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O Vaticano e as drogas

No pequeno Estado totalitário que Mussolini entregou ao seu amigo Papa não existem Constituição, eleições ou respeito pelos direitos humanos. É um Estado marginal, um bairro de 44 hectares onde esvoaçam sotainas, vagueiam monsenhores, deambulam freiras e o Papa dá a bênção, lança excomunhões e reina de forma vitalícia e absoluta.

No Vaticano andam cardeais à solta, bispos sem báculo e padres à espera de promoção. É o mercado onde se vendem mitras, títulos eclesiásticos e dignidades pias – um espaço congestionado de crucifixos, esqueletos e escândalos.

Os monges vão em busca de fotografias do Papa e relíquias para os conventos, as freiras pedem mais horas de reclusão e o Opus Dei o consentimento para apertar dois furos nos cilícios para maior glória do Altíssimo.

É um mundo esquizofrénico que vale a pena visitar. Escondem-se ali valiosos tesouros roubados nos países pobres e entregues ao Papa por reis dementes que julgavam ganhar o Paraíso a troco do ouro que levavam.

As drogas mais comuns são as orações, o incenso e as indulgências, placebos que excitam. Às vezes o terço, as ave-marias e as novenas também alucinam, mas quando os crentes deixam de acreditar na hóstia e nos sacramentos recorrem à cocaína.

Um funcionário do Vaticano foi condenado a quatro meses de prisão por posse de 87 gramas de cocaína mas, como não há leis nem vergonha, não foi divulgado o nome, a pena não é para cumprir e nem se sabe quem foram os juízes.

Há Estados párias que deviam estar sob vigilância policial e serem entregues à brigada dos narcóticos.