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Autor: jvasco

8 de Junho, 2004 jvasco

O Céu é mais quente que o Inferno

É a própria Bíblia que o diz!

Atentem na seguinte passagem:

Mas aqueles que não crêem[…] as suas almas serão consumidas no fogo do Inferno contido num poço de enxofre borbulhante

Revelações 21:8

A temperatura de ebulição do enxofre é de 444,6º C. A temperatura do Inferno será igual ou inferior a esta. Mas o que é que nos diz a Bíblia sobre o Céu?

No Paraíso a Luz será tão intensa como sete vezes o brilho do Sol durante sete dias

Isaías 30:26

Agora que sabemos a relação entre a intensidade da radiação do Céu e a da Terra, podemos utilizar a Lei de Stephan (relativa à radiação do corpo negro) para saber a temperatura do Céu a partir da temperatura da terra.

Reduzindo tudo a um cálculo simples (49*Tterra^4=Tceu^4) ficamos a saber que a temperatura do Céu é de 525ºC.

Não aparenta ser um sítio agradável…

4 de Junho, 2004 jvasco

Profissão: astrólogo

No jornal da Câmara dos Deputados no Brasil vem lá o seguinte texto a introduzir um Projecto-Lei:

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) apresentou à Câmara o Projeto-Lei 6748/02, que regulamenta a profissão de astrólogo. A proposta estabelece regras e condições para o exercício da profissão, como exigência de habilitação em cursos reconhecidos; jornada de trabalho de 30 horas semanais; possibilidade de prestar serviços a órgãos públicos; e restrição do mercado aos profissionais reconhecidos, inclusive para actuar em meios de comunicação que divulguem o conhecimento correlativo à Astrologia.

O texto define como astrólogo o profissional que estabelece juízos a partir do estudo das configurações do céu, calculando e elaborando cartas astrológicas, actividades que também poderão ser exercidas por pessoa jurídica.

Segundo Luiz Sérgio, a Astrologia vem retomando sua importância nos últimos 50 anos. Por isso, “a prática de uma astrologia ingénua, em nível jornalístico e popular, embora inofensiva em si mesma, não significa aquilo que sempre se entendeu como astrologia”. O deputado defende que seja incutido na cultura brasileira “um pensamento astrológico correcto” e afirma que, para isso, “o meio mais efectivo é a regulamentação do exercício profissional dos astrólogos, que permitirá uma fiscalização mais rigorosa dessa actividade”.

No Brasil, em breve, será possível ser Astrólogo como profissão.

Não sou capaz de ficar muito indigando com isso. Afinal, já há vários séculos que é possível ser Padre como profissão…

3 de Junho, 2004 jvasco

Jogo Político

Existe um jogo divertidíssimo que descobri há alguns dias na internet.

É o «nationstates» que pode ser acedido na página www.nationstates.net.

O jogador responde a perguntas e toma decisões e a «sua» nação/estado/o-que-quer-que-seja vai evoluindo consoante as decisões tomadas.

O jogo não tem «vitória» ou «derrota» definida: para certos jogadores conseguirem ter uma nação que é uma ditadura militarista pode ser uma vitória, enquanto que para outros o importante pode ser uma «orgia de direitos civis».

Cada nação é avaliada, entre outras coisas, pelo estado do meio ambiente, a criminalidade, a equidade, a economia, os direitos civis e as liberdades políticas.

O que este jogo tem de curioso é que de vez em quando há decisões a tomar que afectam a Religião. Acontece que a maioria das decisões são cedências: pioro a economia para melhorar o meio ambiente ao proibir que se construa esta central, pioro a criminalidade para aumentar os direitos civis ao impedir câmaras nas ruas, etc. No entanto, quando se trata da Religião, parece que o autor do jogo é ateu, pois as decisões que vão contra os interesses religiosos que se pronunciam tendem a aumentar sempre outro indicador (economia, direitos civis, etc.). Essas decisões não são difíceis, são «de caras», e escrevi este artigo porque hoje tive logo duas dessas (decidi cobrar impostos nas Religiões como a qualquer outra actividade, e decidi NÃO impedir a investigação sobre a clonagem). Dentro em breve a minha nação estará mais interessante…

