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18 de Junho, 2007 Ricardo Alves

O choradinho habitual

Essa figura de referência do clericalismo nacional que é João César das Neves virou-se contra a República no seu artigo de hoje:
  • «Por cá, a república, cujo centenário se aproxima, decretou uma sistemática perseguição religiosa na linha do ateísmo oitocentista.»

Nunca é demais repetir: quando os clericais falam em perseguição a propósito da República, isso significa que consideram que um Estado sem religião oficial é «perseguidor», que um Estado em que os sacerdotes não são pagos pelo Estado está a «perseguir a religião», que ninguém ir para a prisão por «delito de blasfémia» é «perseguir o cristianismo», que legalizar o divórcio é «perseguir» a ICAR, e que não haver religião obrigatória na escola pública é ateísmo de Estado. Na realidade, o raciocínio dos clericais é cristalino a partir do momento em que compreendemos que, para eles, Estado que não obriga os cidadãos a serem e comportarem-se como católicos está a perseguir o catolicismo. Não obrigar é perseguir.

O grande César diz-nos ainda que «olhando a cultura oficial, ninguém diria que vivemos num país cristão». Será? Se assumirmos que por «cultura oficial» se entende aquela que é promovida pelo Estado, temos: largas dezenas de templos católicos mantidos e subsidiados pelo Estado; centenas de escolas com professores de religião pagos pelo Estado; a TV pública com presença regular de um sacerdote católico no RTP1 de manhã, e com um espaço específico para as religiões da parte da tarde no TV2; transmissão das cerimónias obscurantistas de Fátima todos os dias 13 de Maio a Outubro, e de missas dos católicos todos os domingos do ano… Se isto demonstra que «as manifestações da civilização cristã são silenciadas ou distorcidas», então tremo só de pensar no que seria necessário para que o nosso amigo Neves não se dissesse «perseguido»…

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

18 de Junho, 2007 Helder Sanches

Um Desafio Criacionista

Nestas andanças de religião e ateísmo, poucas coisas me têm aborrecido tanto nos últimos tempos como a vaga de publicidade à recente paranóia criacionista de criar espaços lúdicos de desinformação denominados “museus” criacionistas. Chateia-me que, principalmente nos EUA, seja dada tamanha credibilidade a estes empreendimentos patrocinados por mentes retrógradas ao serviço do proselitismo mais perigoso à face da terra.

A definição de “Museu” no Código de Ética do Conselho Internacional de Museus (ICOM) é a seguinte:

Museu é uma instituição permanente sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento e aberto ao público, que adquire, conserva, pesquisa e exibe para finalidades do estudo, da educação e da apreciação, evidência material dos povos e seu ambiente.

Não vejo como é que algum instrumento de divulgação criacionista se possa encaixar nesta definição! Sabendo que a teoria da evolução tem vindo a ser constantemente certificada pelos avanços das descobertas ao nível dos registos fósseis, da biogeografia e, mais recentemente, da genética, como é possível que se autorize sequer a denominação de “Museu” a qualquer espaço que tenha como único objectivo a propaganda criacionista, onde, por exemplo, se divulgam cenários de contemporaneidade entre humanos e dinossauros?

Assim sendo, proponho que não mais se utilize o termo “museu” quando se pretender mencionar os ditos “museus” criacionistas. O desafio para os leitores deste blogue é ajudarem-me a encontrar a expressão certa que possa ser usada tanto em português como em inglês.

Avanço com duas propostas que não me satisfazem completamente:

  • Circo Criacionista (Creation Circus)
  • Coliseu Criacionista (Creation Coliseum)

Fico à espera de melhores sugestões.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

16 de Junho, 2007 Helder Sanches

Chimpasus

Trata-se apenas de uma pequena provocação… Não é para ser levado a sério, excepto por quem dá credibilidade aos novos “museus” criacionistas que parecem estar na moda.

Outros sacrilégios em forma de imagem podem ser encontrados aqui.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

16 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Honni soit qui mal y pense

Virgem saboreada e paga às fatias.

