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13 de Março, 2013 Carlos Esperança

DUSZYNSKA e a minha perplexidade indignada

Por

João Maria de Freitas-Branco

Sabem aqueles que acompanham a minha vida pública que no espaço da saudável controvérsia, do debate de ideias, sempre recuso a fulanização. Estará aí, por certo, uma das minhas muitas costelas sergianas. Não vou aqui abrir excepção. No entanto, depois de ao longo dos últimos dias ter escutado e lido com atenção múltiplos comentários sobre o que se está a passar no interior da Igreja Católica não posso deixar de manifestar perplexidade apimentada de indignação face ao silêncio dos ditos comentadores, e principalmente os que são católicos confessos (como é o caso de um dos mais mediáticos comentadores políticos desta nossa terra), face ao que considero ser uma aberração civilizacional, para além de o ser, também, e em particular, no plano da moral e da política ou, se preferirem, da ético-política.

Refiro-me ao acontecimento ocorrido no passado dia 8 de Março, dia internacional da mulher, nas imediações da Basílica de S.Pedro, em Roma. A religiosa americana, católica, Janice Sevre-Duszynska, manifestou-se na via pública apelando à aceitação da ordenação de mulheres no seio da Igreja Católica e chamando a atenção para a ausência de vozes femininas no Conclave que se vai iniciar hoje, na cidade do Vaticano. Ostentava um cartaz onde se podia ler o seguinte: “As Mulheres Padres estão aqui”. Foi detida pela polícia “por estar a usar vestes litúrgicas”.

Será que isto não é obrigatoriamente tema de debate político, social, cultural? Como se justifica o silêncio dos principais comentadores políticos? Recorde-se que o Vaticano é um Estado e que o Conclave elege o chefe desse mesmo Estado (designado por Papa ou sumo Pontífice), de aí resultando depois a formação do Governo do Estado do Vaticano (a Cúria).

Os motivos da minha perplexidade indignada não ficam por aqui. Há mais.
A católica Janice Sevre-Duszynska, cidadã americana, foi excomungada pela Igreja por se intitular “mulher padre”, depois de ter sido ordenada à revelia das autoridades eclesiásticas de Roma e contra a vontade expressa dessas autoridades. Repito: excomungada. Ao que se entende, o seu grave pecado consistiu em ser tão católica que desejou, e deseja ardentemente, dedicar a sua vida à obra religiosa, como qualquer vulgar padre católico. O problema está no sexo. É que para o fazer tinha que ter nascido homem. Teve o azar de nascer mulher, e um ser do sexo feminino, aos olhos da hierarquia da Igreja, da Igreja Católica, não pode ser católico a esse ponto. Portanto, Janice pecou, incorreu em gravíssimo crime, tão grave que foi, repito, excomungada. Foi amaldiçoada pelos seguidores de Cristo que governam o Vaticano, incluindo aquele que se afirma ser representante do deus católico no Planeta azul – precisamente o mesmo deus adorado pela religiosa americana.

Será que isto não é motivo de debate? Será que não deve convocar necessariamente a atenção de todo e qualquer comentador que se preze? Poderão, em pleno século XXI, os comentadores políticos e os fazedores de opinião da nossa praça ficar em silêncio, indiferentes a este acontecer? Com que fundamentada justificação?

Já que se fala de excomunhão seja-me permitido o atrevimento de aproveitar a circunstância para deixar aqui um singelo pedido público.

Há muitos anos que procuro a lista de nomes dos responsáveis por Auschwitz e pelo Holocausto que tenham sido excomungados pela Igreja Católica. Será que algum dos meus estimados leitores católicos, ou algum dos populares comentadores católicos, faz o favor de me fazer chegar essa informação? Desde já me apresso a agradecer toda a atenção prestada a este meu simples pedido, espero que não demasiado atrevido.

Claro está que a lista solicitada não serve de justificativo para a maldição lançada sobre a católica americana, mas, como espero que compreendam, sempre alivia um pouquinho o agudo sofrimento que me causa a dor da perplexidade indignada que me fere.

 

11 de Março, 2013 Carlos Esperança

Justiça e caridade

Combate à fome e filantropia milionária

«Quando o Estado paga o nosso tratamento hospitalar, a nossa educação, a nossa pensão de reforma ou invalidez, o subsídio de desemprego ou o abono de família, está a dar-nos o que é nosso de direito. Quando contribuímos com os nossos impostos para a redistribuição da riqueza que a sociedade produz em conjunto, estamos a cumprir o nosso dever. Isto é justiça. Mas quando o Estado dá dinheiro dos contribuintes a instituições de caridade, transforma a justiça em esmola.»

(Ludwig Krippai, site Que treta?).

11 de Março, 2013 Abraão Loureiro

Epilepsia – Possesso

Possesso, o termo eclesiástico.

No tempo em que os sarcedotes recebiam o conhecimento directamente de Deus e por isso se afirmavam de sábios (sabichões), atacava-se o mal com o famigerado EXORCISMO. Se à primeira, com o auxílio da cruz e das rezas não resultasse a cura (coisa que nunca aconteceu), o caminho era a fogueira para aliviar a alma do desgraçado. E alguns destes gajos, mesmo sabendo ler e escrever, ainda têm lata para nos dias de hoje continuarem com o mesmo processo com os possessos, excluindo a fogueira porque dá prisão ou pena de morte de acordo com a lei praticada em cada país. Não fosse isto e ainda poderíamos sentir o cheiro do churrasco cristão.

