A primeira pedra no edifício das democracias modernas é a separação da igreja do Estado. Apenas quando os governantes deixaram de o ser “em nome de Deus” (que não sabiam como consultar) e passaram a sê-lo em nome do povo (e embora nem sempre o consultem), se criaram as condições para o advento das democracias modernas.
A actual obsessão do Vaticano e de alguns políticos conservadores com uma referência explícita, primeiro a “Deus”, e agora ao “património cristão” no Preâmbulo da Constituição Europeia parece assim uma tentativa pitoresca de regressão ao tempo da monarquia por direito divino.
Na verdade, a histeria em torno da “referência cristã” tem servido para esconder que a ICAR conseguiu uma importante vitória com a adopção do artigo I-51 da Constituição Europeia, que não apenas garante que a Constituição não afectará o estatuto das igrejas como garantido pelo direito nacional, mas também cria um mecanismo de consulta das igrejas nos processos legislativos europeus. Não por acaso, a Conferência dos Episcopados Europeus já declarou estar muito satisfeita com o actual projecto de Constituição…
Para quem se quer manter informado, aqui estão mais umas ligações.
Público, de 19 de Maio:
A Concordata de 2004
Versão anotada da Concordata
Centro de Estudos de Direito Canónico da Universidade Católica:
Texto integral do acordo
Um casal de namorados americanos estudava e discutia a bíblia. Encontraram um versículo em que a vontade do senhor não se tornava clara.
Ele dizia assado. Ela replicava o contrário. A discussão cresceu em paixão e intensidade.
Cada um proclamava que se sentia cheio do espírito. O outro replicava que as palavras do senhor eram claras.
Transbordavam de fé!
Tanto que, enquanto fritava umas batatas durante a discussão, a mulher não aguentou mais…
Atirou o óleo a ferver na cara do companheiro.
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