3 de Junho, 2004 jvasco

Thomas Alva Edison

Religião é ilusão

Thomas Edison

Todos conhecemos Thomas Alva Edison: um dos maiores génios da humanidade, e um dos maiores (se não o maior) inventores de sempre! Nunca é de mais recordar a sua biografia. Encontrei uma página que o faz muito bem: www.ajc.pt/cienciaj/n32/estorias.php

Thomas Alva Edison nasceu no dia 11 de Fevereiro de 1847, no seio de uma família de classe média de Milan, Ohio, EUA. Quando tinha sete anos a família mudou-se para Port Huron, Michigan, EUA. Devido à sua dificuldade em concentrar-se e às perguntas insistentes que faziam irritar o professor, saiu da escola 12 semanas depois do início das aulas. A educação do pequeno Thomas ficou a cargo da sua mãe, permitindo-lhe então orientar os seus próprios estudos. Incentivado pela mãe, montou um laboratório no seu quarto, onde fazia experiências que, por vezes, abanavam a casa.

Para conseguir mais dinheiro para as suas experiências, deixou definitivamente a escola aos 12 anos ? até porque nem ouvia bem o professor ? e começou a trabalhar. Arranjou um emprego como ardina no comboio que fazia a ligação entre Port Huron e Detroit. Além dos jornais vendia sanduíches, doces e fruta aos passageiros. O guarda da estação tinha-lhe autorizado a guardar os doces e os jornais num vagão vazio; a pouco e pouco Edison mudou o seu laboratório também para lá… até ao dia em que houve um incêndio na carruagem! Durante este período, a surdez de Edison tornara-se evidente.

Edison desenvolveu um grande interesse por telegrafia. [Mais tarde até deu as alcunhas de “Dot” (ponto) à filha e “Dash” (traço) ao filho]. Depois de algumas aulas tornou-se telegrafista na sua terra natal. Mas como já fizera no seu vagão-laboratório, quase fez explodir o gabinete onde trabalhava. Durante os cinco anos seguintes, o jovem Thomas trabalhou um pouco por todo o lado.

Num dos seus muitos empregos trabalhava à noite. E tinha que enviar um sinal para a central para mostrar que estava acordado. Edison inventou um sistema que, de hora a hora, enviava automaticamente um sinal, permitindo-lhe dedicar-se a outras actividades, incluindo dormir! Um dos seus primeiros inventos foi uma ratoeira eléctrica que ele utilizava para caçar os ratos que polulavam no seu quarto de pensão.

Em 1869 mudou-se para Nova Iorque com a intenção de se estabelecer como inventor independente. Quando chegou, estava esfomeado e sem dinheiro, mas a reparação de um indicador de preços na bolsa de Wall Street valeu-lhe um contrato com a Western Union. Este trabalho permitiu-lhe estabelecer-se por conta própria em Newark. Nesta altura casou-se com uma das suas empregadas, Mary Stilwell — segundo a história, logo após o casamento, foi directamente para a oficina, de onde só voltou a altas horas!…

Em 1876, Edison decidiu mudar-se para Melo Park, New Jersey, onde montou uma “fábrica de inventos”. No ano seguinte, desenvolveu o fonógrafo e o transmissor de carbono para telefones. Edison tinha verificado que se falasse para um diafragma (disco fino) onde estava montado um estilete, este deixava marcas num pedaço de papel “couché”. E se puxasse novamente o papel sob o estilete, produzia-se som. Após profundo desenvolvimento, o fonógrafo funcionava do seguinte modo: a voz do utilizador fazia vibrar o diafragma de gravação, enquanto o cilindro coberto com papel de estanho ia girando sob a agulha do diafragma, e este fazendo cortes na folha de estanho que variavam conforme o som. Quando a gravação estava completa, a agulha era substituída por outra, e, girando novamente o cilindro, a máquina reproduzia as palavras.

