para saber a hora da palhaçada.

[Esquerda Republicana / Diário Ateísta]

10 de Outubro, 2007 ricardo s carvalho

esperemos que não seja o último

«[…] A justiça da Argentina condenou ontem a prisão perpétua o sacerdote católico Christian Von Wernich, o primeiro religioso condenado por crimes contra a humanidade durante a última ditadura militar (1976-1983).

O ex-capelão da polícia da Província de Buenos Aires, 68 anos, foi condenado com a pena máxima prevista pelas leis locais por ter participado em sete homicídios qualificados, 31 casos de tortura e 42 privações ilegais de liberdade […]»

(PUBLICO.PT 10.10.2007)

[Esquerda Republicana / Diário Ateísta]

10 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Policarpo parte a loiça toda

Digno de um diálogo tabernáculo requintado com refinadíssimos toques de populismo ameaçador, Policarpo, acérrimo defensor do rebentamento de loiça com dossiers, promove o autoritarismo e obscurantismo cristão a qualquer custo, sejam os rebentamentos mencionados anteriormente, sejam as censuras, a falácia típica cristã de inversão, Satanás se trataria caso o Secularismo não tanto se evidenciasse, restam os jacobinos, quiçá um dia as focas e pinguins dos pólos, coitados, ainda estão com o demónio no corpo, evangelizar é preciso.

As forças do mal povoam a Terra, serão cerca de 83% das pessoas que a habitam, anticatólicos se invertidos os contextos, seja um copo meio vazio afinal, contando com a bicharada herege que por ai anda muitos exorcismos serão necessários até que a Igreja Católica deixe de colocar as garras onde elas não são bem-vindas, genes de carraça que povoam o catolicismo mais se fazem notar quando o assunto é o poder.

Policarpo afirma autoritariamente, aparentemente eleito representante religioso numas quaisquer eleições feitas à porta fechada e com cães de guarda travestis com os produtos da ourivesaria do vizinho todos pendentes ao pescoço, ligeiramente babados pela raiva, que “é possível não dar palco e margem de manobra aos que querem impedir a presença da Igreja na nossa sociedade”, e que “existem forças na sociedade que não vêem com bons olhos essa presença”. Afirmações interessantes de uma necessidade de censura, a quem? Jacobinos? Focas? Pinguins? Ficam os espantalhos por nomear, existência concreta talvez em almas penadas ou demónios faiscantes prontos a espetar o tridente nas nádegas de qualquer padre que lhe apareça à frente. Certamente que existem muitas pessoas que não desejam um fascismo católico, budistas, hindus, ateus, satanistas, protestantes, mórmones, pessoas que se rotulam com um “quero lá saber da religião, venha é outro fino e umas moelas!”, e muitos outros.

Como qualquer católico que se preze, lá vem o humor corriqueiro, “o caminho não é o poder, mas a autoridade do serviço.”, tal como se pode constatar pela existência da palavra “evangelização”, venha a nós o poder, seja feita apenas a nossa vontade, assim na Terra como… nos planetas onde se descubra vida, ourivesarias e sapatarias que façam sapatos vermelhos caros por encomenda, ser travesti sexy anti-travestismo não é para qualquer um.

Conforme informados pela hierarquia católica, representante máxima da colónia do Vaticano chamada Portugal, as leis portuguesas são inconstitucionais, violam a concordata, decorrente do referendo também efectuado à porta fechada, talvez guardado com fossos apinhados em crocodilos esfomeados, refere Policarpo: “A Concordata consagra o princípio da cooperação entre a Igreja e o Estado.”. Somos cidadãos vaticanistas portanto, as leis do Estado despótico das sotainas são hierarquicamente mais importantes que as da colónia portuguesa, espera-se em breve mudanças no Bilhete de Identidade para dupla nacionalidade, isto em contextos de libertinagem claro está, quem sabe se pondere um sui generis carimbo da cruz de Cristo na testa dos colonizados.

O representante vaticanista alega que “a liberdade de consciência é algo de que a Igreja é a primeira defensora”, e a segunda, e a terceira, e a quarta, até à última, até mesmo porque se não existe um totalitarismo católico a Igreja é claramente impossibilitada da sua liberdade de consciência, a escolha livre de ser católico ou ser católico, duas escolhas portanto, mas a querermos ser libertinos podemos enumerar ad nauseam o ser católico ou ser católico ou ser católico…

Laicidade tem o seu arauto máximo no catolicismo, sempre teve, religião católica sempre andou de bem com a religião do churrasco, problema principal neste contexto é que depois de se ter pertencido à segunda era impossível voltar à primeira, “são as capelanias católicas que têm chamado ministros das outras religiões.”, o que até pode eventualmente ser verdade, possivelmente budistas e protestantes disfarçados de padres católicos.

