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4 de Junho, 2007 Ricardo Alves

Notícias (4/6/2007)

  1. Políticos suíços têm defendido abertamente que se proíba a construção de minaretes. Este ataque à liberdade de culto, que dificilmente terá paralelo em algo que se passe em qualquer outro país da União Europeia, é selectivo: nada foi dito sobre a construção de igrejas ou sinagogas. No Irão, os casamentos temporários estão em alta (o islão xíita permite que um casal se case por algumas horas ou alguns dias, o que entusiasma alguns jovens a casarem-se temporariamente para passarem fins-de-semana no mar Cáspio). E na Malásia, uma mulher viu negado num tribunal do Estado o seu direito a abandonar o Islão, apesar de se ter convertido ao cristianismo (na minha ingenuidade, pensava que mudar de religião é um direito fundamental de qualquer ser humano).
  2. A Tailândia decidiu não adoptar o budismo enquanto religião oficial de Estado. A iniciativa poderia ter agravado um conflito entre budistas e muçulmanos, nas províncias do sul, onde já morreram cerca de 2 000 pessoas. No México, a ICAR insiste em intervir politicamente na questão do aborto. E em Malta, a presença do Presidente e do Primeiro Ministro numa canonização é severamente criticada.
  3. A seita judaica ultra-ortodoxa Gerrer Hasidic pretende proibir os computadores, que considera serem «obra de Satã». Um outro rabi avançou com a proposta de uma «internet kosher».
  4. Teodoro de Faria, que foi recentemente substituído na diocese do Funchal da ICAR, atribuiu a condenação judicial do seu secretário, o sacerdote católico Frederico Cunha, a «um acto de vingança» presumivelmente orquestrado por «diversos lugares de diversão nocturna inteiramente repreensíveis» contra os quais se teria pronunciado. Recorde-se que o padre católico Frederico Cunha foi condenado, em 1993, por crimes de abuso sexual de menor e homicídio, tendo cumprido pena de prisão até à primeira saída precária, momento em que fugiu para o Brasil. No julgamento, provou-se também que o sacerdote Frederico usava a casa de paróquia para abusar sexualmente de menores.
4 de Junho, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Mas, para lá de permitir semelhantes exercícios desconstrucionistas, o livro de Tipler é fundamentalmente desonesto. Ele afirma que o nascimento de Jesus a partir da Virgem Maria se deu essencialmente por geração espontânea, sendo Jesus portanto homozigótico XX, sendo parte de um dos cromossomas X inactivado para funcionar como Y. A prova está na análise de DNA ao sangue deixada por Jesus no Sudário de Turim – que, infelizmente para Tipler, há muito se sabe ter sido forjado no século XIV. Não contém sangue: contém tintas.

    Andar sobre o mar? Ressuscitar dos mortos? Simples. Bastou esperar 21 séculos para percebermos. Segundo Tipler, as partículas dos átomos do corpo de Jesus decaíram espontaneamente em neutrinos e antineutrinos. Para andar sobre as águas, estes proporcionaram uma espécie de “almofada” de partículas sobre a qual a caminhada teve lugar. Para a Ressurreição, o processo essencialmente inverteu-se: as partículas, ao terceiro dia, “des-decaíram” e voltaram a formar o corpo de Jesus.

    Tão simples quanto isto. Mas quando eu parto um copo, os cacos não se voltam a unir, pois não? É uma chatice, chamada Segunda lei da termodinâmica. Para Jesus é pior: o decaimento do protão conduz a uma diferença de cerca de 100 ordens de grandeza! Impossível, não? Não para Tipler: ele usa uma versão grotesca do princípio antrópico que afirma que, se estamos aqui, é porque aconteceu. Curiosamente, esse princípio é aplicável não apenas ao Deus cristão, mas a qualquer Deus, ou mesmo a qualquer crença.»E ao terceiro livro passou-se: a pseudociência do ano», no De Rerum Natura)

