Loading
3 de Abril, 2017 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Caros leitores,

Afinal, há milagres!

Francisco e Jacinta não aprenderam a ler em vida, mas aprenderam a obrar milagres em defunção. Já é o segundo milagre que obram em joint venture, situação rara, que os vai conduzir à santidade, em apoteose pia, no próximo dia 13 de maio, no 1.º centenário da estreia do mariódromo, no cocuruto de uma azinheira.

Atividades da AAP

1 – No dia 15 março a AAP participou, a convite do Grupo Bíblico Universitário, no Centro Cultural D. Dinis num dos 3 eventos subordinados ao título «Conversas sobre a (ir)relevância da fé cristã hoje:

uma conversa entre um cristão e um ateu – Manuel Rainho, autor e licenciado em Filosofia e Carlos Esperança, atual Presidente da Associação Ateísta Portuguesa.

(Esta sessão, com perguntas e respostas, começou às 21H00 e terminou cerca da meia-noite, tendo como assistência mais de 150 universitários entre os 18 e os 22 anos).

– Em homenagem a Tomás da Fonseca fui convidado, a título pessoal, pela Editorial Moura Pinto a enviar um texto (segue em anexo) que foi publicado num jornal oferecido a todos os participantes, jornal que incluiu textos do homenageado, Guerra Junqueiro, Presidente da Câmara e do historiador Luís Filipe Torgal.

– No próximo dia 28 de abril estou convidado para uma tertúlia em que serei orador e participarei num debate com o padre Anselmo Borges, promovido e moderado pelo Professor Luís Filipe Torgal, em Oliveira do Hospital.

– No Porto, no âmbito do curso de jornalismo, o Onofre Varela dará uma entrevista para um trabalho académico.

– Recentemente notícias do JN e um artigo de Fernanda Câncio tiveram origem na AAP.

C. A.

3 de Abril, 2017 Carlos Esperança

A laicidade é a vacina do proselitismo

A laicidade é uma exigência constitucional e um instrumento que assegura a liberdade religiosa e a neutralidade confessional, sem a qual o espaço educativo se transforma em veículo prosélito de uma só confissão ou em arena de confronto de todas.

A laicidade remete o livre exercício das várias opções religiosas ou filosóficas para a esfera privada. Exige, pois, uma neutralidade confessional absoluta e a separação radical entre a esfera pública, regida por valores cívicos e políticos consensuais, e a privada que, essa sim, deve ser um espaço de liberdade individual.

Os que hoje procuram usar as instituições do Estado ao serviço das suas crenças, serão os primeiros a exigir a sua neutralidade se as crenças exógenas à tradição e cultura da civilização europeia se impuserem com a sua agressividade e vocação totalitária.

A laicidade não impede a existência de ensino confessional privado, apenas exige aos órgãos do Estado e, naturalmente, à escola pública, a neutralidade que lhe permita defender as práticas diversas de uma sociedade plural, civilizada e cosmopolita que é hoje (ainda) o ethos da matriz europeia.

Não há nenhum país livre e democrático se o Estado não se comportar com neutralidade em relação às crenças, às descrenças e às anti-crenças dos cidadãos que administra.

Em Alfândega da Fé, a católica queria ir de contrabando sem passar pela alfândega.

31 de Março, 2017 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Jornal de Notícias, Pág. 8 – hoje.

Religião

Pais contra missa pascal na escola em horário letivo

Pais contra missa pascal na escola em horário letivopub

Os alunos de uma escola básica de Alfândega da Fé andaram a ensaiar cânticos católicos nas aulas de Educação Musical para uma missa pascal que deverá realizar-se na escola, segunda-feira, em pleno horário letivo.

O caso, que já mereceu críticas de pais, pode não ser único. O presidente da associação de diretores admite situações pontuais e à Associação Ateísta Portuguesa já chegaram queixas de vários encarregados de educação sobre a existência de práticas religiosas não autorizadas em escolas públicas.

Leia mais na edição e-paper ou na edição impressa.

31 de Março, 2017 Carlos Esperança

A Inquisição em Portugal – 31-03-1821

Faz hoje 196 anos que foi abolida oficialmente a Inquisição Portuguesa e há menos de 60 que a liberdade religiosa foi acolhida por João XXIII, durante o Concílio Vaticano II, com o posterior ranger de dentes de João Paulo II e Bento XVI.

Não era só a apostasia, a que raros se atreviam, que era objeto da crueldade eclesiástica. Judeus, bruxas e todos os que descressem na única religião verdadeira – ICAR –, eram as vítimas que zelosos delatores levavam ao Santo ofício.

Entre 1536 e 1821, cerca de mil e quinhentas pessoas foram queimadas vivas e 25.000 condenadas a diversas penas. O apogeu da demência verificava-se nos julgamentos dos mortos que, depois de exumados, eram queimados em autos-de fé, um número indeterminado bem como o dos que morreram nos cárceres da sinistra instituição.

Foi depois do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa (1821) que findou o êxtase pio da violência clerical e o divertimento da corte a assistir aos autos-de-fé.

A violência é uma tara sedutora que se transmite geneticamente e através das sacristias e madraças, incubadoras onde germinam devotos e prosélitos de verdades únicas.

Perante novas inquisições de desvairados credos, que não desistem de nos impor as suas verdades únicas, urge defender, de forma intransigente, os valores republicanos, laicos e democráticos.