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A CEP ensandeceu

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) comporta-se, sob a presidência do arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, como a sucursal do ministério romano da Promoção da Virtude e da Prevenção do Vício.

A CEP começou por negar à Assembleia da República o direito de legislar sobre o aborto e acabou a designar a procriação medicamente assistida – quando os espermatozóides ou os óvulos utilizados no processo não forem do próprio casal – «infidelidade consentida».

Os bispos, reprodutores absentistas, não são peritos em questões de reprodução e andam a ler anúncios pornográficos. Julgam que os espermatozóides viajam no pénis do dador até ao óvulo da receptora ou que a produtora do óvulo o deixa extrair, às escuras, por um falo desconhecido a fazer de aspirador.

Os bispos podem fazer greve à reprodução e obrigar os úteros das freiras à inactividade, não têm o direito de ofender quem procura um filho a quem transmitir o amor que sente.

Não sei se a alma viaja nos órgãos reprodutores do homem e da mulher mas, para quem odeia o sexo, devia ser mais sedutor o tubo de ensaio do que os fluidos pecaminosos que acompanham a concepção.

Não admira o despautério do bando da mitra e do báculo. Reuniram em Fátima, um local de embuste, e foram embrutecidos para julgarem a virgindade a maior virtude da mulher.

Se estes homens não escondessem, sob a sotaina, os recalcamentos que os perturbam!