  2. «Pessoalmente, e como já referi, só subscrevo o CRAP (Princípio Antrópico Completamente Ridículo), e concordo com Neil deGrasse Tyson, director do Hayden Planetarium do American Museum of Natural History em New York, quando este diz que livros como os de Tipler são fruto de homens brilhantes que aproveitam o filão «Deus» para encher as respectivas contas bancárias.»O que é o princípio antrópico?», no De Rerum Natura)
  3. «Atualmente como ateu eu acredito na inexistência de Deus assim como acredito na inexistência de muitas outras coisas que poderiam ser imaginadas. O clássico exemplo do “dragão invisível na garagem” do livro “O mundo assombrado pelos demônios” de Carl Sagan aborda muito bem este assunto. Ser agnóstico pode corresponder tanto à incerteza da existência de Deus como da incerteza da existência de algum “dragão invisível na garagem”. O ser humano racional deve procurar por indícios e provas sobre qualquer assunto pelo qual deseja esclarescer, por mais polêmico que seja. Não é incoerente afirmar que algo não existe enquanto não houver evidências que reforçe a crença de sua existência. Por acaso seria incoerente afirmar que duendes não existem? Alguma pessoa teria a “sensatez” de dizer que “a existência de duendes é algo ainda incerto”? Renunciar à certeza da inexistência de Deus pode ser comparado à renúncia de diversas outras certezas.»Ceticismo em debate: agnosticismo x ateísmo», no Narkus)
4 de Junho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Genocídios de Sábado

O deus bíblico é um personagem fictício de exponenciações sádicas inconcebíveis perante qualquer Ser Humano digno da nomenclatura, é uma alucinação emergida entre psicóticos e exterminadores, reles mentes ensandecidas por entulhos de brutalidade insana e demencial em que todo e qualquer contexto é válido para a barbárie.

Uns e outros dirão que nas páginas de um livro denominado Bíblia se encontram as palavras de um ser superior, um deus. Nesse livro dizem encontrar moral e normas de conduta, uma relação de marionetas perante os desígnios desses escritos, subservientes dessas convicções e acções. Segundo alguns, os escritos desse livro serão uma vontade e uma legislação de tudo, as amarras cuja existência acham imperiosa em todos, seja uma neurose de grupo dadas as circunstâncias.

Mal existe logo nas insinuações, lunatismos seriam apenas uma piada caso se prendessem a um livro do Tio Patinhas, seria já muito avanço moral para os dias que correm, positivo se daqui a uns tempos se se debater se o Tio Patinhas é melhor ou pior que o Rei Leão, se a Branca de Neve era virgem, se os anões seriam homossexuais, conversas para todos os gostos e não introduziriam violência nos desvarios.

Existem demasiadas pessoas a venerar a Bíblia, e poucos a lê-la, muitos a possuem como peça de mobiliário ou adorno predilecto para uma estante empoeirada, outros muitas mentiras dizem de mão pousada no livro em tribunais, mais verídicos seriam se lessem sobre moralidade em autores como Kropotkine a exemplo, nem necessidade de tribunais poderia surgir, nunca sem que antes as pessoas lessem os livros que defendem. Falar do que se sabe seria um bom começo, deixar os outros falar do que sabem uma melhor continuidade.

A Bíblia é um dejecto. Imoralidade de proporções hediondas, sanguinarismos e atrocidades maquiavélicas apinham-se em doses tóxicas e mesmo letais, que o digam os Incas e os Maias, não dirão nada pois claro, selvajarias de bíblias na mão tão reincidentes como nauseabundas. Associada à violência vem a loucura, a estupidez, idiotice atrás de idiotice, incontáveis. Das maiores putrefacções mentais vem a morte ao Sábado, dia de descanso, sem descanso morte. Simples, eficaz, objectivo, e acima de tudo, repugnante.

Um dos 10 mandamentos desse deus é lido em Êxodo 20:9-10 “Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do senhor teu deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.“. Repetição em Êxodo 35:2 “Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho morrerá.“.

Uma dedução possível seria a de perda de validade, um iogurte fora de prazo bolorento que se atira para o caixote do lixo, mas tal é ilusório, o senhor doidivanas quer eternidade, Isaías 40:8 “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso deus subsiste eternamente.“, ou seja, as leis não caducam com o aparecimento das democracias. Para além disso são perfeitas, sem falhas, Salmos 19:7 “A lei do senhor é perfeita (…)”.

