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O ateísmo e as crenças

Compreende-se a hostilidade dos crentes ao ateísmo, e é difícil aceitá-la contra os ateus, tal como é intolerável que os ateus visem, em vez das crenças, os crentes, sabendo que estes são as primeiras vítimas.

São três as imputações mais comuns dos crentes aos ateus, salvo os muçulmanos, que logo pensam na decapitação, todas no sentido de fazerem a catarse freudiana dos medos, dúvidas e terrores do inferno que povoa as suas mentes:

1 – A presumida superioridade moral e intelectual ateia, sem que exista ou seja referida;

2 – A alusão reiterada a facínoras ateus, Stalin, Mao, Pol Pot e outros, omitindo o cristão Hitler que em «A minha Luta» citava o Génesis deleitado com a violência de Cristo na agressão aos Fariseus, alusões que procuram confundir, e absolver o episcopado cristão, católico e luterano, incluindo o Papa, da cumplicidade com o nazismo e o fascismo;

3 – A afirmação de que há, entre os cristãos, pessoas boas, generosas e beneméritas, como se algum dia os ateus tivessem duvidado ou deixado de admitir a maldade de numerosos ateus.

Há, nas várias religiões, hierarcas merecedores de consideração e respeito pela craveira moral, intelectual e cívica. Há grandes personalidades e pessoas generosas entre os crentes. Ninguém é perfeito.

Mas isso não faz virgem a mãe de Jesus, infalíveis os Papas ou imaculada a conceção de Maria (fertilização in vitro?), nem transforma a superstição com os milagres, aparições e exorcismos, com que a ICAR ganha a vida e extasia os fiéis, em verdades.

Os atributos dos crentes bondosos não tornam verdadeiras as religiões, não expurgam a violência e a crueldade dos livros sagrados nem transubstanciam em corpo e sangue de Cristo o pão e o vinho, sob o efeito de palavras rituais e sinais cabalísticos.

JC deixou a doutrina que justificou a Inquisição, o Índex, a contrarreforma, o genocídio dos ameríndios, dos índios e de todos os que fossem avessos à conversão. Eis a verdade. A ICAR foi o que é hoje o Islão e só se humanizou graças à repressão política sobre o seu clero.
E a cumplicidade nazi/fascista da ICAR? Não há sistemas mais totalitários do que uma teocracia. Não há religião que não se encoste ao poder quando, de todo, não pode ser ela a detê-lo. Será por acaso que eram católicos Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet, Hitler e Pétain e cristãos os coronéis gregos?

Por que motivo a ICAR excomungou a democracia, o socialismo, o livre pensamento, o liberalismo, o comunismo e a maçonaria e nunca excomungou o nazismo? JP2 reiterou a excomunhão ao comunismo, já depois da queda do muro de Berlim, mas nunca o fez contra o nazismo e o fascismo. E recusou reconhecer o Estado de Israel até 1993!

Por que motivo preparou o Vaticano a fuga de Adolf Eichmann e outros próceres nazis para os livrar do julgamento de Nuremberga?
Que fez JP2 quando os hútus católicos do Ruanda massacraram centenas de milhares de Tutsis com a participação ativa do clero no genocídio? Ficou silencioso e cúmplice. Este crime foi recente, não aconteceu na Idade Média.

Eis a razão:
Os judeus das trancinhas à Dama das Camélias cabeceiam o Muro das Lamentações e bendizem o assassinato de islamitas, passagens dos Evangelhos explicam a proteção de Pio XII a Adolf Eichmann com o genocídio contra os deicidas judeus, e os surahs do Corão abençoam o massacre de judeus e cristãos (por esta ordem).

Yavé abençoa a guerra e os guerreiros e promete a destruição total dos palestinianos – a «guerra santa» segundo a expressão do livro de Josué. Jesus mandou «ir e evangelizar», justificando o proselitismo e os horrores de que parcialmente JP2 pediu perdão. Maomé o mais rude e incivilizado recomenda a jihad.

Os ateus são os inimigos comuns a erradicar pela demência mística dos monoteísmos.

João Paulo II = JP2