Este invento deu-lhe fama e reconhecimento mundial. Pouco depois da invenção do fonógrafo, Edison iniciou um projecto muito mais audacioso: a lâmpada eléctrica. Testou diversos filamentos na lâmpada, com o objectivo de encontrar um que se inflamasse e brilhasse sem se derreter, quando a electricidade passasse através dele. Optou, então, pelo algodão enrolado em carbono. Encerrou o filamento num globo de vidro de onde retirou todo o ar, de forma a criar vácuo. Esta lâmpada funcionou durante 40 horas e foi um sucesso!! Outros inventores tentaram igualmente criar uma lâmpada, mas apenas brilhava por alguns minutos. O seu objectivo final com esta invenção era iluminar Nova Iorque: tinha a ideia que as casas que usassem energia eléctrica ficassem ligadas a uma central eléctrica através de fios de cobre.

A instalação eléctrica foi feita num circuito fechado em que a corrente circulava simultaneamente em dois sentidos, pondo os elementos do circuito em paralelo. Assim, fundindo-se uma lâmpada, as outras ficavam acesas. Quando inaugurou o primeiro serviço de distribuição eléctrica instalado na cidade de Nova Iorque, em 1882, contava com 85 utilizadores.

Mais tarde adaptou o invento da lâmpada para desenvolver o comboio eléctrico, e fundou os caminhos de ferro eléctricos da América. Em 1887 abriu um laboratório em West Orange, New Jersey. Aqui criou a sua câmara e o projector para filmes animados, no ano de 1891.

Edison morreu em Outubro de 1931. A América homenageou-o, apagando todas as luzes por alguns momentos. A Thomas Edison são atribuídas mais de 1000 patentes, tornando-o no maior inventor de todos os tempos!

2 de Junho, 2004 jvasco

Descubra as diferenças

No 12º ano decidi iniciar uma colecção. Nunca coleccionaria selos, raízes ou folhas: teria de ser algo original.

Como quase todos os dias passava pela estação de metro do Cais do Sodré, onde Curandeiros/Espiritualistas/Astrólogos/o-que-quer-que-fossem me distribuíam os seus cartõezinhos, cedo notei que tinha aí um excelente material de colecção.

Os cartões têm todos pequenas diferenças entre si, e alguns são notáveis. Desde o Pai Tadeu, até anúncios de consultoria para empresas baseada nos Astros e nos Horóscopos, até avisos acerca do fim do mundo por via da conspiração maçónico-televisiva eu incluí na minha colecção.

Encontrei um de um Astrólogo que afirmava ter 14 anos de experiência, para cerca de um ano depois receber um cartão praticamente igual do mesmo Astrólogo em que ele afirmava ter 49 anos de experiência – provavelmente descobriu esses anos numa regressão às suas vidas passadas…

Reproduzo de seguida dois cartões do mais típico que é possível encontrar:


29 de Maio, 2004 jvasco

Falsas Profecias na Bíblia

A Religião e a Fé muitas vezes aventuram-se em Profecias. Normalmente são vagas o suficiente para que seja inevitável que se realizem (“devido ao vosso cepticismo vai acontecer um GRANDE DESGRAÇA“), outras vezes são mais concretas.

Nos casos em que são concretas, pode acontecer que simplesmente se realizem, que se auto-realizem, ou que não se realizem.

A Bíblia, em particular, é rica em profecias, e mesmo que a esmagadora maioria esteja na primeira categoria (as vagas), existem bastantes que estão na última (as que não se realizam).

