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OS amigos do Papa Pio XII

Por

ONOFRE VARELA

O Vaticano era uma região da cidade de Roma até se transformar num país independente (a Cidade-Estado do Vaticano). Mussolini, chefe do governo italiano, assinou, com o cardeal Pietro Gasparri, em Fevereiro de 1929, o tratado de Latrão, no qual a Itália reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano declarado Estado soberano e independente. O Papa naquele tempo era Pio XI (1922-1939), a quem coube as honras de presidir ao novo país.

No início da década de 1944 era Papa Pio XII (1939-1958), e Mussolini tinha-se transformado no fascista aliado de Hitler no domínio que o Nazismo queria ter sobre toda a Europa.

A Segunda Guerra Mundial agravava a vida de todos os europeus, o Nazismo alemão de Hitler exterminava judeus em campos de concentração e em fornos crematórios, os japoneses entraram na guerra a favor dos inimigos da Democracia, e as tropas aliadas norte-americanas, inglesas, soviéticas e australianas tentavam travar o avanço do Nazismo, ajudadas em território francês pela Resistência.

Na Península Ibérica, Espanha, com o seu ditador Francisco Franco, aliava-se a Hitler, e em Portugal o ditador Salazar fingia-se oficialmente neutro mas apoiava o nazismo alemão, importando a filosofia da mocidade hitleriana que transformou em Mocidade Portuguesa, e destituiu Aristides de Sousa Mendes de cônsul português em Bordéus, por ter ajudado judeus na fuga ao nazismo libertando-os da morte.

Perante todo este horror que se abateu sobre os povos vitimados pela guerra, cabe aqui recordar que o Papa em exercício naquele tempo, Pio XII, se revelou ser um homem sem vergonha.

No seu discurso de Natal em 1942, condenou claramente o sistema político comunista, mas não condenou Hitler, nem estes seus cúmplices: Mussolini; Pétain [marechal francês, chefe do regime de Vichi, que perseguiu judeus e a Resistência, e que depois da guerra foi preso, julgado e condenado à morte. A pena foi transformada em prisão perpétua]; padre Tiso [ditador eslovaco, perseguiu judeus, ciganos e opositores]; Pavelic [ditador croata, promoveu o genocídio de sérvios, ciganos, judeus e opositores, com a cumplicidade activa do clero croata. Diz-se que os seus crimes chocaram, até, alguns nazis!]; Hideki Tojo [primeiro-ministro japonês. O Japão cometeu muitas atrocidades em territórios ocupados, como estupros, assassinatos em massa, experiências “científicas” horrendas, ocupação da Indochina, de Timor português e das Filipinas].

Todas estas personalidades cometeram crimes contra a Humanidade, mas não mereceram a desaprovação do Papa Pio XII, que apenas condenou as atitudes dos comunistas que, na época, até eram aliados das tropas ocidentais na luta contra o nazismo alemão… mas não eram católicos!…

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

OV