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A irracionalidade da fé

Imagine, caro leitor, que tem uma filha ou irmã encurralada num edifício em chamas e que a polícia religiosa impede os bombeiros e os paramédicos de socorrê-la porque ela não traz o tradicional véu imposto pela lei islâmica? Pois foi o que aconteceu em Meca, há poucos anos, tendo morrido carbonizadas 14 jovens.(V/ O Fim da Fé, de Sam Harris, pág.49).

Se for ateu não perdoará a quem deixou carbonizar um ente querido por um preconceito. Se for crente dirá que foi feita a vontade de Deus.

Se esquecer este crime monstruoso sentir-se-á impelido a dizer que as crenças devem ser respeitadas mas, no caso referido, não terá dúvidas de que a estupidez deve ser desmascarada e a crueldade erradicada.

As crenças, na sua irracionalidade, e os crentes, pela sua boçalidade beata, transformam a sociedade num bando de infelizes ao serviço de um Deus que qualquer código penal de um país civilizado condenaria à enxovia.

Não tente, leitor, convencer um crente de que a religião é um embuste e o respectivo Deus, se existisse, uma alimária a merecer uma albarda, a cilha bem apertada e rédea curta.

A presunção de que Deus tem acessos de loucura quando um homem vê o rosto de uma jovem e que cabe aos crentes defender a sua demência, pode dar, como no caso descrito, origem a formas de crueldade incompatíveis com os direitos humanos que as religiões desprezam.

Cremar vivas as jovens referidas é um crime que só Deus pode, com a ajuda de um bando de delinquentes da fé.