Alguns exemplos:

Ao contrário da profecia em Gen. 48:21, José morreu no Egipto, e não em Israel. Gen.50:24

Este versículo diz que Ai nunca mais foi ocupada após ser destruída por Joshua. Mas Nehemiah (Joshua 7:32) lista-a entre as cidades de Israel ocupadas na era do cativo Babilónico. Joshua 8:28

A profecia dada em Is.7:14 não se referia a uma virgem mas a uma mulher jovem, vivendo na época da profecia. E Jesus, claro, chamava-se Jesus – E não é chamado Emanuel em qualquer verso do novo testamento. Mat. 1:23

Jesus visita Tyre que, de acordo com Ezekiel (Ezekiel 26:14, 21; 27:36, 28:19), não era suposto existir. Mat. 15:21

Paulo diz que o fim do mundo chegará ainda durante a sua vida. Corínteos 10:11

Eu escolhi 5 falsas profecias dentro das 173 que estão listadas no excelente site da Bíblia anotada do Céptico. Vale a pena dar uma espreitadela. O Cristianismo é um excelente exemplo de algo que é comum a todas as Religiões: as falsas profecias.

29 de Maio, 2004 jvasco

sobre o "Juramento Jesuíta"

Há dias escrevi neste blogue um artigo denominado “Juramento Jesuíta”. O artigo reproduzia o seguinte texto, alegadamente parte do antigo Juramento da ordem dos Jesuítas:

“Eu declaro e prometo que combaterei incansavelmente, secreta ou abertamente, sempre que tiver oportunidade, todos os hereges, protestantes e liberais, como é meu dever, para extirpá-los e exterminá-los da face da terra, e que não pouparei nem sexo nem idade nem condição, e que destruirei, enforcarei, ferverei, estriparei, esfolarei e enterrarei vivos estes infames hereges; rasgarei os estômagos e os ventres de suas mulheres e esmagarei a cabeça de suas crianças contra a parede, para aniquilar sua execrável raça”

Este texto está razoavelmente divulgado, e se seguirmos as suas origens iremos encontrá-lo nos Registos do Congresso dos E.U.A. bem como no romance de Charles Didier (1805-1864), Rome Souterraine. Além disso, Dr. Alberto Rivera, que desertou da ordem Jesuíta em 1967, confirmou que na cerimónia de iniciação o texto do juramento Jesuíta era o citado.

Na altura que coloquei o texto no meu artigo estava convencido que não haveria qualquer dúvida acerca da sua veracidade. Há, no entanto, dúvidas que rodeiam cada uma destas referências:

Quanto aos registos do congresso dos EUA: nas eleições norte-americanas de 1912, onde para a Pensilvânia concorriam os dois candidatos Eugene C. Bonniwell (democrata) e Thomas S. Butler (republicano), o candidato Bonniwell perdeu, e objectou contra a eleição de Butler em representação do estado da Pensilvânia.

O Comité Eleitoral investigou as objecções de Bonniwell e produziu o relatório 1523 (House Report 1523). Este relatório foi submetido a 15 de Fevereiro de 1913, e a pedido do congressista Olmsted, foi incluído no Congressional Record. Entre outras objecções, o Eugene Bonniwell fazia menção a uma querela religiosa com os apoiantes de Thomas Butler. Eis os detalhes (no original em inglês):

«The West Chester Village Record is a local newspaper largely owned and controlled by T. L. Eyre, Republican boss of Chester County, and personal representative of Thomas S. Butler. The Chester Republican is a local paper largely owned and controlled by Senator William C. Sproul, a Republican boss, and personal representative of Thomas S. Butler in Delaware County. On August 15, 1912, the West Chester Village Record published the following editorial:

“The Hon. Thomas S. Butler, the Republican nominee for Congress, was born and reared in the Society of Friends, and is proud of his Quaker ancestry. His opponent, Eugene C. Bonniwell, is a Roman Catholic.”

On August 28, 1912, the Chester Republican reprinted this editorial. Coincident with the two said editorials messengers in the employ of supporters of Thomas S. Butler traversed the district, having in their possession and circulating a blasphemous and infamous libel, a copy of which is hereto attached, pretended to be an oath of the Knights of Columbus, of which body the contestant [Bonniwell] is a member. So revolting are the terms of this document and so nauseating its pledges that the injury it did not merely to the contestant but also to the Knights of Columbus and to Catholics in general can hardly be measured in terms.

