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Dia: 14 de Agosto, 2010

14 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

Origem dos fascismos (1)

Por

C S F

Nascidos da miséria e humilhação da Primeira Guerra Mundial, os movimentos fascistas eram a favor da defesa dos valores tradicionais contra o bolchevismo e apoiavam o nacionalismo e a piedade. Adoptaram uma ideologia inspirada na dos seus adversários, nos aspectos em que estes tinham tido êxito, de modo a melhor os combater.
Surgiram primeiro e mais fortes em países católicos.
A igreja viu o comunismo como um adversário letal. Até porque os judeus ocupavam cargos importantes no partido de Lenine.

Na Europa do Sul, a igreja foi um aliado de confiança na integração dos regimes fascistas em Itália, Espanha, Portugal e Croácia.

ITÁLIA MUSSOLINI 1929 1945

Benito Mussolini, logo que conquistou o poder em Itália em 1929, assinou um tratado oficial com o Vaticano, conhecido como Pacto de Latrão.
O catolicismo tornou-se a única religião reconhecida em Itália, com poderes monopolistas sobre questões como nascimento, casamento, morte e educação, e em troca incitou os seus fiéis a votarem no partido de Mussolini.
O papa Pio XI descreveu II Duce (o líder») como «um homem enviado pela providência».
A igreja dissolveu os partidos centristas católicos laicos e ajudou a patrocinar um pseudopartido chamado «Acção Católica» que foi estabelecido em outros países.

O Vaticano apoiou e recusou-se a criticar a tentativa de Mussolini para recriar uma caricatura do Império Romano com as suas invasões da Líbia, Abissínia (actualmente Etiópia) e Albânia: territórios povoados por não cristãos ou por cristãos orientais.

Como uma das justificações para a utilização de gás venenoso e outras medidas criminosas na Abissínia, Mussolini até referiu a persistência dos habitantes na heresia do monofisismo: um dogma da encarnação que tinha sido condenado pelo papa Leão e pelo Concílio de Calcédon em 451.

Nota: Extraído (com alterações e acrescentamentos) de «deus não é Grande» de Christopher Hitchens – 2007

14 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

ICAR: O que é um perdão especial pleno ?

O papa Bento XVI decidiu conceder um perdão especial pleno a quem participar em Cuba da peregrinação de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira da ilha, organizada por ocasião do 400º aniversário do achado de sua imagem.

O Papa não deixa de me surpreender na cruzada obscurantista e no apelo à mais básica superstição. Não discuto os pergaminhos de «Nossa Senhora da Caridade do Cobre» nem o mérito que a guindou a padroeira de Cuba e, muito menos, a utilidade que teve para os cubanos, o contributo que deu para o seu bem-estar ou as provas de preocupação com o povo.

Também desconheço a diferença entre um «perdão especial pleno» e um vulgar a 30%. Só conheço tais classificações para distinguir uma boa aguardente do álcool absoluto e não vejo o que tenha a ganhar um crente com os perdões de um Papa que vai em viagem de negócios dinamizar uma peregrinação da qual, à semelhança da de Fátima, receberá uma percentagem.

As padroeiras da ICAR são responsáveis por maior número de mortes nas estradas do que milagres nos santuários. A Senhora da Caridade do Cobre será útil para extorquir uns cobres aos devotos mas não se vê o prejuízo para quem não vá à peregrinação e perca essa magnífica oferta de «perdão especial pleno».

As indulgências que um papa obsoleto anda a vender ao domicílio acabam por revoltar alguns crentes bem intencionados e que vão fazer uma religião para outro lado onde não se vendam a retalho.

A fé não é um anestésico local, é um estupefaciente que se trafica a troco de perdões especiais plenos na mais ignóbil exploração da ingenuidade e do sofrimento.

Apostila – Este post, agendado para 13-08-2010, não foi publicado por falha do sistema. É publicado agora.