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  • 26 de Janeiro, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Catolicismo

Bento 16 – Papa integrista

O Vaticano anulou a excomunhão dos bispos extremistas ordenados em 1988 por Monsenhor Marcel Lefébvre, através de um decreto datado de 21 de Janeiro e  publicado no último Sábado.

João Paulo II, santo por profissão e infalível por inerência, excomungou há vinte anos o arcebispo integrista e os bispos por ele sagrados à revelia do Vaticano. A cidade de Roma e o Mundo espantaram-se por terem sido excomungados bispos fascistas quando era hábito virar armas contra a esquerda. Quem não conhecia a Cúria admirou-se de como foi possível, sendo João Paulo II conservador e Rätzinger prefeito da Sagrada Congregação da Fé (ex-santo Ofício), de ideias abertamente reaccionárias. Mas o mal acaba de ser reparado.

Rätzinger é agora santo, por desígnio do Espírito Santo e vontade do Opus Dei, e infalível por herança de Pio IX. Desde o início do seu pontificado, com o regresso ao latim, mostrou  como era sensível ao magistério de Lefebvre e dos seus sequazes, um dos quais nega o Holocausto – Richard Williamson, agora reabilitado.
Não se trata de discutir a existência de Deus, é necessário denunciar quem se instalou no Vaticano e acolhe os talibãs da fé romana.

O próximo passo será a concessão do estatuto de prelatura ao inquietante bando dos quatro bispos agora reintegrados na ICAR: os franceses Bernard Fellay, líder da Fraternidade, e Bernard Tissier de Mallerais, o argentino Alfonso de Gallerata e o britânico Richard Williamson.

O poder financeiro do Opus Dei foi determinante no apoio ao sindicato Solidariedade da amada Polónia de JP2 e acabou por dominar o Vaticano. Agora é a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que prega o catolicismo do Concílio de Trento, que ajudará à glória de Bento 16. São mais 460 padres e milhares de devotos a reconduzir a Igreja à Idade Média.

Quem disse que a modernidade tinha chegado ao antro do Vaticano?