I charge that the circulation of this oath and the publication of the two editorials herein referred to were part of a conspiracy . . . for the purpose of arousing religious rancour and of defeating the Democratic nominee. The Constitution of the United States prohibits any religious test for office. The organization supporting Thomas S. Butler created such a test, blazed bigotry in the hearts and minds of the ignorant, and slandered and vilified a great body of honourable men.

I file no complaint because of adverse election returns. The Democracy of Pennsylvania is inured to adversity. Nor is this complaint registered because of defeat resultant upon faith or race. In these things I own a just pride and do not protest if, because of either, political honours are to be denied men. But when a calumnious, viperish attack upon either faith or race is launched, injecting religious bigotry into the political affairs of this Nation, then this protest is made in the certain confidence that all patriotic men, mindful of the religious as well as the political liberty that the forefathers designed should be our heritage, will rise and strike down the beneficiary of such a treacherous and dastardly movement.

For myself I make no appeal to your honourable body that I may be seated… This I do maintain, that this man, receiving his election under these circumstances, adding the felonies of forged papers, perjured acknowledgements, and violated grand jury to the more wicked crime of religious slander, ought not to be tolerated in the House of Representatives.»

A este texto, Bonniwell anexou um panfleto chamado “Knights of Columbus Oath”. Este novo “juramento” é só uma versão expandida do “Juramento Jesuíta” que referi.

Quanto à obra e à confirmação: é difícil saber se Charles Didier se baseou nalguma coisa de fiável para escrever o famoso “juramento”. Quanto a Alberto Rivera, ele é um dissidente e há quem considere que as afirmações de um desertor não são credíveis.

***

Pela minha parte, creio que as opiniões de um dissidende devem ser levadas em conta, pois muitos actos de certas instituições só foram conhecidos desta forma, embora posteriormente confirmados por outros meios. No entanto devo concordar que, ao contrário daquilo que eu pensava quando escrevi o artigo, podem restar dúvidas acerca da credibilidade da citação que lá coloquei. Como este espaço se pretende rigoroso e credível, senti que me devia retractar. Lamento ter de o fazer, e lamento o atraso com que o fiz. Espero que continuemos, apesar deste episódio, a merecer toda a confiança dos nossos leitores.

Devo também dirigir uma palavra de apreço a um leitor e comentador do nosso blogue com o qual todos temos tido muitas discussões. Foi ele que me alertou para as questões que refiro neste artigo, tendo sido da parte dele que soube de todo o episódio eleitoral que levou o Juramento aos anais dos Registos do Congresso. Bernardo Sanchez da Motta: muito obrigado.

23 de Maio, 2004 jvasco

Produtos Milagrosos

Eles prometem tudo!

Se precisarmos de sorte nos exames, de prender a pessoa amada, de encontrar emprego ou de nos curarmos de uma terrível doença, só temos de procurar estes mestres-curandeiros-espiritualistas que fica tudo resolvido num fechar de olhos. É preciso ter cuidado, pois são eles quem nos alerta que “anda muito charlatão por aí”, mas que eles conseguem resultados onde os outros falham.

Em Londres havia um que prometia que era capaz de fazer o filho nascer rapaz. Cobrava 500 libras, mas devolvia o dinheiro se o ritual não funcionasse. O ritual “funcionava” metade das vezes o que já era suficiente para obter uma média de 250 libras por cliente.

Foi com prazer que li no público que o astrólogo Baglu foi condenado a pagar 2000 contos pela Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria de Publicidade. É considerada ilegal “a publicidade que, explorando a ignorância, o medo, a crença ou a superstição dos destinatários, apresente quaisquer bens, produtos, objectos, aparelhos, materiais, substâncias, métodos ou serviços como tendo efeitos específicos automáticos ou garantidos na saúde, bem-estar, sorte ou felicidade dos consumidores ou de terceiros, nomeadamente por permitirem prevenir, diagnosticar, curar ou tratar doenças ou dores, proporcionar vantagens de ordem profissional, económica ou social, bem como alterar as características físicas ou a aparência das pessoas, sem uma objectiva comprovação científica das propriedades, características ou efeitos propagandeados ou sugeridos”.