Melhor só mesmo a lei em prática, Números 15:32-36 “Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, encontraram um homem a apanhar lenha no dia de sábado. E os que o acharam a apanhar lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação. E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Disse, pois, o senhor a Moisés: Certamente morrerá aquele homem; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Então toda a congregação o tirou para fora do arraial, e o apedrejaram, e morreu, como o senhor ordenara a Moisés.“.

Este personagem fictício de nome deus é completamente chanfrado.

Também publicado em LiVerdades.

3 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Considerações sobre a violência

É evidente que a maldade ou a bondade humanas não são um exclusivo da religião que se professa ou da sua ausência.

Alguns crentes, cheios de hóstias e missas, evocam déspotas que cometeram crimes hediondos sem irem à missa. Referem um antigo seminarista e psicopata (Estaline) e, numa atitude concertada, Hitler, cujas tropas usavam na farda «Deus está connosco» o que, a bem dizer, se existisse, era bem capaz. Assim, só Pio XII foi cúmplice.

Os crimes colectivos são típicos de sistemas totalitários. O saque, a escravatura, o assassínio e a violação, por exemplo, foram direitos consagrados em épocas onde os direitos humanos não existiam e a piedade era desconhecida. Mas era grande a fé.

Hoje, são os nacionalismos e as religiões que cometem os crimes mais execráveis, às vezes de mãos dadas. Ontem foram monarquias absolutas, impérios, evangelizadores e outros biltres que quiseram converter o mundo à mesma fé e ao mesmo chefe.

É curioso que os mais execráveis sistemas totalitários se aproximaram do paradigma religioso e o chefe de um demiurgo.

Acontece que os livros sagrados conseguem ser mais perigosos e duradouros do que os panfletos violentos de «iluminados» déspotas. «A minha luta» de Hitler é um livro que foi o suporte teórico de crimes terríveis, mas é fácil demonstrar que era a obra de um demente. Vários ditadores fascistas e comunistas cometeram as maiores atrocidades baseados em valores que a civilização deitou para o caixote do lixo.

Mas que fazer da Tora, Bíblia e Corão, com milhões de pessoas que ainda pensam que foi Deus que os ditou, geralmente a pessoas pouco recomendáveis, primárias, rudes e violentas? Como transformar esses repositórios de ódio, xenofobia e misoginia em meros documentos literários sem a crueldade e demência que são atribuídos a Deus?

A resposta cabe aos crentes. Aos ateus cabe a luta pela liberdade religiosa, sem permitir que uma religião destrua outra e aniquile os que se horrorizam com os crimes da fé.

1 de Junho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Hipocrisias vaticanistas

A hipocrisia é um apanágio vaticanista elevado ao mais alto terrorismo da desonestidade, pedofilia clerical nunca foi encoberta, claro está, as crianças violadas sempre o souberam e sentiram, 4392 sotainas americanas foram acusadas de violar mais de 11000 crianças segundo o relatório de John Jay, clericais andaram 52 anos a brincar ao gato escondido com o rabo de fora, brincadeiras dos desígnios dos deuses, aqueles que tudo sabem e tudo escondem, mafiosidades manhosas e umas notas silenciam alguns, mas 11000 é número exagerado e incontrolável. Deus tudo veria se não fosse cego, tudo faria não fosse maneta, em todo o lado estaria não fosse perneta, resta apenas a punheta, assim é necessário nos monoteísmos machistas.

Sendo o catolicismo uma das excepções ao Evolucionismo, a estagnação nas pérfidas hipocrisias mantém-se imutável, prova irrefutável do criacionismo, estagnado como um pântano nauseabundo. Ratzinger afirmou veementemente que queria novamente um totalitarismo do cristianismo na Europa, atacando a Laicidade da União Europeia aquando das suas bodas de ouro, de unhas, dentes, bíblias e marretadas na racionalidade. Queria deus e raízes cristãs nas comemorações, não existiriam obviamente comemorações se a árvore não tivesse sido podada.