Assevera que “a actual redacção do documento revela um desconhecimento total por parte dos responsáveis sobre a forma como se processa esta assistência aos doentes”, cambada de ignorantes portanto, provavelmente nunca tiraram um curso de teologia e obviamente que nada percebem de mitologia cristã, os enfermos precisam de assistência católica ministrada por alguém extremamente credenciado, conforme nos indica o catecismo em E.56.3, “O exorcismo solene, chamado “grande exorcismo”, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo.”, lembrando também que “Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objecto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo.”.

Quem sabe exista um importante projecto de lei no futuro que vise a divisão hospitalar em “secção católica” e “secção dos infiéis”?

De qualquer das formas parece necessário aos não-católicos frequentarem sítios com pouca lenha.

Links úteis:
Agência Ecclesia: Igreja-Governo: Patriarca defende via do diálogo
RTP: Policarpo e a loiça
Diário de Notícias: A horripilante e mentirosa campanha jacobina
Rui Tavares: Mas qual polémica?

Também publicado em LiVerdades

9 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Ataque jacobino

Parece que existe uma horripilante e mentirosa campanha jacobina, embora ninguém a tenha vislumbrado, catolicismos à parte obviamente, talvez o consumo de psicotrópicos seja elevado entre os encapuzados e grandes batalhas alucinadas dentro de igrejas e conventos se processem.

Campanha feita por seres invisíveis, armados até aos dentes com caneta e papel, colete à prova de hóstias arremessadas e goela fechada devido ao tinto carrascão fora do prazo de validade marca Jesus Cristo.

Fernanda Câncio expõe de forma clarividente os espantalhos católicos.

DN: A horripilante e mentirosa campanha jacobina

Também publicado em LiVerdades

9 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Polónia – a nódoa católica da Europa

«O vice-presidente da Comissão Europeia Franco Frattini afirmou hoje esperar «sinceramente» que a Polónia celebre o Dia Europeu contra a Pena de Morte, apesar de o governo polaco ter impedido a sua declaração pela UE.

O Dia Europeu contra a Pena de Morte, a 10 de Outubro, foi hoje proclamado a nível do Conselho da Europa».

Comentário: Que esperar do País mais católico da Europa?

9 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Estratégias

Sam Harris causou alguma controvérsia, e muito debate (ver aqui, e aqui, e aqui) quando na última Convenção da AAI apresentou o seguinte raciocínio durante a sua comunicação:

«A minha preocupação com o uso do termo ateísmo é psicológica e estratégica.
Associar um «rótulo» a qualquer coisa pode trazer consequências,
principalmente quando se dá um nome a uma coisa que não existe de todo. Ateísmo, eu argumentaria, não é uma coisa que exista. Não é uma filosofia, assim como «não-racismo» também não é. Ao aceitarmos este rótulo, estamos a permitir que nos vejam como uma sub-cultura caprichosa. Estamos a consentir que sejamos vistos como um grupo de interesses marginal, que se encontra em salas de conferências de hotéis.

Deixem-me fazer então uma proposta subversiva: nós não devemos denominar «ateístas», ou «secularistas», ou «humanistas seculares», ou «naturalistas», ou «cépticos», ou «anti-teístas», ou «racionalistas», ou «pensadores livres», ou «brights». Nós não devemos nos chamar nada. Devemos ser discretos para o resto das nossas vidas. Devemos ser pessoas decentes e responsáveis, que destroem más ideias quando as encontram, sendo religião uma delas».

Como Novo Ateísta que me considero, não concordo na globalidade com Sam. Muitas vezes é preciso ser catalogado para ser reconhecido. É preciso ser vocal para passar uma mensagem. Passar para um movimento de pessoas singulares, que um pouco no anonimato, fazem o melhor que podem para melhorar o mundo que as rodeia, parece-me algo incompleto. Um pouco, por exemplo, o que se vê em Portugal, onde toda a gente acha que as coisas devem mudar, mas não sentem uma força colectiva que os faça causar essa mudança. Precisamos dessa sinergia, principalmente quando nos deparamos com oponentes tão formidáveis como a Igreja Católica, ou Islâmica ou Judaica.

Concordo claro, com a parte onde devemos ter como prioridade sermos indivíduos conscientes, decentes, altruístas, responsáveis, mas acho que neste caso, vale a pena o rótulo, e vale a pena o «combate» em grupo.

Mas fica aberto o debate: a estratégia proposta por Sam Harris, mais ou menos correcta?

Para saber mais, visite o NOVA