O astrólogo recorreu para o tribunal constitucional alegando que tal proibição atenta contra diversos direitos fundamentais seus, tais como a liberdade de expressão e o direito a informar, bem como a sua liberdade de iniciar uma actividade económica. Mas não há dúvidas de que o direito à liberdade de expressão está condicionado, quer para evitar a difamação, quer para regulamentar a publicidade. No fim, o Tribunal Constitucional condenou astrólogo Baglu a pagar os tais 2000 contos com as custas e ainda uma taxa de justiça no valor de 1335 euros.

20 de Maio, 2004 jvasco

Sexo, nunca mais!

Ontem à noite houve um jantar de curso. Foram cerca de 100 pessoas ao jantar, o que é bastante bom para um curso que tem cerca de 200 pessoas no total (licenciatura em Engenharia Física Tecnológica do IST).

Após o jantar alguns de nós fomos sair ao bairro alto. Foi lá que algures, no meio de uma conversa qualquer, me chamaram a atenção uns cartazes que duas raparigas afixavam – eram cartazes sobre a peça de teatro em que elas participavam.

O cartaz chamou-me à atenção pois tinha algumas fotografias do Durão Barroso e outros políticos portugueses (de outros partidos) e uma fotografia em grande plano da N. Senhora. Tanto quanto me disseram a peça era sobre planeamento familiar, a mudança de mentalidades, o puritanismo, a nossa sociedade.

A peça chama-se “Sexo, Nunca mais!“. As companhias são a Art’ISPA e o Grupo CineArte.

O Texto e encenação é de Helder Costa.

O preço é uma moeda (à escolha do espectador).

Aconselhei-lhes o blogue prometendo também que publicitava a peça. Perguntaram-me qual a ideia de anunciar uma peça sem a ter visto, mas parece-me que a temática e o preço justificam uma visita curiosa. Espero ver a peça em breve e voltar a escrever para este blogue para dar a minha opinião a respeito dela.

Quando e onde é que a peça está em cena?

20 na Barraca – Teatro Cinearte (foi hoje…)

21 na Barraca – Teatro Cinearte

25 no ISPA

26 na Barraca – Teatro Cinearte

Todos estes dias às 21h.

19 de Maio, 2004 jvasco

Castas

O Induísmo é uma Religião na qual existem 5 castas. As pessoas pertencem desde o nascimento a castas que vão desde os brahmanes (sacerdotes) até aos dalits (intocáveis). Uns são puros, os outros são considerados poluídos à nascença.

Um milhão de pessoas (há estatísticas que apresentam um número superior) sobretudo mulheres dalits – está encarregue, por nascimento, de fazer a remoção manual das fezes das latrinas, carregá-las à cabeça e despejá-las. Fazem isto do nascimento até à morte e porque nasceram numa dada família! Muitos ganham menos de 1 dólar por dia. Há leis contra este tipo de trabalho mas muitas destas pessoas são empregues por entidades públicas!

O sistema de castas é aceite tanto pelos brahmanes como pelos dalits, apesar de

se estar a apelar à consciencialização destes. É um sistema que se repercute nas várias instituições (exemplo: mesmo que alguns dalit apresentem queixas, a policia pode não aceitar as queixas porque são feitas por pessoas de castas inferiores).

Devo acrescentar que, em teoria, o sistema de castas é inconstitucional, mas na prática, ele é a realidade de um país. A realidade começa a mudar nalguns meios, havendo Dalits que são professores Universitários, mas essas são as excepções que confirmam esta regra desumana.

Há um texto da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas que pode ser visto na página da associação anti-escravatura. Nesse texto esta situação é descrita.

As superstições e Religiões podem trazer heranças e hábitos culturais que não se coadunam com uma sociedade humana e civilizada. A “casta dos intocáveis” parece ser um exemplo disso.