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A escolha livre dos pais e a imposição dos padres

Na sequência do post do Bruno Resende vou também escrever algumas linhas sobre a escolha livre dos pais.

A ICAR, quando refere a escolha livre dos pais, quer apenas dizer que a liberdade reside no carácter obrigatório de impor nas escolas públicas a disciplina de Religião e Moral católicas. Era o que acontecia no meu tempo na escola primária e no liceu onde só 1 (um) aluno, em cerca de mil, estava dispensado por ser filho de pais protestantes.

Lembro-me bem da humilhação a que foi submetido, obrigado a entrar na primeira aula do ano e na forma como o padre Cabral lhe dizia que estava dispensado das aulas de Religião e Moral que ele ministrava com inexcedível zelo e violava em Salamanca por exigência do cio.

Já é surpreendente que sejam os padres a bater-se pelo que chamam a escolha livre dos pais, sem procuração dos reprodutores passada a não praticantes, e é intolerável que se faça catequese em escolas públicas, a pessoas de menor idade e a expensas do Estado.

A Igreja católica, à semelhança das irmãs desavindas, com quem partilha o proselitismo e a intolerância, não desiste de doutrinar crianças com a bondade dos seus taumaturgos, o martírio do seu Deus e as ameaças do Inferno.

Se em democracia se mostram dialogantes, eu sei do que são capazes quando têm poder e do que pretende aquela figura sinistra que do Vaticano quer transformar o mundo num protectorado. É mais subtil do que são os trogloditas da Al-Qaeda mas o proselitismo e a intolerância são iguais.