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Dia: 17 de Março, 2006

17 de Março, 2006 Palmira Silva

Uniões de facto homossexuais reconhecidas na República Checa

A República Checa concedeu reconhecimento legal às uniões de facto homossexuais, tornando-se o primeiro país europeu ex-comunista em que tal acontece. A lei, que tinha sido vetada pelo presidente Vaclav Klaus depois de aprovada em Janeiro por 45 votos a favor, 14 contra e seis abstenções, passou com o número mínimo de votos necessários para ultrapassar o veto presidencial.

A lei agora aprovada permitirá a casais homossexuais criar crianças mas não adoptá-las, para além de conceder direitos de herança idênticos aos de casais heterossexuais

Como indica o enviado da BBC a Praga, a sociedade checa, com uma população maioritariamente ateísta, e uma das mais seculares e liberais da Europa, apoiava a lei, que contava essencialmente com a oposição, como seria de esperar, de grupos religiosos, católicos nomeadamente, felizmente com pouca ou nenhuma influência na República Checa.

17 de Março, 2006 Carlos Esperança

Os pés de S. Francisco Xavier

(Foto de E.O. – enviado do Diário Ateísta, em Goa)
O mórbido desvelo da Igreja católica pelos cadáveres devia levá-la a criar um piquete de urgência para reparar as mazelas que corroem os corpos dos santos defuntos, como faz a Brisa com os buracos das auto-estradas.

O bom senso devia levá-la a privilegiar os ossos, fáceis de substituir e mais resistentes ao tempo e à humidade, sem perda da santidade do bem-aventurado referido na etiqueta.

A Capela dos Ossos, em Évora, hediondo culto do tétrico e lucrativo apelo à devoção, é a prova de que os ossos resistem e a carne é fraca, como a própria ICAR ensina.

Em Itália – já aqui referi no D. A. – uma guia turística debitava um ror de milagres junto do esqueleto de um virtuoso e excelente santo que continuava a obrá-los. A seu lado um esqueleto pequeno passava despercebido por entre uma panóplia de ossos pios que mais pareciam amostras de um laboratório anatómico.

Tendo um turista perguntado a que santo pertencera o pequeno esqueleto, logo a guia o atribuiu ao mesmo santo… quando era mais novo.

A ICAR vive do cadáver de J. Cristo que, por lhe ter perdido o rasto, o domicilia no Céu para onde terá emigrado três dias após a morte. Exibe-o agora, esculpido e chagado, só ou dependurado em cruzes mas não despreza as aparas do santo lenho onde o fundador da seita – segundo a propaganda – terá agonizado.

À falta de corpo não há milagres. Cristo é um mero logotipo para identificar a religião e facilitar a venda de indulgências, liturgias, sacramentos e artigos pios.

Por isso, os santos têm elevada cotação no mercado da fé e provocam muita emoção no bazar católico. Mas há desleixo dos inspectores de relíquias e incúria nos zeladores dos mortos.

Falta aos santos cadáveres um código de barras, inspecção sanitária e prazo de validade, para advertir os funcionários de Deus a quem cabe a manutenção da mercadoria.

Com algum zelo a ICAR nunca mais permitirá que um santo tão exaltado – S. Francisco Xavier – deixe chegar os pés ao estado deplorável que a imagem documenta.