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Igrejas e pios vigilantes

Os tentáculos das Igrejas são longos e perigosos, mas é no ódio à liberdade que mais se fazem sentir. Quem viveu a ditadura autóctone, sabe como a ICAR foi aliada da violência, despotismo e poder discricionário do fascismo beato de Salazar.

A ICAR não é a pior das religiões, é apenas demasiado má. Os evangelistas dos EUA, os islamitas, os judeus das trancinhas, os calvinistas e outros fanáticos pedem meças na intolerância, ódio e aversão ao livre-pensamento.

As religiões têm imensos jagunços que se disfarçam de agnósticos, vestem a pele de ateus, fingem ser tolerantes, desconhecer o cheiro do incenso, o sacrifício da missa, o embrutecimento da oração enquanto escondem os calos das genuflexões.

Uns discordam da forma, outros da substância do que os ateus dizem ou fazem mas, no fundo, é brotoeja que sentem sempre que o charlatanismo da sua fé é posto a nu.

Denuncio a ICAR pelos privilégios de que goza: avião do Estado para o Policarpo ir ao funeral do director-geral; verbas para excursões a Fátima; soldo a capelães militares e hospitalares; vencimento aos professores de religião, em escolas do Estado, nomeados pelos bispos.

Mas a gula dos padres parece, aos crentes, direito divino. Sempre que se contesta vêm beatas histéricas com maldições, tartufos sedentos de azorragar ímpios, inanes em êxtase da última homilia, intelectuais arrimados às pias sinecuras e bandos de prosélitos vestidos de anjos vários como nas procissões do Senhor dos Passos.