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6 de Agosto, 2014 José Moreira

Ah! Traidores…

Segundo uma sondagem, que vale o que vale, ou seja, vale o que valem as sondagens, os que mais traem as respectivas caras-metades são os benfiquistas e os… católicos. Ora, isto das sondagens é como as estatísticas e as consciências, as pessoas fazem delas o que querem. Porque dividir os traidores em “benfiquistas e católicos” poderá querer dizer que os benfiquistas não são católicos e vice-versa. Ora, como está religiosamente provado que a esmagadora maioria da população portuguesa é católica e, simultaneamente,  benfiquista, então teremos de concluir que os traidores não são tantos assim. Faz lembrar, “a contrario sensu” a lápide que garantia:  “Aqui jaz um político honesto” e as pessoas interrogavam-se como era possível meterem duas pessoas na mesma campa, sem se darem conta do oxímoro.

De qualquer modo, e se a cena do “benfiquista” não me perturba nem um bocadinho, já a cena do “católico” é perturbante. Então, não está escrito, na lei de Jeová, “Não cobiçar a mulher alheia” ou coisa parecida? Então, onde pára a tal “dimensão ética” dos católicos? Já não lhes basta serem benfiquistas, ainda têm de ser pecadores?

 

6 de Agosto, 2014 José Moreira

Afinal, quem está errado?

Mão amiga fez-me chegar este link que, natural e altruisticamente, compartilho. A questão fundamental, é: se há milhões de pessoas que acreditam na existência de Deus, podem estar erradas?

6 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Resposta ao Sr. Irmão

Exmo. Senhor Ir. Pedro José Martins:

Com toda a consideração humana que tenho, por quem quer que seja, não discuto com quem me trata por «irmão em Jesus Cristo» e cita manuais que, para não ofender, me dispenso de dizer o que penso deles.

Cumprimentos

( e não saudações ateístas, como faço para os amigos)

de

Carlos Esperança

6 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) Proselitismo pio

Caríssimo presidente da associação ateísta portuguesa. Continuo à espera da resposta da carta que lhe enviei há tempos. Para que a tenha presente vai a mesma, embora com algumas poucas correções que esclarecem melhor a minha posição. Por favor gostaria de ter uma sua resposta.
Caríssimo irmão em Jesus Cristo

O Julgamento pertence ao Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor e a mais ninguém. Quem sou eu, meu querido irmão, para o julgar? Ninguém pois quem julga apropria-se da Lei e a Mesma pertence a Deus e a mais ninguém. Sou um homem imperfeito, com muitas falhas. Portanto não me cabe a mim, que sou imperfeito, condenar o meu amado irmão pelas opções que fez, nomeadamente em ser ateu.

A minha carta é, fundamentalmente, uma carta de amor. Amor centrado em Deus e que se derrama como chuva benfeja sobre todos os homens. O próprio Jesus, a quem sirvo disse e vários Evangelhos citam essa passagem:”Não é só aquele que diz senhor, senhor que entra no reino dos céus mas todo aqule que fizer a vontade de meu Pai!”.

Caríssimo irmão, ser critão não é fruto de uma alienação como muitos nesta sociedade laica nos querem fazer crer. Ser cristão é antes de mais uma vocação fruto do Amor que Deus tem por nós. Ele é O Pai amoroso que nos ama com um Amor que vai para além do que a palavra que usamos pode defenir no nosso limitado entendimento. Jesus ao oferecer-se por nós na cruz por Amor, Ele que é Deus com o Pai na Unidade do Espírito Santo, equiparou-se humanamente a todos os que oferecem por amor em favor daqueles que amam. Mas esse Amor que fez com que Ele desse a vida por todos nós, de todos os tempos, nações e ideologias, é imanado do Amor Divino que Jesus Compartilha com o Pai e o Espírito Santo numa união em que três Pessoas compartilham a mesma natureza, sentir e Amor. O Pai, o Filho e o Espirito Santo, embora independentes, como se fundem numa só e perfeita natureza. Essa união hipostática é demasiadamente complexa para o nosso entendimento racional. No ent!
anto, ela sente-se na nossa carne “espiritual” (alma) de uma forma misteriosamente bela e intensa.

O sentimento a que me referi, amado irmão, provém do dom da Fé que é dado gratuitamente a todo o homem. Para o receber, no entanto temos que nos esvaziar de tudo o que somos e pensamos saber de Deus. Só assim, como copo vazio disponível para receber a nova água viva e a unção de Deus, é que podemos afirmar como o Apóstolo S. Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.