Epilepsia aqui

Exorcismo aqui cuidado que os demónios até mordem.

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10 de Março, 2013 José Moreira

Regresso à “Idade das Trevas”?

Na Croácia, o governo pretende aplicar aulas de educação sexual nas escolas. Naturalmente, a ICAR opõe-se. Compreende-se: educados sexualmente, os adolescentes dificilmente se tornarão vítimas de predadores sexuais.

Para bom entendedor…

9 de Março, 2013 José Moreira

Preocupações…

A sério, estou preocupado. Tenho andado a acompanhar as cenas dos pré-conclaves, e estou muito preocupado. Há demasiados segredos, e a segurança é grande como é difícil imaginar. Por exemplo, para além de ser proibido transportar telemóveis para dentro da Capela Sistina ainda por cima há um sistema de bloqueio que impede qualquer telemóvel “undercovered” de comunicar com o exterior. Tudo muito demasiado secreto, para o meu gosto. Fico com a impressão de que nem o Espírito Santo vai saber o que se está a passar lá dentro dos pré conclaves e do conclave propriamente dito. E isso é grave, muito grave. Porque o Espírito Santo tem sido o responsável pelas nomeações de grandes figuras e outros figurões, estou a lembrar-me, por exemplo, dos Bórgias, de Gregório IX, criador da Inquisição, João XII, etc. Ora, sem a intervenção do Espírito Santo, o Vaticano arrisca-se a tornar-se uma pessoa de bem, e um local bem frequentado.

Preocupante…

5 de Março, 2013 David Ferreira

O nascimento de uma nação cristã

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De joelhos vos liberto e vos alheio de todos os bens terrenos e espirituais, em nome da fé, com a inspiração divina do Espírito Santo.  Ou como se assassina o espírito livre de um povo honesto com promessas de santidade.

 

 

3 de Março, 2013 David Ferreira

TEMPESTADE

De Norte a Sul, de Este a Oeste, o mundo estremece e convulsiona-se, mostrando as garras ao poder desmesurado que o silêncio e a inércia permitiram ascender sem questionar.

Os deuses inventados também se reinventam diariamente e reencarnam em perniciosas figuras bípedes que se insinuam como portadores de uma verdade obscura que concederá a salvação por intermédio do encarceramento do espírito e da maceração do corpo.

Mas há sempre quem resista, quem esteja disposto a lutar contra todos os deuses, sejam eles imateriais ou de carne e osso, pela verdade, pela liberdade, pela justiça, contra tudo e contra todos os que pretendem assassinar cobardemente o direito a sermos o que nascemos: homens livres!

A todos os que lutam, a minha homenagem:

 

   TEMPESTADE

 

Tu e eu seremos juntos a tormenta,

A pele da noite a recitar trovões

Sobre a cidade adormecida

À beira-medo.

 

E aguçaremos os gumes dos nossos raios

Nesses sonhos inquietos e dormentes

Que atormentam as pessoas indolentes.

 

Juntos, tu e eu seremos a mensagem de revolta,

Arautos de tumultos por haver

No despertar tardio das consciências hibernadas.

 

Tu e eu seremos frios como as espadas

Dos heróis mumificados no bolor dos livros ancestrais,

Lentamente a invernar no cemitério das estantes.

 

Juntos, tu e eu seremos a palavra apetecida,

A sede interrompida

A chover torrencialmente sobre os lábios desertificados

Dos que se calaram.

 

Juntos, tu e eu seremos a coragem

Dos que não ousaram!

 

David Ferreira

3 de Março, 2013 David Ferreira

O Velho Novo Testamento e a misoginia

1 Coríntios 14: 34-35

Bíblia Sagrada, Edição Pastoral:

“Que as mulheres fiquem caladas nas assembleias, como se faz em todas as Igrejas dos cristãos, pois não lhes é permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como diz também a lei. Se desejam instruir-se sobre algum ponto, perguntem aos maridos em casa; não é conveniente que as mulheres falem nas assembleias.”

Comentário teológico: “Parece que as reuniões da comunidade de Corinto eram muito desordenadas. Ninguém pedia a palavra, vários falavam ao mesmo tempo e em tudo isso talvez sobressaíssem as mulheres.”

 

Comentário ateu: Parece que os discernimentos teológicos das comunidades de apologistas cristãos continuam bastante desordenados. Todos pedem a palavra obedientemente, cada um fala na sua vez ordeiramente e em tudo isso sobressai o descaramento indecoroso de quem persiste em cultivar a ablepsia do rebanho como forma de inocentar a misoginia, a morbidez e o terror psicológico que ulceram penitente e transversalmente os irracionais e intolerantes escritos cristãos.

Uma mulher cristã é um paradoxo enigmático que só a incultura, o excesso de paixão e sentimento desregulado, uma irracional aceitação do sofrimento como parte integrante da sua condição, ou a falta de uma simples e exigida leitura crítica e imparcial dos escritos que estão na génese da sua crença pode tornar compreensível.