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Editor preso por blasfémia

O editor de uma revista afegã feminina, Haqooq-i-Zan (direitos da mulher), foi condenado a dois anos de prisão por um crime de blasfémia, neste caso por publicar artigos considerados anti-Islão. De facto, está em vigor uma lei da imprensa no Afeganistão, assinada pelo presidente Hamid Karzai em Março de 2004, que proíbe conteúdos considerados insultuosos ao Islão. Quando a lei foi assinada o governo afegão afirmou aos jornalistas que estes só poderiam ser detidos ao abrigo desta lei com a aprovação de uma comissão de 17 membros, que supostamente deveriam incluir representantes governamentais e jornalistas.

Mas no sábado apenas o tribunal principal de Cabul condenou Ali Mohaqiq Nasab por blasfémia e não houve qualquer comissão a apreciar o caso excepto o conselho dos clérigos islâmicos. Na realidade e nas palavras do juíz presidente Ansarullah Malawizada, Nasab foi encarcerado porque «O Conselho dos Ulamas enviou-nos uma carta dizendo que ele devia ser punido e por isso foi condenado a dois anos de prisão».

Ali Mohaqiq Nasab, um escolar islâmico progressista, foi preso em 2 de Outubro em Cabul, depois de clérigos locais terem considerado anti-islâmicos e um insulto ao Islão dois dos artigos publicados na revista. Os blasfemos, anti-islâmicos e insultuosos artigos que tanto indignaram os piedosos clérigos islâmicos questionavam o castigo atribuído a mulheres adúlteras, 100 chicotadas, e a legitimidade do apedrejamento até à morte de apóstatas…