A descrença de muitos, meu irmão é na esmagadora maioria das vezes fruto da contradição entre aquilo que diz a Sagrada Escritura, nomeadamente a judaico-cristã, e a ação do homem que se diz crente. Ora isso, meu irmão, é transversal ao Antigo e Novo Testamentos e alonga-se na História, mesmo a atual. Ao longo de toda a Bíblia se vê que Deus sempre quiz o amor de Seu povo quantas vezes caído em infidelidade ao Seu. O drama é que, quem se diz crente nem sempre se porta como tal e vai ao mesmo de, escandalosamente, contradizer tudo o que está nas Santas Letras com a sua vida pessoal social e política. Esses meu irmão, podem dizer-se crentes, mas não o são. São antes aquilo que Jesus profetizou de falsos profetas e lobos com pele de ovelha que misturando-se entre os crentes se fazem passar por eles enganando-os. Esses, seguindo as Palavras de Jesus são os verdadeiros anti-Cristos.

As guerras e opções persecutórias que se fizerem e se continuam a fazer em nome de Deus, lideradas por esses falsos profetas, nada mais é do que uma atitude adutera e hipócrita daqueles que por fanatismo, e dizendo-se crentes, vão contra todos os mandamentos do Altíssimo que enraízam todos no Amor. E Deus, como diz S. João numa das suas Cartas: “é Amor!”.
Aqueles que são crentes irmão, não alinham em atitudes acima mencionadas pois as sua únicas armas são:a humildade; a oração; a entrega à Vontade de Deus; o serviço aos irmãos; a penitência; a renúncia à sua vontade para seguir a Deus e servir o próximo. Podem ser imfexíveis na sua fé ao ponto de derramarem o seu sangue pela defesa da mesma por se sentirem Amados por Deus, mas nunca, nunca poderão enveredar por caminhos de perseguição de quem não pensa igual em termos éticos , morais e religiosos. O nosso lema é: odiemos o pecado mas não o pecador.

Querido irmão, respeito-o como ser humano e como dissse acima quem sou eu para o condenar por ser ateu. Só a sua consciência e história de vida sabem verdadeiramente as cauas da sua opçõa pela descrença e militância ateia. Quero no entanto que fique consciente que o amo com sinceridade e tal como o irmão é livre de dar testemunho do seu sentir eu também o sou. O amor que sinto por Deus faz-me amá-lo a si e por isso invoco todas as bençãos de Deus para si e para os seus para que, abrindo-se ao Seu Amor possam usufruir do mesmo.

Que Deus o Abençoe e guarde!

Lhe mostre a Sua face e se compadeça de si.
Volva para si o Seu Rosto e lhe dê a Paz!
O Senhor o abençoe, irmão.

Fraternalmente,

ir. Pedro José Martins (OFS)

4 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

LAICIDADE E LIBERDADE RELIGIOSA (1 de 3)

Por

João Pedro Moura

1- A recente concessão de folga ao sábado, a uma procuradora adventista, pelo Tribunal Constitucional, cujo acórdão ignoro, mas que teve de ser baseado no princípio constitucional da liberdade religiosa, tem vastas implicações sociais, digo colisões, com o quadro normal das instituições, tanto em Portugal como noutros países civilizados, com problemas idênticos.

1-                Reitero que a liberdade religiosa não poderá colidir, no quadro normal duma sociedade laica, com o exercício das profissões e do serviço distribuído, a não ser mediante um acordo com os implicados.

2- Não há liberdades de primeira e de segunda categoria. Há liberdades!

Um religionário, afeto a um serviço com outros trabalhadores, que requeira isenção de trabalho ao sábado, ou à sexta ou ao domingo, em nome da sua igreja/religião, implicará com a vontade dos outros colegas, que não são dessa ou de nenhuma confissão religiosa, obrigando-os a trabalhar mais ao sábado, ou à sexta ou ao domingo, para suprir a falta desse religionário. Não havendo acordo adrede, entre os trabalhadores do serviço, trata-se dum abuso legal conceder tal folga privilegiada, em detrimento de quem não quer ter que trabalhar mais nesse dia, nomeadamente sábados e domingos.

3- Lá por um conjunto de pessoas não terem religião ou, tendo-o, não reivindicarem folga ao sábado, comparativamente com um crédulo dos sábados, não significa que aqueles tenham que servir este, isto é, não pode nem deve um conjunto maioritário de indivíduos ser compulsivamente mobilizado para satisfazer um indivíduo ou um conjunto bastante minoritário de indivíduos.

4- Esta questão dos privilégios religiosos tem vastas implicações sociais, conforme os crédulos e as suas igrejas e religiões.

a)     Assim, imaginemos um muçulmano, aluno ou professor, em terra de tradição cristã, a reivindicar folga à sexta-feira, que é o dia religioso de descanso, para os crédulos islâmicos.

