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  • 22 de Setembro, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

O Papa Francisco e a modernidade

A luta contra os demónios da Igreja católica é, para ela, uma questão de sobrevivência. Já a peleja contra o Diabo – o relançamento da terapêutica dos exorcismos – é um ato anacrónico que alimenta a superstição e o medo.

A procura da santidade, entendida como o aperfeiçoamento que o género humano deve prosseguir, independentemente das crenças, descrenças e anticrenças, é um dever moral a que todos os homens e mulheres estão obrigados. A atribuição de um título de santo/a – uma promoção canónica de um defunto antigo –, a quem se adjudicam dois milagres, é um gesto grotesco, não isento de interesses financeiros e políticos, que contribui para o embrutecimento dos povos.

Não se pode chegar à modernidade, em alguns aspetos, e ficar na Idade Média, noutros.

A diabolização da ciência custou à Igreja católica o descrédito. O ridículo conduziu-a ao desprezo pela maioria dos intelectuais e cientistas. A insistência na superstição aliena o respeito de quem pensa e a compreensão dos que duvidam de seres hipotéticos.

O medo que durante séculos foi o instrumento da fanatização, tem de dar lugar à alegria e à esperança de que os povos carecem, quer no cristianismo, em geral, quer no Islão, em particular.

Mas quem é um ateu para dar sugestões às multinacionais da fé, sobretudo ao islamismo atual, que se transformou em assumido fascismo belicista?