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O Islão e a democracia_

7 de Abril de 2011  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Laicidade  |  53 Comentários

 

Nas sociedades em que a religião é obrigatória o condicionamento da opinião pública começa na infância pela manipulação e fanatização das crianças que conduz ao martírio e ao crime.

O Islão de hoje não é diferente do catolicismo medieval mas neste, graças à descoberta da cultura helénica e do direito romano, surgiram forças para usar a razão e contestar a fé, para fazer a Reforma e retirar ao Papa o poder temporal.

O direito divino, como origem do poder, foi substituído pela legitimidade democrática e a secularização tornou abertas, tolerantes e plurais as sociedades. A fé foi remetida para a esfera privada e as convulsões só surgem quando os crentes pretendem fazer proselitismo através do aparelho de Estado.

Hoje, é o protestantismo evangélico que lidera o fundamentalismo cristão nos EUA, em clara violação da Constituição e da vontade dos seus fundadores. A Igreja Ortodoxa tem dificuldade em aceitar a separação do Estado e tem uma exegese de pendor francamente reaccionário.

Mas é no Islão que os constrangimentos sociais e a violência religiosa impelem os crentes para a irracionalidade da fé e a aceitação acrítica do Corão. Como nunca questionaram as tolices do Profeta, há um permanente conflito com a modernidade e uma violência incompatível com a civilização. Foi neste clima de opressão que germinou a recente contestação espontânea que percorreu o Magrebe e alastrou aos centros urbanos dos países islâmicos.

A laicidade que libertou o Ocidente da tutela clerical é difícil onde o clero tem o poder absoluto no campo económico, político, militar, assistencial e ideológico. Tal como durante a inquisição era impossível contestar a autoridade do Papa e o seu poder, também nas teocracias islâmicas é impossível discutir a misoginia, o adultério, a poligamia, o repúdio, a guerra santa, a homofobia e o pluralismo.

As religiões são, por natureza, totalitárias e avessas à modernidade. Ao Confiarem nos livros sagrados como a vontade literal de Deus, ditada a um eleito como versão definitiva, impedem a discussão e ameaçam a vida do réprobo enquanto a separação entre a Igreja e o Estado não se afirmar. Foi esse passo que as juventudes do Magrebe tentaram e que o Islão se esforça por reverter, mantendo as teocracias que defendem a fé contra a modernidade.

Contrariamente ao que têm afirmado os bispos católicos, os árabes não temem a liberdade religiosa que, segundo sondagens, é o que mais apreciam no Ocidente. São os clérigos que se assustam com a possibilidade de verem os crentes a renunciar à fé.
A liberdade, a democracia e, sobretudo, a perda da hegemonia sobre a mulher, assusta-os. Por isso que não renunciam à sharia, não dispensam uma boa decapitação de um apóstata, a alegre lapidação da mulher adúltera ou uma divertida amputação a um ladrão.

Do Egipto chegam ecos da forma como o Islão vai neutralizando a ânsia da felicidade e o direito à liberdade.

 

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