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Dia: 30 de Setembro, 2004

30 de Setembro, 2004 André Esteves

Humorista polaco perseguido

A partir do site do Sindicato dos Jornalistas chega-nos a notícia que na Polónia, Jerzy Urban, editor de um jornal humorístico polaco está a ser processado pelo estado polaco, por ter escrito um artigo sarcástico, aquando da última visita do papa à sua terra natal.

O humor sarcástico e ofensivo está protegido pela liberdade de expressão, pelo que em qualquer estado civilizado, a lei não deve permitir que o estado intervenha e processe os autores.

A haver qualquer acção nos tribunais, ela remete-se aos visados, que podem pôr ou não, conforme a sua vontade um processo civil, para averiguar se houve mentiras e logo difamação da figura visada. Nem o estado, nem os tribunais devem decidir, o que é sarcasmo ou mau-gosto. No máximo, os tribunais devem julgar casos entre as partes.

Na Europa, vários casos no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos estabeleceram precedentes, decidindo que a liberdade de expressão não se aplica só a informação ou ideias que «são favoravelmente recebidas ou consideradas inofensivas ou com uma atitude de indiferença, mas também aquelas que ofendem, chocam ou perturbam o estado ou qualquer sector da sociedade.»

Jerzy Urban escreveu no semanário humorístico, um artigo sobre o papa, chamado de «Sado-Masoquismo Andante» depois de observar a viagem do papa à Polónia. Apesar do estado polaco cumprir algumas das normas internacionais da liberdade de expressão,a lei polaca reserva o direito do estado intervir no caso de uma comunicação ofensiva para um chefe de estado.

Segundo o raciocínio do Ministério Público Polaco, o Papa é uma figura do estado do Vaticano, pelo que pode acusar Jerzy Urban.

Na realidade, a «vírgula» na lei já permitiu condenar dois jornalistas no inicio deste ano que tinham feito acusações sérias sobre figuras do estado polaco. Trata-se do país que Karol Józef Wojtyla «libertou» do comunismo, mas com o qual se volta a assemelhar… e por sua causa.

30 de Setembro, 2004 André Esteves

Concordata no Parlamento

Hoje, uma das maiores vergonhas do Portugal democrático vai-se desenrolar no parlamento. Agendado a partir do nada no último mês, a concordata com o Vaticano irá ser posta a ratificação no parlamento.

Todo o processo que envolve a concordata têm se demonstrado anti-democrático. Primeiro foi o início das negociações, sem qualquer conhecimento público, por parte do governo socialista de Guterres. Depois, as circunstâncias que envolveram a sua assinatura-relâmpago no Vaticano, com o primeiro ministro de então, Durão Barroso.

Hoje, com um governo de legalidade democrática discutível a concordata vai a ratificação no parlamento. Os deputados irão ratificar um acordo com um discutível estado, em que nem a negociação das partes do acordo relacionadas com o estatuto dos capelães do exército, nem o relacionamento fiscal da Santa Sé e da ICAR com o estado português estão concluídas.

Na realidade, o parlamento passará um contrato em branco, de uma forma completamente irresponsável, para que o governo e a Santa Sé se divirtam a preenchê-lo com o que lhes der na veneta.

É um dos pontos mais baixos do parlamento português e a mais completa afirmação de hipocrisia do seu presidente, demonstrando que a suas fidelidades espirituais são mais fortes que o seu contrato com o povo, pelo qual afirmou no início do seu mandato, querer restaurar o prestígio da instituição. Se o afirmou com honestidade, teria pelo menos impedido a agendação desta moção, nestas condições.

É com vergonha que também observo os crentes de outras denominações, que levados pela armadilha do multi-culturalismo de segunda da «Lei da liberdade religiosa», se colocam de lado, julgando que ganharam alguma coisa, mas que irremediavelmente diminuiram parte dos seus direitos e dos outros cidadãos. A isso, chamo eu egoísmo e vistas curtas.

Sinto mais vergonha, ainda, como ateu, ter votado num Presidente da Républica com quem julgava partilhar alguma da visão e percurso de vida, que outros ateus compartilham. O conhecimento de que as religiões são o ovo de onde nasce uma visão dogmática do mundo e logo fonte de ditaduras, manipulações e fascismos.

Onde esteve, Sr. presidente? Com vergonha de ser chamado ateu, quando devia ter protegido os direitos de TODOS os portugueses?

Depois do dia de hoje, qualquer português não católico será um cidadão de segunda classe e os católicos portugueses estarão menos próximos do seu deus.

Lembremo-nos de Mateus 22:21

Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus

Na ICAR a tradição é mais importante que a palavra de Deus. E agora, contra a nossa vontade e pela cupidez de alguns, passou a ser também a nossa tradição, até ao final dos tempos…

Notícia no Público

Agenda do Parlamento

30 de Setembro, 2004 Palmira Silva

Demissão na ICAR Austríaca

Notícias da demissão do Bispo Kurt Krenn envolvido no escândalo pornográfico que abalou a Áustria este Verão, foram hoje divulgadas. Em Julho passado uma revista austríaca publicou fotos de clérigos acariciando e beijando os alunos do seminário St Poelten, perto de Viena. A investigação foi despoletada por acusações ao director do seminário de abuso sexual de menores e na sequência desta investigação foram encontrados cerca de 40 000 fotos e vídeos, alguns de pornografia infantil, nos computadores do seminário.

De acordo com o próprio, que classificou como brincadeiras infantis as fotos e vídeos revelados e infundadas as acusações de abuso sexual, a decisão foi pessoal e não por pressão do Vaticano.

Em 1995 a ICAR austríaca passou por um episódio semelhante que culminou com a demissão do reconhecido pedófilo e Cardeal de Viena, Hans Hermann Groer.

Num país em que, oficialmente, noventa por cento da população é católica os escândalos sexuais sucessivos que abalaram a ICAR tiveram como consequência o abandono das igrejas e uma petição subscrita por centenas de milhares de austríacos a pedir a reforma da Igreja.

30 de Setembro, 2004 André Esteves

Próximas produções em Fátima



Se o espírito ecuménico continua em Fátima, esta será a próxima versão do filme dos pastorinhos…

30 de Setembro, 2004 André Esteves

Fait Divers dos Últimos dias

Deus hindu das máquinas «impede» acidentes de comboio desde Junho.

Talvez o ministério da educação português deva se converter ao hinduísmo…

A notícia [inglês]

Fatwa egípcia proibe prática do Yoga aos muçulmanos

Têm muita razão, os imãs egípcios…

A prática de ginástica no Islão deve estar restrita às horas de oração…

A notícia [inglês]

Sadhu indiano rebola pelo chão até ao Paquistão pela paz no mundo

Os sadhus indianos devem viver obsecados com o concurso da Miss Mundo.

Uns enterram-se, outros rebolam, outros andam sempre de braço levantado ou não cortam as unhas. Tudo pela paz mundial!

Imagem…

A notícia [inglês]

Mulher vestia-se de freira para escapar ao serviço de estrangeiros israelita

Israel tornou-se numa nação que cultua os uniformes.

Em que outro país, isso se tornou num muuuito mau sinal?

A notícia [inglês]

Porrada em templo sikh por causa de um jovem sacerdote que corta o cabelo

Os sikhs acreditam no cabelo. Mas a crença deles é um bocado confusa.

Eu diria até.. cabeluda!

A notícia [inglês]