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O negacionismo

10 de Junho de 2020  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Não categorizado  |  Comentar

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ONOFRE VARELA

O Cristianismo, nos seus conceitos fraternos – expurgado do mito que lhe dá forma enquanto religião do Filho enviado por Deus – tem positividade porque é universalista no respeito devido ao outro. E esta sua característica aproxima-o do Ateísmo… mesmo que católicos e outros cristãos, se sintam escandalizados com tal aproximação! A diversidade de sensibilidades (e cada Ser Humano é uma arca cheia delas) faz com que haja quem repudie tudo quanto tresande a Igreja, e quem fuja de tudo quanto cheire a Ateísmo. Parece não haver meio termo! Todos estamos habituados a ouvir opiniões negando os mais variados temas, desde o holocausto judeu perpetrado pelo nazismo de Hitler, passando pela honestidade dos políticos e pela boa prática dos juízes que temos, até à chegada do Homem à Lua, por exemplo. Negar a existência de Deus não é mais uma variante destas negativas que não passam de opiniões com pouco suporte para serem mantidas e aceites como reais, e algumas delas, até, nem passam de invenções grosseiras e hilariantes, como são a negação das viagens à Lua e a afirmação de que o mundo é plano. A negação de Deus também não se enquadra no tipo do negacionismo do holocausto judeu, nem no de Donald Trump quando nega o efeito de estufa na atmosfera agredida pela poluição da indústria e da pecuária, e a perigosidade do Covid-19, por pura ignorância e estratégia eleitoral… muito infeliz para a Humanidade, mas (espera ele e não espero eu) muito lucrativa para o próprio. Negar ou afirmar o que quer que seja, tem de basear a opinião em algo que mereça credibilidade e se mostre razoável aos olhos dos outros, para poder ser aceite como real ou irreal, o objecto que se garante existir, ou não existir. Quem nega algo, afirma alguma coisa contrária ao objecto da sua negação, convicto de possuir a verdade sobre aquele assunto. E o que é a verdade? É um valor absoluto, tal como o bem. Todos reconhecemos o bem e sabemos distingui-lo do mal, porque conhecemos os dois e é-nos fácil fazer a destrinça. Mas quanto à verdade, acontece este fenómeno curioso: cada um de nós tem a sua própria verdade!… Há “verdades” que no decorrer do tempo se tornam falsas quando são ultrapassadas pelo conhecimento que nos demonstra não ser verdadeiro aquilo que, até aí, se anunciava como real. Algumas destas “verdades-falsas”, quando enquadradas em sistemas filosóficos de pensamento, continuam verdadeiras apesar de poderem ser fantasiosas, ou mesmo garantidamente falsas. A figura de Deus, enquanto símbolo de adoração religiosa, enquadra-se neste último caso. As verdades não admitem outra opinião, e a “verdade” da existência concreta de Deus, também é uma delas. Por exemplo: a relva é verde e a neve é branca; esta verdade é indesmentível e só alguns daltónicos a podem negar… mas todos sabemos (incluindo os daltónicos) que a verdade das cores não pode ser aferida pelos seus olhos. A afirmação da existência real do ser, ou coisa designada Deus, pode ser uma espécie de “daltonismo” dos espíritos crentes?

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

 

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