Já não bastava comerem-lhe o filho às rodelas!

15 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Se Deus existisse

Se Deus existisse, há muito que estaria em prisão preventiva e os seus serventuários a garantir que nunca o tinham visto, uma verdade, talvez a única, que apresentariam no pelourinho da opinião pública.

Quem semeia ventos e tempestades, guerras e terramotos, epidemias e pragas, não pode esperar o mais leve gesto de consideração ou estima. Deus é filho do medo e pai dos que vivem à sua custa, uma criação bizarra que explica tudo e o seu contrário sem provas ou recurso à inteligência.

O Deus de cada crente é talvez um mito tolerável, mas o Deus da religião é sempre um ente cruel, vingativo e caprichoso. Quanto mais atrasados forem os crentes mais odioso é o Deus que trazem.

O Deus do Islão é um ser pusilânime e misógino que desata aos pulos quando assiste à decapitação de um infiel, à lapidação de uma adúltera ou à tortura dos ímpios. Porta-se, na presença do toucinho, pior do que um garoto à frente de um prato de sopa e odeia o álcool quase tanto como a liberdade.

O Deus cristão, um pouco mais civilizado graças à cultura helénica e ao direito romano, anda com um colete-de-forças desde a Revolução Francesa, refreado pela separação do Estado e debilitado pela secularização, a liberdade e a democracia.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi a gota de água que fez transbordar o copo do descrédito em relação às baboseiras que Deus proferiu no Monte Sinai ou que segredou a Maomé entre Medina e Meca.

Deus gosta de humilhar os homens e, especialmente, as mulheres. Gosta de os ver de joelhos e de rastos, sempre a caminho dos templos (espécie de casas de alterne para os ofícios religiosos), ocupados na oração e a meterem-lhe cunhas para fazer uns milagres cada vez mais idiotas e ridículos.

Deus está com a cotação em baixa no mercado da razão. É um mito que persiste preso aos interesses dos clérigos, um veneno que se serve na infância e que corrói a inteireza de carácter e a felicidade dos homens.

15 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Palestina – A religião só prejudica

A Palestina explodiu. As milícias islâmicas do Hamas venceram os últimos focos de resistência do presidente Mahmud Abas. Alá é grande e Maomé o seu profeta.

A faixa de Gaza, com cerca de 330 quilómetros quadrados, está separada da Cijordânia. Até há pouco a Palestina era um Estado à espera de território e de paz, agora é um lugar de mais violência à espera de Estado e com o território em risco.

Sem água, comida, paz ou recursos, a Palestina deixou de ser a pátria ansiada para se transformar num Inferno garantido, por mérito próprio, sem precisar da ajuda sionista.

Apesar de afirmações em contrário, o Hamas não resiste a criar um Estado confessional. «Chegou a era da justiça e da lei islâmica», disse, ontem em Gaza, Islam Shahawan, um porta-voz da milícia do Hamas. Aliás já começaram as execuções sumárias de membros da Fatah.

Parece que a irracionalidade e o ódio vão tomando conta do mundo. Às religiões chegou o momento de serem lideradas pelos movimentos mais sectários e cruéis. A demência da fé e o nacionalismo deram as mãos. O resultado é dramático.

Não tarda que a violência alastre à Cisjordânia.

DA/Ponte Europa Ler artigo de Ricardo Alves

15 de Junho, 2007 Helder Sanches

Debate Interblogues: "Será a Religião Eterna e Inevitável?"

Dei início no “Penso, logo, sou ateu” a mais um debate interblogues, desta vez sujeito ao tema “Será a Religião Eterna e Inevitável?“.

As regras são as mesmas utilizadas no primeiro debate e podem ser consultadas aqui.

Neste debate podem ser abordados diversos aspectos da religiosidade, tais como as condicionantes biológicas para a religião, a religião como factor de humanidade, as vantagens/desvantagens da religião na evolução das sociedades, a divulgação científica como factor de desmistificação, etc.

Data limite de participação: 22 de Junho de 2007.

Mãos à obra e bons artigos.