A seguir a lógica do TC, os muçulmanos não poderiam ter aulas ou outro trabalho, à sexta-feira, se eles reivindicarem dia de descanso religioso.

Ora, é impossível fazer horários nas escolas, para os alunos, com folga à sexta-feira, a não ser sobrecarregando, antipedagogicamente, uma turma, redundando numa situação inaceitável, pelo ónus de horas diárias daí decorrente.

Acresce que, como eu já disse, uma maioria de pessoas não deverá submeter-se à vontade minoritária duma pessoa, ou que fosse mais do que uma, em nome da satisfação de preceituário religioso, mas à custa da maioria e do bom funcionamento dum serviço, detraindo a vontade dos colegas.

Seguindo a lógica pertinaz e irrealista do TC, teríamos este a refazer horários escolares…

…Digo a mandar os outros refazê-los, obrigando as turmas com muçulmanos reivindicativos a terem aulas de segunda a… quinta…

Até daria jeito uma semana de trabalho de 4 dias, à custa, sabe-se lá, de quantas horas diárias…

b)      Imaginemos, agora, um muçulmano, nessa mesma terra, a reivindicar casamento com 4 mulheres…

Conforme a lógica abstrata e sem tino do TC, esse ou esses muçulmanos deveriam ter a possibilidade de casar com mais do que uma mulher, de acordo com o preceituário nupcial da religião islâmica…

c)      Continuemos o exercício imaginativo, que é mais real do que não parece, e temos agora o “nosso” maometano a espancar a sua companheira, pois isso acorda-se com o exarado no Alcorão…

A mulher queixava-se à polícia, que, prendendo e interpelando o prepotente machista, ouviria dizê-lo que tal agressão não está proibida, antes pelo contrário, pelo Alcorão…

Se o caso subisse ao TC, seria interessante ler um acórdão sobre o conflito machismo islâmico agressivo contra penalização da violência doméstica…

…Quem teria razão, segundo o nosso TC?!…

d)      E se uma comunidade islâmica reivindicar a aplicação da “sharia”, o código penal islâmico, dentro dum país, para a sua comunidade?!

Dirão que são as regras deles, religiosamente…

Como é que os “TC” desses países procederão? Isso já aconteceu no Canadá e no Reino Unido…

e)      Juntemos agora, para reforçar a conceção de que as liberdades religiosas terminam quando interferem com as demais, a “proibição” religiosa de transfusão de sangue, de que se ufanam as “Testemunhas de Jeová”, e que tantos problemas causam nos hospitais…

Imaginemos uma “testemunha” dessas a levar um filho ao hospital e a avisar, solene e religiosamente, os médicos de que não poderão transfundir sangue para o doente, mesmo em perigo de vida…

O que é que diria o nosso TC sobre essa “liberdade religiosa” de se opor à transfusão de sangue?!…

f)       Acresçamos mais uma pretensão extravagante e cruel doutro religionário, ao chegar a um médico e pedir que circuncide o seu filho, porque a sua religião assim manda…

…A não ser que o TC determinasse, constitucionalissimamente, que o direito civil português estava acima das “liberdades religiosas” e indeferisse tal pretensão…

… Assim como as outras, logicamente…

3 de Agosto, 2014 Carlos Esperança

A ICAR atualiza o Índex

O Vaticano há muito que tinha deixado de atualizar a lista dos livros proibidos. Condenava, para não perder a vocação censória, reprovava, para fingir autoridade e vociferava, para impressionar os espíritos mais timoratos.

A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, que se esforça para que o progresso e a liberdade não façam perigar o destino das almas, é uma pálida amostra do Santo Ofício, que a precedeu.

Há anos, embirrou com o «Código Da Vinci» de Dan Brown, e incluiu o interessante romance policial, que pisca o olho aos eruditos, na lista das obras a «não ler, nem comprar». O apelo foi feito pelo cardeal Tarcísio Bertone, aos microfones da Rádio Vaticano, uma emissora de bairro, com potência para ser ouvida através do planeta, mas cuja voz não chega ao Céu.

O que incomodava esse santo cardeal, além das manipulações da ICAR que o romance desmascara, era a possibilidade de Jesus ter sido pai de uma filha de Maria Madalena, o que pressupõe o pecado da fornicação cometido pelo impoluto e casto fundador da seita.

Assim, ainda que a execração do livro e a proibição da compra contribuíssem para a sua difusão, a Cúria não pôde deixar de atualizar o Índex dos livros interditos sob pena de conferir ao ato sexual a dignidade que a prática divina lhe outorgava. Desse modo, o «Index librorum prohibitorum» da Igreja Católica ficou enriquecido com um novo título e a sexualidade de novo anatematizada.