Mas em 4 meses o mundo dá voltas e voltas, e se aos Homens racionais não afecta, aos encapuzados atordoa, 180º no que dizem, 0º nas convicções materialistas e totalitárias.

Segundo a Reuters, Ratzinger proferiu em 24 de Março de 2007 o seguinte: A Europa cometeu uma forma de apostasia de si mesma ao esquecer Deus e as raízes cristãs e, assim, estava duvidando da sua própria identidade.“.

Já no Público de 31 de Maio de 2007, Bertone, secretário de Estado do Vaticano, diz: Na Europa exaltamos o Laicismo, e em nome dele rejeitamos todas as referências às raízes judaico-cristãs da Europa.”.

Virando a página do jornal esperava ver uma qualquer abordagem à reviravolta, o preto passa a branco e parece normal, morte à Laicidade, viva a Laicidade, ámen, nem parêntesis, ressalvas, rodapés ou cabeçalhos com desambiguação, ingenuidade inconsciente de quem tem por hábito frequentar Diários Ateístas e outros poisos tão racionalmente asseados. Não fosse o mundo redondo estaríamos todos de cabeça para baixo.

As escumalhas que usam bonés dezenas de números abaixo do tamanho da cabeça conseguem ver em milhões de mortes uma situação de abordagem pacifica e suscitadora de gloriosas pavoneações, quando o Cristianismo chacinou milhões de indígenas, e pior de tudo, tentou apagar povos das memórias da existência. Apenas 4 livros da civilização dos Maias fugiram aos pirómanos católicos, liderados pelo churrasqueiro chefe Diego de Landa. Pacifismos clericais lembram convites para churrascadas, onde somos o prato principal. Não obrigado.

Também publicado em LiVerdades e Ateismos.net

31 de Maio, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Mas a crença teimosa não é a pior de todas. A pior de todas é a crença que se vê como virtude. Como o racismo extremo. É uma opinião (errada) acerca de algumas características humanas, é tida como certeza absoluta mas, mais ainda, é vista como uma virtude. Para o racista, o racismo é um dever moral. É assim que deve ser, e é moralmente errado não ser racista.

    A crença religiosa também é assim. Não é a crença de todos os religiosos, porque há muitos religiosos com formas diferentes de crer. Mas a religião apregoa a virtude da certeza absoluta. Os crentes fieis são recompensados. Os que renegam a crença cometem o maior pecado. São traidores. A dúvida é má e condenável. […]

    É isto que me separa mais da religião. Não é a proposição «Deus existe». Acho que é falsa, mas mudarei de opinião se as evidências justificarem. Nem é o problema da certeza absoluta. Já me enganei vezes demais para ter certezas absolutas, mas como duvidar requer algum esforço pode ser que um momento de fraqueza ou aflição me faça esquecer a dúvida. Mas só com uma grande pancada é que consideraria uma virtude ter tal certeza sem qualquer evidência.»Crenças, crenças, e crenças.», no Que Treta!)

  2. «Resta saber se estes poucos verdadeiros cristãos os quais Ratzinger diz querer pastorear são suficientes para compensar esta esta estrutura política de propaganda que chamamos de Igreja. Porque é inegável que o cristianismo é essencialmente proselitista, necessita de pregadores para espalhar a “boa nova”; ainda no berço, o cristianismo destruiu templos pagãos e adaptou a maioria para servir ao próprio culto, do mesmo modo que Mehmet II fez com a Santa Sofia.» («Propaganda é Violência», no Pugnacitas)
  3. «Afirmar que não se sabe se deus, ou melhor um deus existe ou não porque nunca se viu é o mesmo que afirmar que não se sabe se existem marcianos ou cavalos verdes, porque nunca se viu nenhum.[…]

    o agnosticismo é a ausência de racionalização dos problemas, a religião é a transferência desses problemas (passar a batata-quente) e o ateismo é a assunção desses problemas de frente e com a coragem que a vida nos exige.»(«Agnósticos, ateus e religiões», no Croquete-matinal)