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Dia: 20 de Dezembro, 2007

20 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

A ICAR sempre soube que vigarizava

Fonte – O FOZCOENSE – Quinzenário católico e regionalista N.º 1959/15-12.2007
Director: P.e José da Silva

20 de Dezembro, 2007 Ricardo Alves

Vaticano contra «A Bússola Dourada»

O Vaticano, através do seu órgão central de propaganda, criticou o filme «A Bússola Dourada», que acusa de mostrar um «mundo sem Deus» e de promover a ideia de que os indivíduos podem controlar os acontecimentos e serem senhores do seu destino. Não é surpreendente: o ódio clerical à liberdade humana é recorrente. Desta vez, excitou-se com esta grande produção norte-americana que conta com Nicole Kidman e Daniel Craig nos papéis principais.

A campanha católica contra o filme, a mais violenta desde «O Código Da Vinci», é tanto mais estranha quanto o realizador teve o cuidado de eliminar (censurar) tudo o que pudesse «ofender os sentimentos religiosos» (ou a ICAR), o que prova, mais uma vez, que nem o mais «religiosamente corrigido» dos filmes satisfaz o zelo fundamentalista dos herdeiros da inquisição.

O filme «A Bússola Dourada» foi o mais visto em Portugal na semana de 6 a 12 de Dezembro, com mais de 74 mil espectadores. Todavia, há quem insista em que os portugueses (ainda) são muito católicos. Fantasias.
20 de Dezembro, 2007 Ricardo Silvestre

deus é o meu co-piloto

Mais uma vez, a cultura da «crendice» sobrepõem-se aquilo que deve ser o louvar das qualidades humanas e o facto que, por vezes, há coincidências felizes

Um pai e os seus filhos na Califórnia estavam desaparecidos há já 3 dias numa zona de floresta tornada inacessível por uma grande tempestade de neve. Tinham desaparecido quando foram encontrar uma árvore de natal.

O pai, Frederick Dominguez, saiu a correr do sítio onde ele e os seus

filhos se tinham abrigado quando ouviu o som de um helicóptero da California Highway Patrol à distância. Vendo o helicóptero, acenou com vigor, o que o piloto, quando se preparava para fazer uma inversão de sentido para voltar à base, viu pelo canto do olho. Localizada a família, encontrou-se um lugar para descer o aparelho, recolher os pobres coitados enregelados e voar de volta para o calor e a segurança da civilização.

Quando perguntaram ao paramédico que voava no helicóptero o que achava sobre o que tinha acontecido, resposta pronta deste: «tem de ser um milagre».

Ver aqui

E pronto. De pouco importa a coragem, determinação do pai, ou o treino do piloto. «Foi um milagre». Para que agradecer ao resto?

Adenda

Após ter lido João Pedro Moura de Matosinhos na caixa de comentários, não resisto a colocar o link para a mesma notícia, mas neste caso sobre o prisma da direita religiosa Americana, espelhada por esse bastião de «jornalismo» isento, a FOX News.

Father, 3 Kids, Missing in Northern California Mountains Says He Overcame Fear With Faith
(Pai, 3 filhos, perdidos nas montanhas do norte da Califórnia diz que superou o seu medo com recurso a fé)

Realmente, se usou a sua fé, porque não apareceu a ajuda mais cedo?!? E porque foi tão díficil a ajuda que quase não acontecia??

O deus cristão como o mais preguiçoso de todos os deuses.

Para saber mais, visite o NOVA

20 de Dezembro, 2007 Carlos Esperança

A escolha livre dos pais e a imposição dos padres

Na sequência do post do Bruno Resende vou também escrever algumas linhas sobre a escolha livre dos pais.

A ICAR, quando refere a escolha livre dos pais, quer apenas dizer que a liberdade reside no carácter obrigatório de impor nas escolas públicas a disciplina de Religião e Moral católicas. Era o que acontecia no meu tempo na escola primária e no liceu onde só 1 (um) aluno, em cerca de mil, estava dispensado por ser filho de pais protestantes.

Lembro-me bem da humilhação a que foi submetido, obrigado a entrar na primeira aula do ano e na forma como o padre Cabral lhe dizia que estava dispensado das aulas de Religião e Moral que ele ministrava com inexcedível zelo e violava em Salamanca por exigência do cio.

Já é surpreendente que sejam os padres a bater-se pelo que chamam a escolha livre dos pais, sem procuração dos reprodutores passada a não praticantes, e é intolerável que se faça catequese em escolas públicas, a pessoas de menor idade e a expensas do Estado.

A Igreja católica, à semelhança das irmãs desavindas, com quem partilha o proselitismo e a intolerância, não desiste de doutrinar crianças com a bondade dos seus taumaturgos, o martírio do seu Deus e as ameaças do Inferno.

Se em democracia se mostram dialogantes, eu sei do que são capazes quando têm poder e do que pretende aquela figura sinistra que do Vaticano quer transformar o mundo num protectorado. É mais subtil do que são os trogloditas da Al-Qaeda mas o proselitismo e a intolerância são iguais.